Crise leva jovens a abandonar os sonhos e aceitar qualquer emprego

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A crise econômica está levando um número crescente de jovens a abandonar o sonho de um grande emprego e a aceitar qualquer oportunidade de trabalho. Eles já foram o pesadelo de muito RH. Jovens nascidos nas décadas de 1980 e 1990, cheios de energia, mas zero pacientes. Essa geração acabou de ter um choque de realidade.

“Esses jovens estão se dando conta de que a vida não era tão fácil quanto eles imaginavam. E o que os dilemas e os dramas que os pais viveram tinham suas razões, que eles estão experenciando agora”, analisa o antropólogo Michel Alcoforado.

O que esses jovens estão vivendo é a crise. 24,1% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estão atrás de trabalho.

“É interessante ver jovens que achavam que antes dos 30 iam virar diretores, jovens que achavam que podiam questionar a hierarquia do seu mundo do trabalho dizendo ‘olha’, melhor ficar quieto no meu quadrado enquanto ainda tem emprego”, diz o antropólogo.

Esses jovens estão atrás do primeiro emprego. E está difícil. “Eu vim no começo do ano e tinha mais vagas. Só que agora a gente encontra uma ou nenhuma. Aí fica meio difícil de conseguir um emprego”, conta a estudante Letícia da Paz.

E o salário, que eles esperavam que já começasse alto? “Há uns três anos, logo quando eu sai do Ensino Médio, a vaga de estágio o valor era entre R$ 1,2 mil e R$ 1,3 mil. Hoje a vaga de estágio que estou conseguindo é de R$ 700. Então defasou muito”, diz a estudante Cássia Soares.

Diante da primeira crise econômica, a relação dessa geração com o dinheiro também mudou. Os mais jovens perceberam que precisam guardar um pouco em vez de gastar tudo que ganham e esse comportamento é uma novidade, começou de dois anos pra cá.

Uma pesquisa feita com jovens no país todo mostrou que 32% deles vêm economizando há dois anos. Outros 34% começaram a fazer isso neste ano e o resto não guarda dinheiro porque não sobra nada ou porque não tem interesse.

“Estou deixando de comprar coisas, sair com a namorada, está muito dificil. O dinheiro está sumindo no bolso”, diz Wesley Coelho, que está desempregado.

Por JOrnal da Globo/Janaína Lepri São Paulo, SP

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