Exportações de madeira crescem 89% no Pará

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Balanço mostrou que o comércio internacional de madeira oriunda do Estado movimentou mais de US$ 180 milhões, com a produção de 108 toneladas de produtos madeireiros, nos cinco primeiros meses do ano

As exportações de madeira pelo Pará cresceram 89% no valor e 4% na quantidade exportada, no período entre janeiro e maio desse ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. O aumento foi divulgado em balanço produzido pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), com base em dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

No total, a venda internacional de madeira pelo estado do Pará movimentou cerca de US$ 180 milhões, com mais de 108 mil toneladas de produtos madeireiro enviados para fora do país. A alta foi puxada, principalmente, pela exportação de madeira perfilada (pisos, decks, tacos e frisos), que apresentou aumento de 111%. Este foi, também, o principal produto exportado, representando cerca de 76% do total movimentado no período.

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Outros produtos que contribuíram para puxar esses dados para cima foram artefatos de madeira para mesa e cozinha, que cresceu mais de 170% em valor e 180% em quantidade exportada, e painéis de fibras aglomeradas, os famosos MDFs, que até o ano passado não eram exportados e esse ano já se apresentam como o terceiro principal produto da pauta de exportação de madeira, movimentando mais de US$ 14 milhões nos cinco primeiros meses do ano.

O principal destino dos produtos paraenses continuaram sendo os Estados Unidos, responsável por cerca de 60% das importações, seguidos da França (16,2%), Dinamarca (8,13%), Holanda (7,71%) e Bélgica (6%). De acordo com o presidente da Aimex, Eduardo Leão, a produção florestal madeireira no Estado vem superando um cenário de sucessivas dificuldades, entre elas a pandemia da Covid-19, problemas técnicos e estruturais de órgãos ambientais locais e até mesmo um desabastecimento de contêineres de armazenamento para exportação, que afetou o setor exportador de todo o mundo.

“No entanto, aos poucos, estamos conseguindo atravessar esses desafios e enxergar um horizonte mais promissor para a produção florestal e para a exportação de madeira paraense. Esse primeiro semestre do ano que está acabando é uma prova disso, pois, apesar de um cenário ainda de incertezas a nível mundial, com uma guerra acontecendo, a pandemia que ainda convive conosco e uma inflação que vem afetando o mundo todo, estamos fechando esse balanço parcial de forma positiva, conseguindo retomar nossa produção, lançar novos projetos e firmar novos contratos. Recentemente, estivemos em uma feira na França, considerada a maior do setor no mundo, onde pudemos falar sobre a forma sustentável de nossa produção e a qualidade dos nossos produtos”, resume Leão.

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A cautela apontada pelo presidente da Aimex é justificada, pois apesar do recuo da pandemia ter aquecido novamente os mercados, a inflação a nível mundial, inevitavelmente, está levando os países a aumentar a taxa de juros e a uma consequente retração no consumo. Isso já começou a ser visto nos Estados Unidos, com o FED, o Banco Central Americano, promovendo um aumento acentuado nos juros, e também com o próprio Banco Central brasileiro elevando a Selic, a taxa básica de juros.

Apesar disso, um outro fator que pode ser positivo para a produção paraense são mudanças implementadas na produção florestal europeia, principalmente as realizadas pela Rússia, que recentemente proibiu a venda de madeira em tora oriunda de suas florestas e fixou uma taxa sobre a exportação de madeira simplesmente serrada acima de 10 cm de espessura. “Essas medidas farão a madeira russa ficar mais cara, o que pode fazer com que a União Europeia, nosso segundo principal importador, procure mais os produtos paraenses”, explica o consultor técnico da Aimex, Guilherme Carvalho.

A proibição da exportação de madeira em tora oriunda de florestas nativas, que a Rússia coloca em prática agora, já é realidade no Brasil desde 1989, em um pleito encabeçado pela própria Aimex junto às autoridades. Hoje, quase a totalidade dos produtos exportados pelo Pará possui um alto valor agregado, como pisos, decks, portas, janelas, utensílios de cozinha, entre outros.

Para isso, foi preciso a indústria fazer o dever de casa e investir alto em tecnologia e qualificação de mão de obra. “A conta é simples: quanto maior a agregação de valor, ou seja, quando mais trabalhado é um produto, mais gera renda, emprega mais e com postos de trabalho melhor. E esse trabalho, a indústria florestal paraense fez lá atrás, somos pioneiros nesse quesito”, finaliza Guilherme Carvalho. (Por:Rafael Sobral – Fotos “Banco de Imagens Aimex”).

Jornal Folha do Progresso em 30/06/2022/

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