Em Placas, acusados por dupla tentativa de homicídio de servidores do Ibama são denunciados à Justiça pelo MPF

image_pdfimage_print

Operação Flamma em Placas, no Pará, ocorreu em julho de 2019 — Foto: Reprodução

Principais acusados podem ser punidos com quase 40 anos de prisão. Crimes foram cometidos em julho de 2019.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Justiça Federal seis acusados por uma série de crimes cometidos em tentativas de impedir fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Placas, no oeste do Pará, em 15 de julho do ano passado.

Na ocasião, madeireiros ilegais e seus cúmplices tentaram atear fogo em dois servidores e em um veículo da autarquia, tentaram bloquear um caminhão do Exército e ameaçaram incendiá-lo, e queimaram pontes, deixando a cidade isolada.

Madeireiro suspeito de liderar atentado contra fiscais do Ibama em Placas pode pegar até 30 anos de prisão
Operação Flamma prende suspeito de desmatar e invadir terras da União em Placas

Os acusados Cristiano de Sousa Paiva, vulgo Metralha, e Wesley Pádua de Oliveira, conhecido como Ceguinho, foram denunciados por dupla tentativa de homicídio qualificado, com emprego de fogo, mediante emboscada e para assegurar a ocultação de outro crime.

Eles também foram acusados por associação criminosa e por dificultar fiscalização ambiental. No total, esses crimes podem acarretar até 36 anos de prisão. Wesley Pádua de Oliveira foi denunciado, ainda, por posse ilegal de arma, crime punível com até 3 anos de prisão.

Foram denunciados por associação criminosa e por dificultar a fiscalização ambiental, ainda, os acusados Dhavid Rafael Oliveira Vieira, Mezaque Conceição de Jesus e Gedelson Viana, e Edileuza Pereira de Oliveira foi denunciada por associação criminosa. As denúncias foram oferecidas no dia 2 de junho.

Atentado ao Ibama

Segundo as investigações, apesar de a serraria Nova Aliança, de Wesley Pádua de Oliveira, estar sob vários embargos do Ibama e de ter sido lacrada, no dia da fiscalização foi detectado que os lacres tinham sido rompidos e que a empresa estava funcionando normalmente.

Na madeireira houve um início de tensão e os fiscais foram acuados por um grupo que se encontrava na empresa. Os dois servidores decidiram ir buscar apoio do Exército. Ao sair da empresa, a viatura do Ibama foi perseguida pelo grupo, que utilizava motocicletas e um caminhão carregado com madeira.

Dirigido por Cristiano de Sousa Paiva, o caminhão emboscou o veículo do Ibama, fechando o caminho e impedindo a passagem. Em seguida, Metralha desceu da boleia, pegou galões de combustível e pneus velhos na carroceria do caminhão e passou a derramar o líquido no veículo da autarquia ambiental, que só não foi incendiado porque os fiscais conseguiram manobrá-lo rapidamente e fugir.

Mais violência

Mesmo após o Ibama já ter conseguido apoio do Exército, o grupo da madeireira de Ceguinho não se intimidou. Segundo depoimentos aos investigadores, por três vezes Metralha jogou o caminhão carregado de madeira para cima do caminhão do Exército em trânsito, na tentativa de fazer com que o veículo militar saísse de uma rodovia.

Enquanto os servidores do Ibama estavam depondo na delegacia de polícia de Placas, o grupo da serraria voltou a ameaçar ateando fogo no veículo do Ibama e, desta vez, também no caminhão do Exército. Uma das pessoas envolvidas nos crimes chegou ao local com uma caminhonete com vários galões de combustível.

Foi preciso que os militares engatilhassem suas armas para evitar que o grupo se aproximasse do caminhão do Exército. Os servidores do Ibama permaneceram dentro na delegacia das 11h às 23h, e só conseguiram deixar o local após negociação com uma comissão de moradores. Durante o dia, as pontes de madeira de duas saídas da cidade foram queimadas.

“Cristiano capitaneia, na região, verdadeira resistência às ações fiscalizatórias realizadas pelo Ibama, sendo incitador de ações violentas. Já foi autuado anteriormente, e suas ações importaram, sem dúvidas, em forte clima de tensão diante da violência perpetrada com auxílio de terceiros, o que pode ser indicativo de existência de verdadeira associação criminosa em plena ação na região”, destaca o MPF na denúncia.

Por G1 Santarém — Pará

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835- (93) 98117 7649.

“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br   e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com

 

 

 

%d blogueiros gostam disto: