Quase metade das mulheres que defendem a Amazônia no Brasil, Colômbia e Peru já sofreu algum tipo de violência

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Vista aérea do Rio Manicoré, na Amazônia — (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

Pesquisa Inédita realizada pelo Instituto Igarapé mostrou que líderes locais estão sob riscos psicológicos financeiros e até físicos

Um novo levantamento mostrou que 47% das mulheres que estão na linha de frente do combate à exploração ilegal da floresta, invasão de terras e expropriação na região da Amazônia sofreram algum tipo de violência entre os anos de 2021 e 2022. A análise é inédita e foi realizada pelo Instituto Igarapé e será lançada neste domingo, em um evento paralelo à Cúpula da Amazônia, em Belém.

A pesquisa estende a lupa por mulheres que vivem e trabalham no Brasil, Colômbia e Peru. Em comum, os países mostraram uma presença importante de relatos de casos de violência psicológica. O tipo de agressão foi sofrido por 28% das respondentes no Brasil, 30% na Colômbia e 42% no Peru. Também aparecem casos de violência patrimonial, agressões físicas e ataques a familiares e pessoas da mesma comunidade.

Uma importante parte dessas mulheres não determina com certeza quem são as pessoas que às mantém sob a mira. Diante disso, os realizadores da pesquisa enxergam as altas taxas de resposta de quem foi o agressor como: “desconhecido”, nos três países, como táticas de silenciamento em pleno curso. Mas há casos de violência praticada por grupos armados ilegais, grileiros, companheiros (e pessoas da família) e até ” atores estatais”, conforme mostra a análise.

Para chegar a essas mulheres, o instituto elencou 13 líderes locais, do sexo feminino, que tinham a tarefa de conversar com essas representantes das áreas de defesa dos direitos humanos e do meio ambiente. Angela Mendes, filha do líder seringueiro e também ativista Chico Mendes (1944-1988), foi uma das selecionadas para estabelecer comunicação com as entrevistadas. Entre as entrevistadoras há ainda representantes indígenas, educadoras, articuladoras políticas entre outras profissões. Ao todo, essas profissionais foram responsáveis por ouvir 287 mulheres “defensoras” da região.

— Algumas têm dificuldades até de se enxergar como uma ‘defensora’, mesmo que seja, de verdade. As mulheres das florestas, das reservas extrativistas, onde coletei a maioria dos meus relatos, são pessoas que estão a frente de sindicados de trabalhadores rurais, um espaço machista e sempre ocupado por homens. Mas elas estão indo para o embate — diz Angela Mendes. — Há para elas uma cortina de riscos e de ameaças.

Para Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, a análise abre um luminoso caminho para que a Amazônia seja enxergada em sua totalidade (para além das especificidades brasileiras).

— Não são particularidades do Brasil, há situações similares em outras localidades da Amazônia. Em todos os lugares que avaliamos (Brasil, Colômbia e Peru) observamos a presença dessas violências que as mulheres enfrentam — diz. — Desenhamos o estudo após pesquisas de campo que mostraram que eram muitas mulheres na linha de frente, em todas as instâncias. Muitas delas, porém, sofrem com a invisibilidade.

Fonte: O Globo/ Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 06/08/2023/05:25:27

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