Putin pilota caminhão em inauguração de ponte na Crimeia

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Governo da Ucrânia acusa Moscou de ´pisotear o Direito Internacional´; região foi anexada pela Rússia em 2014
No volante de um caminhão laranja, o presidente russo, Vladimir Putin, inaugurou nesta terça-feira (15) uma ponte para ligar a Crimeia à Rússia. A obra reduz o isolamento da península e, simbolicamente, reforça a presença russa na região, anexada por Moscou em 2014.

Putin assumiu o volante do caminhão Kamaz e liderou uma coluna de dez veículos para percorrer os 19 quilômetros da Ponte de Crimeia, que liga as penínsulas de Kertch e de Taman, no sul da Rússia.

Do outro lado, na Crimeia, o presidente foi recebido por uma pequena multidão, que o aplaudiu calorosamente. Mas o governo da Ucrânia, soberano da Crimeia até a invasão russa de 2014, protestou.

“Em vários momentos da história, mesmo sob o czar, as pessoas sonhavam com a construção dessa ponte. Elas tentaram de novo nos anos 1930, 1940, 1950 e, enfim, graças a seu trabalho e seu talento, esse esse milagre aconteceu!”, declarou Putin, para acrescentar ser hoje “dia excepcional, festivo, histórico” para a Rússia.

A televisão russa, que transmitiu ao vivo as imagens da travessia do caminhão, saudou os “heróis” que construíram a ponte, que facilitará o turismo russo para a Crimeia. Carros e ônibus devem começar a circular pela ponte a partir de quarta-feira, informou o Kremlin. Os trens são esperados para final de 2019, atravessando o estreito de Kertch, entre o Mar de Azov e o Mar Negro.

Iniciada em fevereiro de 2016, a obra foi encomendada à empresa Stroïgazmontaj, do bilionário Arkadi Rotenberg, parceiro de judô do presidente Vladimir Putin.

Segundo um decreto publicado no site do governo, a companhia Stroïgazmontaj deveria entregar a ponte até dezembro de 2018, ao custo de 228,3 bilhões de rublos (2,9 bilhões de euros na época).

Violação de soberania
Do lado da Crimeia, porém, a obra é tida como uma violação da soberania. Em entrevista à AFP, o primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Groïsman, acusou a Rússia de “pisotear o Direito Internacional” com essa ponte. “A Rússia vai pagar muito caro”, garantiu.

Um porta-voz da União Europeia também condenou a “nova violação da soberania” da Ucrânia por parte da Rússia, considerando que sua construção foi feita “sem o consentimento” de Kiev.

“A construção da ponte busca uma maior integração forçada da península anexada ilegalmente à Rússia e seu isolamento da Ucrânia, da qual continua fazendo parte”, ressaltou o porta-voz, reiterando a posição da União Europeia (UE) de não reconhecer a Crimeia como território russo.

Várias vezes a Ucrânia denunciou a construção dessa ponte como uma ataque à sua integridade territorial.

Para a Rússia, a Ponte da Crimeia deve permitir reduzir o isolamento tanto geográfico quanto econômico da Crimeia, anexada da Ucrânia em março de 2014, após uma intervenção das forças especiais russas e de um referendo denunciado como “ilegal” por Kiev e por países ocidentais.

Em razão do bloqueio imposto por Kiev e das sanções ocidentais que se seguiram a essa anexação, a maioria dos produtos alimentícios chega de barca da Rússia, um modo de entrega que depende de condições meteorológicas favoráveis.

A Crimeia também depende da via aérea para se abastecer, o que acaba acarretando uma alta significativa nos produtos básicos.

“Muitos não acreditavam na possibilidade de concretização desses planos. (Vladimir) Putin provou, mais uma vez, que os planos mais ambiciosos podem ser realizados sob sua direção”, declarou nesta terça o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista coletiva.

Durante uma visita em março, alguns dias antes de sua reeleição à Presidência, Putin exigiu que a ponte fosse entregue em maio “para que as pessoas pudessem aproveitar a temporada de verão” na Crimeia.

A ponte, que passa pela ilha de Tuzla, tem uma altura de 35 metros no nível de seu arco central. A velocidade máxima autorizada para carros será de 120 km/h, sempre que as condições climáticas permitirem, segundo a agência de notícias russa RIA Novosti.

Por: DA REDAÇÃO
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