Mandante e executor condenados pelo assassinato de ambientalistas no PA seguem impunes 9 anos após o crime

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O casal José Claúdio e Maria do Espiríto Santos foi vítima de uma emboscada em 24 de maio de 2011 na zona rural de Nova Ipixuna, sudeste do estado. (Foto:Reprodução)

Assassinato do casal de extrativistas em Nova Ipixuna completa nove anos

“A sensação que nós temos é de total impunidade. Enquanto não houver justiça, nós não teremos paz”, diz Claudelice Santos, irmã do extrativista José Claúdio que em 24 de maio de 2011 foi assassinado junto com a esposa, Maria do Espírito Santos, em uma emboscada.

No domingo (24), o crime cometido na zona rural de Nova Ipixuna, sudeste do Pará, completou nove anos. Foragidos, o mandante do crime e um dos executores foram condenados, mas não cumprem a pena estabelecida pela Justiça.

José e Maria eram defensores da natureza e denunciavam a extração ilegal de madeira no interior do Pará. Antes do assassinato, José denunciava ameaças que sofria em uma palestra:

“Eu vivo com a bala na cabeça a toda hora. Posso estar aqui hoje, conversando com vocês, mas daqui a um mês vocês podem saber da notícia de que eu desapareci”, disse.

Meses depois, os ambientalistas foram vítimas de uma emboscada no assentamento Praia Alta Piranheira.

Em 2012, a Organização das Ações Unidas (ONU) homenageou o casal de ambientalistas, exaltando o trabalho de José e Maria na preservação da floresta Amazônica.

Condenados

Em 2013, dois homens apontados como executores do crime foram condenados, Lindon Johnson Silva Rocha a 43 anos e oito meses de prisão e Alberto Lopes do Nascimento, condenado a pena de 45 anos. Em 2015, dois anos após sua prisão, Lindon fugiu da cadeia e continua foragido até hoje.

O fazendeiro apontado como mandante do crime, José Rodrigues Moreira, foi absolvido no primeiro julgamento realizado no ano de 2013, em Marabá. O Ministério Público conseguiu anular a decisão. Em 2016, José Rodrigues, que estava foragido da Justiça, foi condenado a 60 anos de prisão pelo duplo homicídio. Nove anos após o crime, o fazendeiro ainda não foi preso para cumprir a pena.

Impunidade

No domingo, Claudelice voltou ao local onde há nove anos o irmão teve a vida retirada.

“Nove anos depois, nós ainda clamamos por justiça. Nós ainda pedimos justiça para José Claúdio e Maria. Essa injustiça, essa impunidade, nos faz refletir muito sobre a questão da violência no campo, a questão dos assassinatos de defensores dos direitos humanos e do meio ambiente. Nove anos depois, o Estado brasileiro continua com suas sucessões de impunidades”, disse.

Por G1 PA — Belém/25/05/2020 17h54

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