Produtores do Mato Grosso querem ferrovia para levar soja ao Pará

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Por ESTADÃO DIMMI AMORA DE BRASÍLIA -=Produtores de grãos do Mato Grosso querem que o governo estude a construção de uma ferrovia de 1.100 km entre Lucas do Rio Verde (MT) e Itaituba (PA) para levar a produção agrícola da região para a exportação.

Na semana passada, o governo anunciou que vai lançar estudo para fazer a duplicação da rodovia BR-163 justamente nesse trecho, cobrando pedágio. O custo de transporte por ferrovia é em média 40% mais barato do que por caminhão. Por isso, os produtores articulam para que a solução por ferrovia também seja considerada.

O pedido para realizar o estudo de viabilidade da ferrovia, apelidada de Ferrogrão, foi feito ontem ao Ministério dos Transportes pelo empresário Guilherme Quintella, da EDLP (Estação da Luz Participações). A companhia participa de outros projetos ferroviários no país, entre eles a implantação de trens regionais em São Paulo em parceira com o Banco BTG Pactual. A empresa já vem estudando projetos de linhas de trem de carga na região desde o ano passado.

Caso o ministério aprove o pedido da empresa, a companhia ou alguma outra interessada pode realizar o estudo e entregá-lo ao ministério. Depois, caso o estudo aponte que o trecho é viável, o governo tem a opção de fazer a obra com recursos próprios ou conceder para a iniciativa privada. Só então a companhia é ressarcida pela pesquisa.

Para contemplar a região agrícola do Mato Grosso, o governo planejou uma ferrovia entre Lucas do Rio Verde e Uruaçu (GO), local onde ela se encontra com a Ferrovia Norte-Sul. Na Norte-Sul, as cargas poderia seguir tanto para os portos da região Norte como do Sul e Sudeste.

Essa ferrovia entre Mato Grosso e Goiás é considerada prioritária no programa de concessões do governo federal e a previsão era que fosse a primeira a ir a leilão, ainda este ano. Não havia previsão de conceder o trecho entre Lucas e Itaituba no atual programa, apesar desse trecho fazer parte do programa ferroviário brasileiro pelo menos desde a década de 1980.

CORREDOR

O senador Blairo Maggi (PR-MT), que é acionista da Amaggi, uma das maiores comercializadoras de soja do país, é um dos apoiadores do estudo para a Ferrogrão. O Movimento Pró-Logística, organização criada pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso), também chancelou o pedido para a abertura do estudo da ferrovia.

Para Maggi, a ferrovia nesse trecho teria a vantagem de criar um corredor direto de exportação, sem a necessidade de fazer baldeação entre ferrovias, o que aumenta custos e cria insegurança em relação ao tempo de chegada da carga no porto. Em Itaituba, há um porto de onde barcaças podem levar os grãos do Rio Tapajós ao Rio Amazonas e de lá para os países compradores na Ásia e Europa.

Para o senador, será difícil o governo viabilizar uma concessão rodoviária na região porque é uma área praticamente desabitada. No ano passado, o governo concedeu a BR-163 entre o Mato Grosso do Sul e a cidade de Sinop, já no Mato Grosso. As empresas que venceram as concorrências vão ter que duplicar a estrada em cinco anos em troca da cobrança de pedágio. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff anunciou que seriam iniciados estudos para que o trecho entre Sinop e Itaituba também seja concedido.

“Não sei se fecha a conta”, disse o senador sobre a concessão da BR-163 do Mato Grosso ao Pará.

Edeon Vaz, que dirige o Movimento Pró-logística, acredita que o trecho ferroviário entre Lucas e Itaituba é viável e que o estudo da rodovia pode ser feito já pensando na ferrovia. Segundo ele, a partir de 2020, 30 milhões de toneladas de grãos ao ano vão ser exportadas pela região Norte o que garante “carga para todo mundo”.

“É possível fazer a rodovia e a ferrovia. Mas é preciso pensar a rodovia já com uma estrada de ferro passando junto”, afirmou Vaz.

Segundo Vaz, a soja do Mato Grosso atualmente faz um caminho em média de 2.000 km em caminhão ou trem para chegar aos portos do Sul e do Sudeste. Com essa nova rota direta até o Pará, a distância cai à metade, o que vai beneficiar em muito os produtores.

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