Após dias de homenagens, corpo de Dom Luís Azcona é sepultado no Marajó

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Dom Azcona foi símbolo da luta pelos direitos humanos no arquipélago do Marajó. — Foto: CNBB/Divulgação

Bispo emérito estava internado em Belém para tratamento de câncer no pâncreas. Por 30 anos, ele atuou na defesa de direitos humanos na região do Arquipélago do Marajó e chegou a sofrer ameaças de morte.

Chegou o momento oficial de dar adeus a Dom Luís Azcona. Nesta sexta-feira (22), foi realizado o sepultamento do corpo do bispo na Catedral de Nossa Senhora da Consolação, no município de Soure, na Ilha do Marajó, após homenagens dos devotos e admiradores ocorridas desde o dia do falecimento, no dia 20.

Centenas de pessoas se reuniram no aeroporto do município de Soure, no final da manhã de quinta-feira (21), para receber o corpo de Dom Azcona. As ruas foram tomadas por admiradores durante o cortejo que seguiu em direção a catedral onde o corpo foi velado.

Dom Azcona é sepultado em Soure — Foto: Wilk Dias
Dom Azcona é sepultado em Soure — Foto: Wilk Dias

Na chegada à igreja, o cortejo foi recebido com aplausos onde o corpo permaneceu para receber as homenagens de quem procurou se despedir do bispo. Grupos chegaram à catedral para pedir por uma boa passagem, entregar flores e cartas como forma de mostrar afeto e devoção.

Admiradores se reuniram na Catedral Matriz para prestar as últimas homenagens — Foto: Wilk Dias
Admiradores se reuniram na Catedral Matriz para prestar as últimas homenagens — Foto: Wilk Dias

Por volta das 17h30, uma Santa Missa foi realizada para que as últimas homenagens fossem prestadas. Autoridades do local, como prefeito, secretários e ativistas, tiveram um momento de fala para contar as experiências que tiveram ao lado de Dom Azcona.

O sepultamento ocorreu às 19h30 na igreja matriz da cidade, onde o corpo foi velado, com muita emoção e aplausos.

Liderança reconhecida internacionalmente pela luta contra o tráfico humano

Dom José Luís Azcona, liderança reconhecida internacionalmente pela luta contra o tráfico humano e o abuso sexual de crianças e adolescentes no Arquipélago do Marajó, no Pará, morreu na última quarta-feira (20) aos 84 anos. Azcona estava internado em Belém desde o último dia 28 de outubro para tratamento de um câncer no pâncreas.

O bispo emérito do Marajó foi diagnosticado em junho. Durante a última internação, os médicos informaram que a fragilidade do paciente impedia procedimentos cirúrgicos e que não havia mais opções de tratamento curativo.

Diante do quadro, Azcona vinha recebendo tratamento paliativo da equipe médica. A Prelazia Do Marajó, região administrativa católica da qual fazia parte, era quem informava sobre o estado de saúde dele. O Governo do Pará decretou luto oficial de três dias.

O velório em Belém reuniu admiradores na Paróquia São José Queluz, no bairro Canudos. No local, uma missa foi marcada para ser celebrada na manhã de quinta-feira (21) por volta das 7h, antes de o corpo dele ser levado para Soure, no Marajó, onde deve ser sepultado.

Dom José Luis Azcona Hermoso nasceu em 1940 na Espanha. Por 30 anos atuou denunciando mazelas da região do Marajó e a exploração sexual de crianças no arquipélago.

Atuação no Marajó

Dom Azcona atuou como bispo titular da Prelazia do Marajó de 1987 a 2016.

Em 2015, ele denunciou casos em que crianças foram exploradas por visitantes que chegavam à região, e eram abusadas com o consentimento da própria família. Os casos tiveram repercussão nacional.

O bispo emérito também foi fundamental para a instalação da CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará e no Congresso Nacional, nos anos de 2009 e 2010. O trabalho na defesa pelos direitos humanos no Marajó fez com que, em 2008, o nome dele estivesse entre as três lideranças católicas ameaçadas de morte no Pará.

 

Fonte: Marcus Passos, g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 23/11/2024/09:42:30

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