Partido do Centrão, o União Brasil indica Celso Sabino para ser ministro de Lula

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Celso Sabino está prestes a ser nomeado Ministro do Turismo do terceiro governo Lula. Mesmo não tendo apoiado a eleição do presidente petista, interlocutores do governo acenam para mudanças ministeriais, com partidos como o União Brasil, afim de pacificar a relação com o Centrão e dar andamento na pauta favorável ao planalto, dentro do Congresso Nacional. Outros cargos estão em discussão e podem ser anunciados ainda essa semana, inclusive no Pará.

As turbulências entre governo e congresso podem estar com os dias contados. É que partidos do Centrão estão sendo chamados para negociar com o governo, a aprovação de seus projetos na Câmara e no senado e para tal, mudanças nos ministérios do governo Lula são vistas como a chave principal para destravar a pauta do governo federal no parlamento.

Durante a semana passada alguns jornais nacionais publicaram matérias ventilando a possibilidade do deputado federal pelo Pará, Celso Sabino (União Brasil) assumir um ministério no governo Lula.

Além dele, outros parlamentares do partido também estavam cotados para a missão. O deputado federal tocantinense Carlos Henrique Gaguim (União-TO) era um deles.

No entanto, uma fonte de diogenesbrandao.com muito bem articulada nos bastidores de Brasília, nos informou neste domingo (04), que a indicação do nome do parlamentar paraense foi definida entre os deputados e senadores de seu partido e que ele deve ser de fato nomeado e assumir o Ministério do Turismo nos próximos dias.

O jornal O Globo noticiou na última sexta-feira (02): “O União Brasil tem hoje três ministros. São eles Waldez Goes (Integração Nacional), Daniela Carneiro (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações). Apesar disso, a bancada na Câmara não se sente contemplada. Os deputados do União dizem que Waldez é ligado apenas ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) e que as escolhas de Daniela e Juscelino não tiveram a participação dos deputados do partido.

Daniela inclusive pediu para se desfiliar da legenda, e seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, se filiou ao Republicanos. Ainda que a legenda na Câmara desejasse pastas mais relevantes, a expectativa é que a relação com o partido melhore após o ajuste ministerial.

Na quarta-feira, Lula chamou ao Planalto o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, e reconheceu que a forma como os ministros do partido foram escolhidos foi equivocada. O próprio Elmar tentou ser ministro da Integração Nacional, mas foi vetado por ser rival do PT na Bahia. Agora, dizem aliados, ele não tem tentado de novo entrar na Esplanada: seu principal projeto é ser presidente da Câmara na sucessão de Lira”.

Como se vê, o União Brasil já possuia como ministra do Turismo, a deputada federal Daniela Carneiro, mas há rumores de que ela esteja de saída do partido. Seu nome já é considerado como cota pessoal do presidente Lula. Mesmo que fique no União Brasil, ela não tem boa relação com a bancada, nem com a Executiva do partido.

Celso Sabino é amigo pessoal e pessoa de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira que sempre o elogia por sua atuação como articulador entre diversos partidos, sendo que ganhou muito destaque como presidente da Comissão Mista do Orçamento e por ter sido um dos coordenadores da campanha de Lira, que foi reeleito presidente da Câmara no dia 1º de fevereiro deste ano.

O União Brasil também tinha interesse pelo Minstério da Integração Regional, que tem um orçamento maior e mais capilaridade que o Ministério do Turismo. No entanto, sabedores de que a disputa pela pasta é mais difícil, além do que, o atual ministro Waldez Góes, é aliado do senador Davi Alcolumbre, também União Brasil, só que do Amapá e que já foi presidente do senado.

Segundo o noticiário nacional, membros do governo Lula chegaram a sinalizar mudança no Ministério das Comunicações, onde Celso Sabino estava sendo cotado, mas isso implicaria na saída do ministro Juscelino Filho, também deputado do União Brasil, mas que não é visto como um nome que contemple a bancada do União e nem traz votos para o governo. Sendo assim, o partido bateu martelo pelo Ministério do Turismo.

Em abril de 2023, o União Brasil possuía 1.063.492 filiados, sendo assim o sexto maior partido do país. O presidente Lula sabe disso e sente a necessidade de se articular melhor com o Congresso e para isso vem explicando para a militância petista e aliados na esquerda, porque precisa dividir o poder com os partidos do Centrão, se quiser aprovar leis e programas de governo no parlamento.

TRAJETÓRIA POLÍTICA E PROFISSIONAL

Em 2010, Celso Sabino foi eleito deputado estadual com 19.140 votos nas eleições daquele ano, ficando como suplente, mas vindo a assumir o mandato em 2011 pelo Partido da República (PR). Em 2012, ocupou o cargo de Secretário Estadual na Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda (Seter).

Em 2013, disputou a reeleição pelo PSDB, vindo a assumir a presidência do Instituto de Metrologia do Pará (IMETROPARA), no último governo de Simão Jatene.

Em 2018, Celso Sabino foi eleito deputado na Câmara Federal, em Brasília, com 146.288 votos pelo PSDB, onde atuou até janeiro de 2021, como vice-líder do partido no Pará.

Já no União Brasil, Celso Sabino foi reeleito deputado federal nas eleições de 2022, com 142.326 votos.

Celso é graduado em Administração pela Universidade da Amazônia (UNAMA), e em Direito pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA). Além disso, possui pós-graduação em Controladoria, Auditoria e Gestão Financeira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e concluiu o curso de aperfeiçoamento em Gestão Pública Tributária, pela Escola de Administração Fazendária (ESAF).

Foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados (OAB) e finalizou, em 2017, o doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais, na Universidad del Museo Social Argentino (UMSA), na Argentina.

Aos 22 anos foi aprovado no concurso para Auditor Fiscal na Secretaria da Fazenda (SEFA) e recebeu licença para exercer o cargo de deputado federal em 2018.

Em 2021, Celso anunciou sua saída do PSDB após desavenças entre algumas alas do partido, principalmente depois de ter sido indicado para o cargo de liderança da Maioria na Câmara Federal. Até então, o parlamentar já havia se envolvido em polêmicas dentro do próprio partido, sobretudo com acusações do presidente dos tucanos na época, de que Celso estava se aliando ao Governo Jair Bolsonaro, levando a abertura do processo de expulsão do partido.

Celso Sabino rebateu a narrativa do presidente dos tucanos dizendo que as articulações que resultaram em sua indicação começaram há mais de dois meses e de que ele “foi indicado por 11 partidos para assumir a Liderança da Maioria na Câmara dos Deputados e que a liderança da Maioria é uma instituição prevista na Constituição Federal, com assento no Colégio de Líderes e no Conselho da República”, informou naquele momento, com exclusividade, ao blog AS FALAS DA PÓLIS.

 

 

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