Bruxo abre ‘Igreja da Pombagira’ com estátua de 9 metros para acolher mulheres; entenda

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Igreja da Pomba Gira, em Porto Alegre. A estátua que remete à entidade na entrada da casa tem nove metros de altura (Foto: Arquivo)

Localizada em Porto Alegre, a ‘Igreja’ tem com foco no acolhimento de mulheres vítimas de violência.

O pai‑de‑santo Wilian Brito, também conhecido como Bruxo Malagueta, fundou a “Igreja da Pombagira”, em Porto Alegre. A casa religiosa se tornou conhecida por sua impressionante estátua da pombagira, com cerca de 9 metros de altura, instalada em frente ao espaço.

A opção pelo termo “igreja” busca legitimar a casa como um ambiente de fé e proteção, afastando equívocos como a ligação com “culto ao diabo”. Segundo Malagueta, “uma casa de religião […] não é um local de adoração ao diabo, e pode ser chamado de igreja porque é um local de acolhimento, onde as pessoas são protegidas e podem ir para colocar sua fé em prática”.

Foco na ancestralidade e empoderamento feminino

A principal inspiração da nova religião é a quimbanda, tradição de matriz africana. Uma das figuras centrais é a pombagira, representando a força e a ancestralidade feminina. Para Malagueta, “quando falamos em pombagira, falamos da ancestralidade feminina, principalmente das mulheres empoderadas, que conquistaram seu espaço em meio à sociedade, mulheres à frente de seu tempo”.

Embora o espaço tenha ênfase no público feminino — especialmente vítimas de violência psicológica ou física —, a entrada não é vetada a homens ou pessoas de outros gêneros, desde que respeitem os valores da casa: o machismo não é tolerado.

Funcionamento e estrutura financeira

A Igreja da Pombagira funciona com apoio financeiro dos próprios fiéis e membros, que pagam uma contribuição mensal para manutenção, contratação de profissionais e ampliação da estrutura, que já ultrapassou R$ 500 mil em investimentos até agora.

Entre os planos estão a construção de cabanas para acolhimento presencial.

Além da sede em Porto Alegre, Malagueta coordena a “Casa da Pomba Gira” em Canoas (RS). Mesmo após ser devastada pelas enchentes entre abril e maio de 2024, ela será reinaugurada e incorporada à nova rede “Igreja da Pombagira”.

O projeto prevê expansão para outras cidades, valorizando religiões afro‑brasileiras com respeito institucionalizado.

Intolerância religiosa e desafios

Malagueta relatou sofrer atos de intolerância religiosa, inclusive em público. Ele conta que um pastor chegou a orar “para tirar o espírito da pombagira” dele — episódio que viralizou com quase cinco milhões de visualizações antes de ser removido pelas plataformas, sob alegação de intolerância religiosa.

Segundo ele, essa hostilidade se manifesta não apenas online, mas também de pessoas da mesma tradição religiosa.

Acolhimento sem procura por atendimento

Um dos principais objetivos do espaço religioso é acolher mulheres vítimas de violência, oferecendo auxiliares como psicólogos, advogados e assistentes sociais. Apesar disso, até o momento não houve procura por esse atendimento presencial — o que, de acordo com Malagueta, pode refletir o preconceito ou estigma associado ao pedido de ajuda.

Contexto e relevância

Porto Alegre abriga cerca de 65 mil terreiros, sendo referência das religiões de matriz africana no Brasil. A criação da “Igreja da Pombagira” reforça o crescimento de espaços religiosos que fundem espiritualidade e acolhimento social.

Fonte: O Liberal e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 24/07/2025/14:12:51

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