Madeireiro quer virar o ‘rei’ do hambúrguer

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Assediada por fundos, rede de Curitiba abre loja em Miami e fábrica própria neste mês

Nos 15 anos em que morou em Rondônia e atuou na extração de madeira na Amazônia, o paranaense Junior Durski – nome “artístico” de Luiz Renato Durski Junior – aprendeu a cozinhar na marra. Como não havia restaurantes e nem muito a fazer na floresta amazônica, tornou-se chef por hobby. Hoje dono do Madero, rede de hamburguerias que bate de frente com concorrentes de peso como o americano Outback e está prestes a inaugurar uma fábrica própria e uma unidade em Miami, Junior demorou para acertar o passo ao trocar a serra elétrica pelos condimentos. Durante dez anos, tudo o que ele acumulou foram consecutivos prejuízos.

A primeira experiência de Junior no ramo de restaurantes veio em 1999, quando abriu um restaurante de comida polonesa, em homenagem à origem da família. O dinheiro, porém, continuou a vir da madeireira – Junior só abandonaria o negócio em 2012. Mesmo o Madero, que foi assediado em 2015 por fundos de investimento como Actis e Carlyle e apresenta hoje um acelerado crescimento – a receita saltou 1.000% em cinco anos e atingirá R$ 200 milhões em 2015 –, demorou a pegar. Encantado com o hambúrguer que ele mesmo havia criado, o empresário não entendeu que precisaria “conquistar o direito” de cobrar caro e se vender como opção premium.

Passatempo: durante temporada na Amazônia, Junior Durski adquiriu o hobby de cozinhar
Fábrica: produção da rede é concentrada em Ponta Grossa

A virada se deu em 2010, quando os preços dos hambúrgueres foram cortados em 40% porque todas as sete lojas da rede operavam no vermelho. “A receita subiu 300% no primeiro mês, e o número de pessoas nos restaurantes foi multiplicado por cinco”, lembra Junior. Lojas que não chegavam a faturar R$ 40 mil em 2010 hoje têm receita de R$ 700 mil. Turbinada pela propaganda boca a boca de quem experimentou o produto, a rede pôs o pé no acelerador e não tirou mais.

O Madero encerrará 2015 com 63 lojas, incluindo a que será aberta em Miami nesta semana. A empresa também terá uma fábrica própria, fruto de um investimento de R$ 30 milhões em Ponta Grossa (a 100 quilômetros de Curitiba), que será inaugurada ainda em novembro. Na nova unidade, o Madero fabricará o próprio hambúrguer – produzido por uma máquina de 1,2 milhão de euros que não pressiona a carne –, sobremesas, pães, entradas e misturas de temperos. Tudo sai congelado, em caminhões próprios, que fazem o papel de ‘outdoor’ nas estradas.

Para financiar a expansão, Junior buscou ajuda financeira. Chegou a negociar a venda de parte do Madero, mas optou por emitir debêntures de R$ 88 milhões, compradas pela gestora paulistana HSI. Usou o dinheiro para pagar uma dívida de R$ 40 milhões com o Itaú e capitalizar o negócio. Apesar da crise, o empresário pretende fazer sua maior expansão em 2016: serão mais 25 unidades, com a expectativa de elevar o faturamento para cerca de R$ 330 milhões.

Embora seja uma aposta ousada – afinal, a crise está à espreita de todos os setores –, Junior diz que o risco da empreitada é calculado. “Se tudo der errado, eu vendo uma fatia do negócio”, resume. No entanto, o ex-madeireiro diz que os números ainda estão a seu favor. “No primeiro semestre de 2015, eu cresci 8,5% nas lojas em funcionamento há mais de um ano.”

Estratégia. O Estado conversou com fontes de mercado que classificaram o negócio do Madero como “redondo”. A estratégia de Junior, dizem as fontes, é clara e faz sentido. “Ele quer crescer rápido, pois um comprador externo exige escala. Daqui a alguns anos, se conseguir cumprir as metas, ele poderá se vender a investidores como a maior rede de restaurantes casuais do Brasil”, diz uma fonte. Por enquanto, ele está bem distante do Outback, que tem cerca de 90 lojas, mas já é bem maior do que concorrentes como Applebee’s e América.

Para o consultor em food service Sérgio Molinari, proprietário da Food Consulting, a proposta do Madero não pode ser considerada inovadora. No entanto, o especialista afirma que o custo-benefício do restaurante, que tem um valor médio individual de R$ 55 por refeição, é visto como um exemplo a ser seguido. “O hambúrguer é muito gostoso e o ambiente das lojas também está bem acima da média do setor”, diz Molinari. A arquitetura das lojas, aliás, também foi desenvolvida por Junior dentro de casa – literalmente. A responsável pelo projeto é sua esposa, Kathlen.
ESTADÃO-
Fernando Scheller – Enviado especial / Curitiba e Ponta Grossa

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Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981171217 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)  (093) 35281839  E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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