Belém e Alter do Chão – Da Bahia, espetáculo de dança “Cavalas” chega ao Pará

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Cavalas [Foto por Cristiane Fernandes]  –Da Bahia, espetáculo de dança “Cavalas” chega ao Pará

Com atividades gratuitas, obra protagonizada e dirigida por Alana Falcão e Ana Brandão faz temporada em Belém e Alter do Chão, acompanhada de oficinas para adultos e crianças
Uma brincadeira de meninas furiosas que querem inventar-se a si mesmas, e cujo resultado pode ser um assombroso espelhamento – assim é o espetáculo de dança “Cavalas”, de Alana Falcão e Ana Brandão, que viaja da Bahia e chega pela primeira vez ao Pará no mês de janeiro, onde faz temporada acompanhada de oficinas. Primeiro, em Belém, a dupla de artistas ministra “Doses Cavalares”, nos dias 8, 9 e 10, das 9h às 12h, na Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA), e se apresenta nos dias 9 e 10, às 15h e às 19h, no Espaço Experimental de Dança. Depois, em Alter do Chão, ocupando o Centro Cultural Banzeiro, serão duas oficinas entre os dias 14 e 16 – novamente “Doses Cavalares”, das 9h às 12h, e a turma infantil “Doses Cavalinhas”, das 14h às 17h – e a peça é encenada nos dias 15 e 16, às 20h. Para fechar, no dia 17, às 20h, uma noite de variedades será um espaço de trocas em festa, com mais uma sessão de “Cavalas”, o Grupo de Carimbó do Centro Cultural Banzeiro e artistas locais. Todas as atividades são gratuitas e as inscrições nas oficinas adultas devem ser feitas através de formulários disponíveis no Instagram @cavalascavalas. Este projeto é fomentado pela Bolsa Funarte de Dança Klauss Vianna 2023.

“Cavalas” investiga a borda tênue entre semelhança e diferença a partir de práticas de improvisação e autoficção. A coreografia se alimenta de paradoxos: animal e humano, terror e beleza, mítico e físico, dominação e cuidado, leveza e tensão, com intenso vigor em dois corpos em que convivem o desejo de liberdade e a disciplina da equitação.

As duas dançarinas se conheceram há uma década, quando Ana, que é de São Paulo, chegou a Salvador, encontrando a parceira soteropolitana, e vieram se cruzando em criações artísticas pelo caminho. O processo que culminou nesta obra foi desenvolvido por dois anos, até a estreia, ocorrida em outubro de 2023 no JUNTA Festival, no Piauí. De lá para cá, o espetáculo já passou por contextos artísticos em São Paulo, Pernambuco, Ceará, Paraná, além da própria Bahia.

“Ambas temos um grande tesão em pesquisa de movimento. Estávamos saindo da pandemia e nos encontrávamos para estudar a partir de uma técnica chamada Fighting Monkeys”, lembra Ana Brandão, que, durante o período de isolamento, havia participado com Alana de um curso online com a artista grega Linda Kapetanea, que desenvolveu esta pesquisa de movimento que utiliza tarefas e jogos. “Nesses estudos, acabamos percebendo que havia algo sendo criado ali. E fomos adentrando em histórias de um feminismo que flerta com o gênero do terror, em encontros entre macabros e encantadores”, completa ela.

Cavalas [Foto por André Amorim]
Cavalas [Foto por André Amorim]
Houve outros três importantes disparadores. Um deles é o conto “As coisas que perdemos no fogo”, da argentina Mariana Enríquez, que fala de mulheres vítimas de tentativa de feminicídio e que, sobreviventes, se unem para fundar uma nova beleza que fosse insuportável no mundo patriarcal que conhecemos. “É uma beleza que precisa ser aturada”, descreve Alana Falcão. Outro é o cabelo, simbólico na crina de cavalos, em filmes de terror japoneses e na obra “As xifópagas capilares”, do artista visual Tunga, que retrata mulheres unidas por suas cabeleiras. Daí, por fim, surge a imagem da gemelaridade e suas questões de espelhamento, identificação, singularidade. “Todas essas ideias de horror e mulheridade nos acompanham desde o início do processo. O cabelo e o cavalo se encontraram e ficamos mexendo nessas interseções até o nascimento de ‘Cavalas’”, conclui Alana.

Completando a ficha técnica, estão Lais Machado na dramaturgia, Diego Gonçalves na concepção de luz, Bernardo de Oliveira na cenografia, Marlan Cotrim no figurino e Paulo Pitta na concepção de som, com trilha sonora original.

OFICINAS – Com 20 vagas em cada turma, voltada a pessoas adultas interessadas em práticas de dança, sem necessidade de experiência prévia, a oficina “Doses Cavalares” é ministrada por Alana Falcão e Ana Brandão. A atividade se desenvolve em torno da “cavala”, esse instinto animal de verve feminina que corporifica selvageria, força, liberdade, elegância, beleza, fantasia. São treinados procedimentos físicos, como o hobbyhorse, para acordar no corpo as “cavalas” que são vividas e domadas cotidianamente, e então construir universos ficcionais, dramatúrgicos e de movimento.

Na versão infantil, “Doses Cavalinhas”, a experiência se adequa às infâncias. Também com 20 vagas, o público-alvo é de crianças de 7 a 12 anos que gostam de se mover.

SOBRE ALANA FALCÃO – Natural de Salvador, a dançarina Alana Falcão é mãe e mestra em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também atua como professora de dança da rede pública e crítica da área. Seus interesses circulam entre coreografia, coreografia social, crítica, ficção, dramaturgia, animalidades e terror. Codirige o Nii colaboratório desde 2018. É diretora editorial da Revista Barril de crítica em artes e mantém parceria criativa com o multiartista Leonardo França no projeto “Envultações” desde 2020.

SOBRE ANA BRANDÃO – Paulistana que vive na Bahia há 10 anos, Ana Brandão é artista e trabalha em diferentes campos da cena cultural, sobretudo como dançarina, educadora e iluminadora. Professora de artes da rede pública, é também mestranda em Dança na Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde desenvolve a pesquisa “Dobras: procedimentos poéticos para danças político-afetivas”. Além de “Cavalas”, está em circulação com o espetáculo “Lá vem ela”, em homenagem a Rita Lee, no qual é dançarina dirigida por Ana Paula Bouzas e Jussara Setenta. Enquanto artista, acredita em um fazer afetivo, que aproxima a arte como algo do comum, um extraordinário comum. Se interessa por origamis, pela complexidade da simplicidade, pelas monstruosidades da beleza e pela artesania. É recém-palhaça, arisca, entre outras coisas.

 

CAVALAS

Ficha técnica

Direção, concepção e dança: Alana Falcão e Ana Brandão

Dramaturgia: Lais Machado

Concepção de luz: Diego Gonçalves

Cenografia: Bernardo de Oliveira

Figurino: Marlan Cotrim

Concepção de som: Paulo Pitta

Produção: Água de Levante e Natália Valério

Design: Sirc

Mediação: Thiago Cohen

Assessoria de Comunicação: Marcatexto

Classificação indicativa: 10 anos

 

SERVIÇO BELÉM

= Oficina Doses Cavalares

Quando: 8, 9 e 10 de janeiro, 9h às 12h

Onde: Escola de Teatro e Dança da UFPA (Tv. Dom Romualdo de Seixas, 820 – Umarizal)

Quanto: Gratuito (20 vagas) – Inscrições no Instagram @cavalascavalas

= Espetáculo Cavalas

Quando: 9 e 10 de janeiro, 15h e 19h

Onde: Espaço Experimental de Dança (Rua Domingos Marreiros, 1775 – Fátima)

Quanto: Gratuito

SERVIÇO ALTER DO CHÃO

= Oficina Doses Cavalares

Quando: 14, 15 e 16 de janeiro, 9h às 12h

Onde: Centro Cultural Banzeiro (Tv. Francisco Pedroso, 25 – Nova União)

Quanto: Gratuito (20 vagas) – Inscrições no Instagram @cavalascavalas

= Oficina Doses Cavalinhas

Quando: 14, 15 e 16 de janeiro, 14h às 17h

Onde: Centro Cultural Banzeiro (Tv. Francisco Pedroso, 25 – Nova União)

Quanto: Gratuito (20 vagas)

= Espetáculo Cavalas

Quando: 15 e 16 de janeiro, 20h

Onde: Centro Cultural Banzeiro (Tv. Francisco Pedroso, 25 – Nova União)

Quanto: Gratuito

= Noite de Variedades

Quando: 17 de janeiro, 20h

Onde: Centro Cultural Banzeiro (Tv. Francisco Pedroso, 25 – Nova União)

Quanto: Gratuito

Fonte:Jornal Folha do Progresso  e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 08/01/2025/06:03:18

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