Systemica vence primeiro leilão do país de floresta desmatada para explorar crédito de carbono
Governo do Pará vai conceder gestão na Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu, em Altamira — Foto: Bruno Cecim/Agência Pará
Empresa foi a única no leilão do governo do Pará na B3. Ela deve recuperar área degradada e pode explorá-la por 40 anos. Modelo é inédito e pioneiro no Brasil, segundo governo do Pará.
A empresa Systemica venceu o primeiro leilão do Brasil para recuperar uma floresta desmatada com objetivo de comercializar crédito de carbono. A vencedora foi a única que apresentou oferta no leilão de concessão para reflorestamento da Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu em Altamira, no sudeste do Pará, realizado pelo Governo do Pará nesta sexta-feira (28) na sede da B3, em São Paulo.
O terreno público concedido de 10 mil hectares fica em Altamira, sudoeste do Pará, e é parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, uma das mais pressionadas pelo desmatamento ilegal na Amazônia. O contrato para concessão de 40 anos deve ser assinado em até dois meses.
A Systemica tem o Banco BTG Pactual como acionista e já desenvolve outro projeto de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) em uma área também de 10 mil hectares na Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu desde 2022.
A empresa vai pagar por uma área atualmente degradada e que deve passar por restauração ecológica. Depois, este terreno reflorestado será usado para comércio de crédito de carbono. Empresas que não conseguem reduzir emissões de gás carbônico podem comprar créditos da Systemica.
“Estamos certos que o sucesso deste certame aponta para o Brasil um novo modelo estratégico para recuperar seu estoque florestal com a participação direta da inciativa privada. Que com o ativo florestal recuperado, possamos permitir a comercialização do crédito de carbono gerado nessa área, avançar na recuperação de áreas degradadas no nosso país, trazendo efetivamente a sustentabilidade ambiental, econômica e social”, afirmou o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) após o leilão.
Segundo ele, com esta primeira experiência no país, o mercado deve perceber a “solidez do que o Estado está concebendo” e a expectativa é que mais empresas participem desses leilões.
Este é um modelo inédito no Brasil e um projeto piloto de um mercado regulamento há poucos meses no país: A lei que regulamenta o setor foi sancionada pelo presidente Lula em dezembro de 2024 e é uma forma de diferentes empresas compensarem parte das emissões de gás carbônico, o CO2, um dos causadores do aquecimento global.
A expectativa é que em quatro décadas seja possível comercializar 350 mil créditos de carbono. Cada unidade de crédito de carbono equivale a uma tonelada de gás carbônico.
“A concessão promoverá a recuperação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, além da geração de empregos, capacitação técnica da população local, incentivo à criação de viveiros e fortalecimento das cadeias produtivas regionais, […], com previsão de gerar receita de R$ 869 milhões e criar cerca de dois mil empregos”, diz o governo do Pará.
O g1 pediu posicionamento à empresa e ao governo sobre as próximas etapas da concessão e aguarda retorno. Os interessados na concessão apresentaram envelopes na sede da B3, empresa do mercado financeiro, na segunda-feira (24) para o leilão desta sexta.
O edital foi anunciado em novembro no Azerbaijão durante a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 29). Após anúncio da vencedora nesta sexta-feira (28), haverá três dias para recursos – veja aqui o edital completo.
Piloto na APA Triunfo do Xingu
O governo do Pará pretende conceder mais 20 mil hectares também para crédito de carbono na mesma região ainda em 2025. No total, a APA Triunfo do Xingu tem 1,6 milhão de hectares, compreendendo os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, no sudoeste do Pará.
A atual concessão, de 10 mil hectares, prevê e permite exploração econômica por meio de créditos por serviços ambientais, produtos madereiros e não madeireiros e serviços florestais, além da exploração de crédito de carbono florestal.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, há contrapartidas do Estado e do concessionário em ações territoriais e comunitárias.
Para o concessionário, o edital prevê:
a contratação e a capacitação de mão de obra local;
apoio às cadeias produtivas agroflorestais;
parcerias comunitárias para fornecimento de insumos, mudas e sementes para a restauração, entre outros.
A contrapartida do Estado é:
“autorizar o uso da área por 40 anos, via PAI, Plano de Atuação Integrada, criado sob medida para o ordenamento territorial, com regularização fundiária e ambiental,
investimentos em segurança, infraestrutura, logística e comunicações, bem como equipamentos e serviços públicos para as comunidades”.
Fonte: g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 28/03/2025/16:13:50
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