Brasil corre contra o tempo para responder ao tarifaço dos EUA

image_pdfimage_print

Foto:© Getty Images | Com novas tarifas dos EUA previstas para entrarem em vigor nesta sexta, o governo Lula acelera a criação de um plano de contingência para conter os danos econômicos. Sem diálogo direto com Trump, Brasil denuncia medida na OMC e prepara ações emergenciais

Sem avanços nas negociações com Washington, o governo Lula entra em uma semana decisiva diante da iminente entrada em vigor das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, prevista para esta sexta-feira.

Com poucas chances de reverter a medida no curto prazo, a estratégia imediata tem sido a elaboração de um plano de contingência para reduzir os impactos econômicos e preservar empregos.

Apesar de esforços diplomáticos recentes — como a conversa entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick — o Planalto ainda não conseguiu abrir um canal direto de diálogo com a gestão Trump.

Segundo fontes do governo ouvidas pela Reuters, não há previsão de reunião nesta segunda-feira, tampouco de uma ligação entre Lula e o presidente norte-americano.

Plano de resposta deve ser entregue a Lula nos próximos dias

A equipe econômica trabalha para concluir, até quarta-feira, o plano emergencial que será apresentado a Lula. A proposta inclui medidas como:

Linhas de crédito com juros subsidiados;
Compras públicas de produtos afetados;
Criação de um fundo privado emergencial para apoio temporário a empresas;
Exigência de contrapartidas sociais, como a preservação de empregos.

A expectativa é que o presidente valide o pacote antes da entrada em vigor das tarifas, e que o grupo de trabalho liderado por Alckmin inicie uma comunicação semanal com o setor produtivo sobre os desdobramentos da crise.

Mais de 10 mil empresas brasileiras devem ser atingidas

As novas tarifas vão afetar produtos industrializados, agrícolas e minerais, atingindo diretamente mais de 10 mil empresas brasileiras — especialmente os pequenos exportadores, que têm menos capacidade de adaptação para redirecionar suas vendas a curto prazo.

O impacto já começa a ser sentido na cadeia logística: portos e aeroportos estão enfrentando incertezas sobre remessas com destino aos Estados Unidos, em um momento crítico para a balança comercial brasileira.

Haddad aponta sabotagem política de aliados de Bolsonaro

Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o pacote técnico está pronto e passa agora por avaliação política. Ele também responsabilizou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro por minar o diálogo com Washington.

Haddad mencionou nominalmente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo, acusando-os de agir contra os interesses comerciais do Brasil.

— Saiam do caminho, desobstruam a mesa de negociação. Vocês perderam a eleição. Deixem o governo trabalhar — declarou o ministro à Rádio Itatiaia.

Denúncia na OMC e diplomacia em alerta

O governo brasileiro formalizou uma denúncia na Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as tarifas representam uma violação da soberania econômica e política do país. O Itamaraty acompanha o caso e deve apresentar nos próximos dias um panorama atualizado sobre as alternativas diplomáticas disponíveis.

Nos bastidores, diplomatas confirmaram à Bloomberg que a Casa Branca avalia editar uma nova declaração de emergência para justificar legalmente as tarifas — o que daria respaldo jurídico às medidas. A agência aponta que, ao contrário de outros países afetados por medidas semelhantes, o Brasil mantém déficit comercial com os Estados Unidos desde 2009, e não superávit.

Lula fala em reciprocidade, mas aguarda sanções entrarem em vigor

O presidente Lula afirmou que o Brasil está disposto a adotar medidas de reciprocidade, mas deixou claro que qualquer retaliação só será anunciada após a efetivação das tarifas.

Enquanto isso, o cenário internacional segue em movimentação intensa

Neste domingo, Donald Trump anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia, com tarifas fixas de 15% sobre exportações europeias — percentual inferior aos 30% inicialmente previstos para o Brasil. O pacto foi fechado após reunião com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em Turnberry, na Escócia.

O acordo EUA–UE segue o modelo do pacto firmado entre os Estados Unidos e o Japão, que também estabeleceu tarifas de 15% sobre produtos importados. Antes da reunião, Trump já havia afirmado que a UE não teria tarifas abaixo de 15% e reforçou essa posição ao ser questionado por jornalistas: “Não”, respondeu de forma categórica.

 

Fonte: Notícias ao Minuto e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 28/07/2025/06:00:41

O formato de distribuição de notícias do Jornal Folha do Progresso pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, ou pelo canal uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Jornal Folha do Progresso, clique nos links abaixo siga nossas redes sociais:

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Sugestão de pauta enviar no e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com.

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835– (93) 98117 7649.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br   e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com

%d blogueiros gostam disto: