Tecnologia está transformando a produção de açaí na Amazônia. Saiba como!
Descubra como a rastreabilidade do açaí está promovendo a sustentabilidade e valorizando os produtores locais na Amazônia. | Divulgação
Projeto desenvolvido pela UFPA garante a implantação de um sistema inovador para monitorar, em tempo real, a cadeia produtiva do fruto, garantindo a origem do produto e ampliando o acesso a mercados.
A possibilidade de conferir a origem dos produtos oriundos da floresta amazônica pode ser um diferencial decisivo para ampliar o acesso a mercados que adotam critérios rigorosos de sustentabilidade e rastreabilidade. Atento a essa demanda, o Laboratório de Nanoestruturação 3D (LABNANO3D) da Universidade Federal do Pará (UFPA) desenvolveu um sistema inovador que combina QR Codes e Dispositivos Eletrônicos Remotos (DERs) para monitorar, em tempo real, a cadeia produtiva do açaí — um dos principais produtos da sociobiodiversidade amazônica.
O projeto busca não apenas aumentar a transparência sobre a procedência do fruto, como também valorizar os produtores locais e promover práticas mais sustentáveis ao longo de toda a cadeia. Com a tecnologia, será possível acompanhar o percurso do açaí desde a coleta até o consumidor final, oferecendo informações detalhadas sobre sua origem.
O professor do Instituto de Tecnologia da UFPA (Itec) e coordenador do Laboratório de Nanoestruturação 3D (LABNANO3D), Marcos Allan Leite dos Reis, explica que o sistema de rastreabilidade desenvolvido pelo laboratório consiste em códigos QRcode impressos em 3D, com ou sem nanotecnologia para encriptação, e um aplicativo. “Após o treinamento, o aplicativo é instalado nos celulares da comunidade, quando o agricultor familiar despacha sua produção, o barqueiro faz a varredura do código instalado na rasa (cesta de 14 kg), carregando os dados do agricultor e a quantidade de rasas fornecidas para compor o lote de produção”, explica. “Ao chegar no porto, a carga é conferida via App, o qual soma e identifica todo o lote, nesse momento é adicionada a informação do kg total do lote e despachada via caminhão para a fábrica que terá o relatório da carga antes mesmo de abrir a fábrica, com isso pode ajustar sua linha de produção”.
O professor explica que QRcode impresso com nanotecnologia possui Nanotubos de Carbono na sua última camada de impressão. “Essa nanopartícula apresenta assinatura espectral que confere inviolabilidade de dados ao código por meio da criptografia quântica. Essa tecnologia foi patenteada pela startup CaaetéCatu tecnologias Ambientais (Patente requerida n° BR 10 2023 008813 9 A2”.)”.
A partir do sistema de monitoramento de dados real-time, o comprador pode ter a confirmação de origem do açaí e, inclusive, constatar se ele foi oriundo de uma área de desmatamento ou não. O professor lembra, por exemplo, que o açaí de várzea é diferenciado do açaí de terra firme e essa informação pode ser conferida a partir do sistema de rastreabilidade. Da mesma forma, o sistema também é capaz de mostrar ao consumidor se o açaí que ele está comprando é oriundo de área preservada ou desmatada para monocultura, o que estimula a preservação ambiental.
Com potencial para ser aplicado no processamento na origem de outros produtos agroflorestais não madeireiros e madeireiros, um projeto piloto do sistema foi aplicado em dezembro de 2023, sendo bem recebido pelos produtores envolvidos. “O projeto foi financiado pelo Ministério de Desenvolvimento Regional e tinha como objetivo, além da criação da tecnologia, o treinamento da comunidade. Os produtores absorveram muito bem a tecnologia, mesmo porque o aplicativo foi desenvolvido para ser intuitivo e de fácil uso pelos elos da cadeia de valor do açaí”, aponta Marcos Allan Leite dos Reis.
Durante o andamento do projeto, inclusive, os pesquisadores do LABNANO3D observaram que outra demanda da cadeia do açaí poderia ser solucionada. Foi o início do projeto que prevê o desenvolvimento e a implantação de um sistema de tecnificação do açaí desde a origem na Comunidade Santo Antônio, em Igarapé-Miri.
“Durante a execução do projeto anterior, percebi que para implantar de forma exitosa a tecnologia de rastreabilidade era necessário organizar e tecnificar toda a cadeia na origem. Assim, em 2022 propomos esse projeto que consiste em instalar uma minifábrica container para processar o açaí na origem, reduzindo a dependência da comunidade de atravessadores, o que poderá aumentar a renda deles em 200%”, explica o professor, ao pontuar que o projeto é financiado pela FINEP e iniciou sua execução em abril de 2024. “O projeto está previsto para ser entregue até abril de 2027 com o sistema de rastreabilidade integrado ao mesmo”.
Fonte: Diário do Pará e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/08/2025/11:38:32
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