‘Não tinha data pior para isso acontecer’, diz presidente do Sindilojas

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Impacto da pandemia será maior para as pequenas empresas, que representam 95% do comércio de Belém (Foto:Ivan Duarte / O Liberal)

Às vésperas do Dias das Mães, uma das datas mais importantes para o comércio, as rigorosas medidas restritivas de circulação de pessoas, o chamado “lockdown”, afetam fortemente o setor, já em situação delicada em razão da redução nas vendas, efeito de medidas anteriores para enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

No entanto, o novo decreto anunciado pelo governador Helder Barbalho e publicado em edição extra do Diário Oficial, na terça-feira (5), já era aguardado, uma vez que o Pará não vinha alcançado os índices de isolamento social esperados, apesar de todas as campanhas feitas.

“A gente entende o motivo que levou tanto o governador quanto o prefeito de Belém a juntos assinarem esse decreto, mas será muito prejudicial para os empresários”, afirmou Joy Colares, presidente do Sindicato dos Lojistas de Belém (Sindilojas).

Segundo ele, o impacto maior será para as pequenas empresas, que representam 95% do comércio de Belém. “Uma vez que mesmo com todas as restrições (anteriores), ainda tinha uma receita diária que entrava, seja através de cartão de crédito ou dinheiro e que a partir de agora será zero. Isso vai afetar diretamente, principalmente essas empresas menores, porque o próprio caixa do dia servia de subsistência não só para a empresa, como para a família. É muito complicado, já estava muito difícil a manutenção das empresas. A gente prevê que vai acarretar o fechamento de algumas empresas, não dá para estimar o número agora, e até fechamento de postos de trabalho”, afirmou. “Não tinha data pior para isso acontecer”, completou, referindo-se ao período de venda do Dia das Mães.

Joy observa que, até o Decreto Municipal Nº 96190, assinado pelo prefeito Zenaldo Coutinho, no dia 27, era possível trabalhar com delivery. Mas, pelo texto do artigo 5º, do Decreto Estadual nº 729, de 5 de maio, fica autorizado o serviço de delivery “de alimentos in natura e industrializados, comida pronta, medicamentos, produtos médico-hospitalares e produtos de limpeza e higiene pessoal”. Isso significa que agora nem o delivery vai poder ser feito pelas atividades consideradas não essenciais.

“Ou seja, se eu tenho no Dia das Mães perfume para entregar, agora não posso entregar, porque pelo decreto não está nos essenciais. Isso é até uma das coisas que nós vamos esclarecer. Nem o cliente vai poder sair de casa para ir buscar, pelo que está escrito”, avaliou. De acordo com o presidente do Sindilojas, uma reunião seria realizada com o prefeito Zenaldo Coutinho para estabelecer esses pontos.

Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belém (CDL), Álvaro Cordoval diz que o setor já estava na expectativa de que fossem adotadas medidas mais rigorosas, porque o assunto vinha sendo comentado. “Agora, é muito difícil para nós empresários, sem dúvida nenhuma. Mas é uma situação que temos que enfrentar com sabedoria e tolerância”, declarou.

“Na medida que isso for passando, tem que ter a criatividade. Isso deve trazer mudanças no sistema de mercado, avanços na área de tecnologia, para facilitar o desempenho das empresas, especialmente através dos meios eletrônicos”, completou.

Para ele, essa mudança deve começar a ser trabalhada por outras empresas. Uma das alternativas mais prováveis serão as vendas online. “Porque realmente é preciso usar a criatividade e os meios que hoje já são possível. Isso com certeza trará mudanças no mercado e os que melhor se adaptarem sairão mais fácil dessa crise”.

O presidente do Conselho de Jovens Empresários (Conjove), João Marcelo Santos, diz que o cenário atual tem dividido opiniões entre os que estão preocupados com a economia e defendem o fim do isolamento e os que estão preocupados com a saúde e defendem o isolamento.

“Eu como presidente do Conselho de Jovens Empresários, sempre irei sair em defesa desta classe e a favor de nosso Estado. O cenário hoje é muito preocupante na área da saúde, não temos vagas em hospitais públicos ou privados. Os jovens empresários estão seguindo decretos de isolamento tanto de governo quanto de prefeitura desde o mês de março, e o números só aumentam, o povo sem trabalho vai pra rua, não por falta de disciplina ou juízo e sim porque não ter dinheiro e nem espaço físico para ficar. O fechamento ou restrições das empresas não essenciais estão tendo consequências até pior que a pandemia, como o aumento do desemprego, o que irá refletir em caos social, como já estamos vendo”, afirmou.

Para ele, permitir a economia girar, mas com todos os cuidados e respeitando as regras da OMS, é o melhor caminho. “Impor lockdown e não ter capacidade de fiscalizar quem está fazendo festas ou está nas ruas ou não ter capacidade de aumentar sua capacidade de atendimento na saúde, é prejudicar ainda mais a economia”, avalia.

“Creio que a solução está na união dos nossos governantes e investimentos em testes em massa para aplicar em nossa população, e assim poder ter estratégias mais qualificadas de combate a este vírus. Atualmente, só está testando quem tem dinheiro, pois os testes são caríssimos. Decretos governamentais são pra ser respeitados e vamos respeitar, e vamos rezar para que no dia 17 este número esteja controlado pelo bem dos paraenses”, completou.

Por:Keila Ferreira

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