CNBB alerta para aumento de casos de abuso e exploração sexual de crianças no Marajó

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Só em 2017, foram denunciados 365 casos na região em apenas 8 dos 16 municípios da ilha. CNBB diz que número de casos aumenta cerca de 20% por ano.

A Conferência Nacional Dos Bispos do Brasil alerta para o aumento de casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes nos municípios da ilha do Marajó, no nordeste do Pará. Só em 2017, foram denunciados 365 casos na região em apenas 8 dos 16 municípios da ilha, uma média de duas vítimas por dia.

Segundo a Comissão de Justiça e Paz da CNBB, os números do abuso sexual de crianças e adolescentes no Marajó aumentam cerca de 20% por ano. Os casos se multiplicam com o aumento do fluxo de turistas na época de julho, de acordo com a Irmã Henriqueta, que atua há sete anos no combate ao crime no Marajó e coordena a Comissão de Justiça e Paz da CNBB.

“O Marajó tem uma beleza estupenda, que encanta todo mundo, mas por trás desse encantamento, o Marajó retrata um cenário que grita, que clama, uma miséria que precisa ser olhada, ser contemplada, e precisa ser resolvida de forma imediata, porque nós não aguentamos mais ver tanto sofrimento, principalmente de crianças e adolescentes”, diz a Irmã.

Para Henriqueta, a situação de miséria na região contribui para o aumento do número de casos. “Famílias passam 2 ou 3 dias sem saber o que é colocar uma panela no fogo. Passa uma balsa, uma embarcação, elas deixam as crianças irem porque sabem que, ao retornarem, elas trazem pelo menos um litro de óleo diesel ou então alguns reais ou então alguma coisa para satisfazer a fome naquele momento”, relata.

O bispo do Marajó, Dom Evaristo Spengler, pede atenção ao problema. “Vemos lá permanentemente meninas até de 6 anos de idade, 10, 11, 12, 14 anos, que estão nas balsas e são exploradas sexualmente por caminhoneiros, por pessoas que estão trafegando pelas balsas. É uma situação que pede um socorro, é necessária uma atenção permanente”, alerta o bispo.

A Polícia Civil informou que vai reforçar o policiamento no Marajó em julho, mas relata dificuldades para combater estes tipos de crimes. “A gente não recebe muitas denúncias. Essas situações são muito escondidas. Até a própria família, às vezes admite, consente”, afirma a delegada Aline Boaventura, diretora de atendimento a grupos vulneráveis.

Fonte: G1 PA.
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