Pará perde 9.524 postos de trabalho, diz pesquisa

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Varejo, indústria e serviços foram os responsáveis pelo saldo negativo

No primeiro semestre deste ano, o Pará teve um saldo negativo de 9.524 postos de trabalho. Mas os dois últimos meses mostram uma tendência de reversão desse cenário. “Em junho, tivemos um saldo positivo de 680 postos de trabalho. E, em julho, 1.800 postos de trabalho. Esses dados mostram que há uma tendência de arrefecimento desse cenário de queda do desemprego”, disse, ontem pela manhã, o presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Eduardo Costa. Em entrevista à imprensa, ele e o secretário adjunto de Trabalho, Emprego e Renda, Everson Costa, divulgaram os principais resultados do Boletim do Trabalho e Renda no Pará no 1º semestre de 2017, um estudo realizado em parceria pelos dois órgãos.

Em que pese o contexto de recuperação do emprego no plano nacional, o saldo de empregos no Pará no primeiro semestre de 2017 foi negativo em 9.524 vínculos trabalhistas, resultado proveniente do baixo desempenho produtivo das atividades industriais, em especial a produção de bebidas e minerais não metálicos; varejista e de serviços. Diante desse cenário, o estoque de trabalhadores formais paraense reduziu 1,3%, respondendo por 82% das perdas de vínculos empregatícios da Região Norte (-11.612 com retração de 5%). Segundo Eduardo Costa, esse primeiro semestre é resultado de uma grave crise econômica que vem assolando o Brasil desde 2014. “O Brasil vem tendo quedas sucessivas do PIB, uma crise política que afetou fortemente a economia, e você tem um cenário maciço de desemprego nacional. E isso vem impactando o estado do Pará, gerando, portanto, como consequência, uma diminuição no consumo das famílias e nos gastos governamentais, uma retração dos investimentos privados”.

Mas, no caso do Pará, acrescentou, há um fenômeno adicional: a desmobilização de grandes obras, como, por exemplo, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte e o projeto da Mina de Ferro S11D, em Canaã dos Carajás, “que responde, em grande parte, pelo desemprego no Pará. O desemprego no Pará, de certa forma, é puxado fortemente pela construção civil, em função de Belo Monte e do projeto da Mina de Ferro S11D, e o setor de comércio, principalmente na Região Metropolitana de Belém, em função fundamentalmente do cenário macroeconômico nacional”. Conforme o presidente da Fapespa, 2017 pode ser caracterizado como ano da incerteza. “A instabilidade política acaba afetando a economia, e isso, de certa forma, cria um cenário completamente nebuloso no comportamento do mercado de trabalho. Qualquer desdobramento mais acentuado da Operação Lava Jato, por exemplo, pode influenciar a tomada de decisão dos atores, como as famílias que deixam de consumir ou mesmo os empresários que deixam de investir”, disse.

Eduardo Costa disse que o Brasil, hoje, “precisa necessariamente ser recolocado dentro de uma trajetória de sustentabilidade. O próprio aquecimento da economia nacional é reflexo de algumas questões sazonais, como o saque das contas inativas do FGTS, ou a Lei da Terceirização, mas não vêm demonstrando uma sustentabilidade no que se refere à retomada do crescimento econômico. A projeção para esse ano é que, no cenário mais otimista, o Brasil cresça 0,3%. O Brasil vive uma década perdida, inclusive há uma mobilidade negativa na sociedade, e isso de certa forma ajuda a explicar um pouco o comportamento do mercado de trabalho”. Mesmo assim, ele afirmou que 2017 é melhor que 2016. “Em 2016, fechamos o ano com 39 mil postos negativos no mercado de trabalho no Pará. No início deste ano lançamos uma projeção de 21 mil postos de trabalho negativos no Pará. Mas isso já está sendo revisto pela Fapespa, em função até dos acontecimentos dos últimos dois meses, dependendo da projeção do saldo dos empregos nos próximos meses. A tendência é que essa projeção caía. Inclusive, a expectativa é de cair 10 mil, 12 mil postos de trabalho negativos. É um dado positivo em relação ao cenário do início do ano. Apesar de gerar ainda um saldo negativo no mercado de trabalho, o ano de 2017 vai gerar um saldo negativo menor dp que o esperado no início do ano”, afirmou Eduardo Costa.

Fonte: ORMNews.
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