Paraense disputa título de melhor ‘b-boy’ dançando carimbó no Japão

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Um paraense que mora no bairro do 40 Horas, em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, está em Nagoya, no Japão, para disputar neste sábado (3) a fase da final da maior competição do mundo de “breakdance”, um estilo de dança de rua. Com apenas 20 anos, Leony Pinheiro foi o vencedor da etapa nacional da disputa entre os “b-boys”, como são chamados os competidores que se enfrentam entre si.

Leony conta que em suas apresentações gosta de mostrar uma dança típica do Pará, o carimbó. “Procuro dançar tranquilo, alegre e sempre levo muita coisa do Pará. Procuro jogar um Carimbó, e, às vezes, alguns elementos do Tecnobrega nas apresentações. É muito forte em mim o Carimbó, sempre levo ele pra dança”, conta o paraense.

Leony venceu a última etapa, disputada na quinta-feira (2), em que competiu com os melhores de 38 países. Neste sábado, ele vai para a chamada “finalíssima”, batalha que contará com outros 15 competidores.

“Minha preparação foi normal, não mudei muita coisa nos meus treinos. Só procurei focar mais, me centrar mais na hora de treinar. Além das minhas séries de movimentos, também fiz exercícios físicos, pra ficar no meu melhor”, conta.

Leony é vencedor do título nacional e já havia conquistado o mesmo título em 2013, mas ainda não ganhou o mundial. Iniciado no break ainda criança, ele começou a competir em 2011 e já dançou em países como Portugal, Colômbia e França.

Ganhar o título de melhor b-boy do Brasil pode ter sido uma surpresa, mas não foi inesperado. “Foi uma emoção única ganhar essa grande competição porque é muito difícil treinar e se dedicar a isso”, diz. “A vitória foi uma consequência de tudo”, afirma.

O Brasil ainda terá outro representante na competição, que disputará apenas a etapa final: o b-boy Neguin, que já levou o título de campeão mundial em 2010 e que atualmente e integra um time com os melhores b-boys da cena mundial.

Talento paraense
Leony nasceu na capital paraense e conta que aprendeu a dançar quando tinha 12 anos. “No começo, era só um hobby, mas virou profissão no momento em que ganhei a primeira competição da minha vida, ganhei roupa, equipamentos e R$100. Dali em diante, eu percebi que isso poderia se tornar uma profissão pra mim”, revela Leony.

No auge da carreira, Leony conta que já buscou apoio junto a órgãos públicos, mas não teve êxito. Ele acredita que falta incentivo para os b-boys. “Se hoje eu estou aqui no Japão, não é pelo incentivo do governo, mas sim pelo incentivo da minha família, pelo meu esforço e trabalho”, desabafa Leony.

O b-boy paraense conta que a carreira que seguiu serve de inspiração para muitas crianças e jovens no bairro onde mora, conhecido pelo alto índice de criminalidade. “O hip-hop tirou minha vida de um lugar ruim. Ainda moro lá, mas hoje sou inspiração para muitas crianças, para tirar elas da maldade, de um caminho ruim”, disse.

G1PA

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