No Pará, cacau utilizado em cerimônias destaca saberes tradicionais amazônicos e protagonismo feminino
Foto: Reprodução | A Cacauaré é uma marca familiar, feita por mulheres, dedicada à produção de cacau cerimonial para rituais de cura na região amazônica e subprodutos de qualidade. Fundada no município de Mocajuba (PA), o negócio alia bioeconomia, sustentabilidade e saberes tradicionais de povos tradicionais para oferecer uma experiência única aos seus consumidores.
Quem lidera a marca é Noanny Guimarães Maia, advogada, administradora, filha e neta de produtores ribeirinhos do Pará. Em vez de focar em barras para consumo, ela optou pela produção do cacau cerimonial ou cacau medicinal: um chocolate 100% que leva amêndoas cuidadosamente selecionadas, fermentadas, secas e torradas em sua própria propriedade.
Rico em antioxidantes e nutrientes, o cacau é apreciado por civilizações antigas da América Central e do Sul desde tempos remotos. Para determinados povos, era sagrado, usado em rituais de cura física, mental e espiritual, e fazia parte de cerimônias religiosas. Além disso, o fruto era tradicionalmente associado à energia feminina e à fertilidade.
“São produtos que ajudam no autoconhecimento e na cura da alma. Sem esquecer que valorizam a floresta em pé, o que é fundamental para mantermos nossas culturas vivas. […]. O nosso trabalho também inclui o empoderamento feminino, pois a nossa empresa é composta totalmente por mulheres”, destaca Noanny Maia, fundadora do negócio.
A marca também fabrica outros produtos da sociobiodiversidade que promovem a valorização e a proteção da floresta amazônica. A lista inclui geleia, chá, xarope, licor, nibs, granola, melaço, vela e outros subprodutos do cacau, comercializados via marketplace e entregues em diversas regiões do país.
Outro nicho é o turismo de experiência, que permite a pessoas interessadas conhecerem mais sobre a cultura ribeirinha, bem como o cultivo e o beneficiamento do fruto.
Todo esse processo beneficia não apenas os consumidores, que adquirem produtos de qualidade, mas também os produtores de Mocajuba. São mais de 30 famílias beneficiadas, incluindo ribeirinhos, indígenas e quilombolas e tornando o município de Mocajuba um dos principais polos de produção agroextrativista, e sustentável na região do Baixo Rio Tocantins, que abriga uma variedade rara de cacau de várzea, nativo do Brasil.
Ao longo dos anos, a Cacauaré participou de programas de aceleração pela Fundação CERTI e obteve empréstimos em bancos. Hoje, integra o portfólio do Lab de Impacto, o programa de aceleração do Impact Hub Manaus — um dos principais ecossistemas de inovação e impacto socioambiental da Amazônia. É uma das empresas que está disponível na vitrine digital do projeto: labdeimpacto.com.br.
Como resultado de toda essa dedicação, Noanny venceu o prêmio “Sebrae Mulher de Negócios 2024”, na categoria Pequenos Negócios, promovido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Os planos futuros é fortalecer a infraestrutura e tornar as comunidades autônomas e autossuficientes. “Queremos ter mais apoio, principalmente de outras mulheres e de quem entende o valor da sociobiodiversidade da Amazônia, que pode trazer muita prosperidade para os povos tradicionais da floresta”, finaliza Noanny.
Fonte: Tapajós Notícias e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 07/07/2025/16:00:11
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