Planalto diz que vai ‘repactuar’ governo com a saída do PMDB

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O rompimento do PMDB não foi evidentemente surpresa alguma para o governo, que decidiu retaliar identificando o vice-presidente Michel Temer com um conspirador golpista. Além de atacar agora Temer, o Palácio fala em formar um novo governo. A palavra da vez, no Palácio do Planalto, é repactuação. Não fica lá muito claro o que significa na prática.

É mais ou menos assim: tentar refazer laços com partidos que ainda estão na base de apoio do governo, mas que tinham bem menos espaço e visibilidade política que o PMDB, por exemplo, que ainda está com seis ministérios e cerca de 600 cargos.

Além dos partidos que estão juntos há anos com o PT, como o PC do B e o PDT, outros partidos ensaiam uma retirada do governo, como o PP, e a maioria de bancadas de outros partidos da base como o PR e PSD se decalara a favor do impeachment.

Aí a tal repactuação também quer dizer negociar, como se diz, no varejo, com cada parlamentar, mesmo os de partidos que deixem de apoiar o governo. O que dá muito mais trabalho, e o resultado é incerto.

Agora, o PMDB rompeu com o governo, mas diz que não resolveu nada ainda sobre como os parlamentares vão votar no processo de impeachment, que é a questão vital, literalmente, para o governo Dilma.Desde que o PT assumiu a presidência da República, é a primeira vez que o partido fica fora da gestão.

O Palácio sinalizou que tem pressa em negociar os cargos que ficarem vagos pelo PMDB. O chefe de gabinete da presidente Dilma, ministro Jaques Wagner, disse que até sexta-feira (1º) pode ser que se já tenha algo mais concreto sobre essa nova etapa do governo.

Voltou a defender o ex-presidente Lula no ministério, na Casa Civil, para contribuir mais na articulação política. Sobre a relação da presidente Dilma com o vice, Michel Temer, o ministro falou que a relação entre os dois agora “é educada, mas politicamente interditada.”

“O PMDB tomou a sua decisão, uma decisão rápida e eu acho que foi bom que ele tomasse antes da votação que nós teremos pela frente, repito, porque dá oportunidade, desse ponto de vista foi positivo, porque dá oportunidade para presidente Dilma repactuar o seu governo, não apenas para a votação que se aproxima, mas repactuar seus dois anos e nove meses que lhes restam”, declara Jaques Wagner,  ministro-chefe do gabinete da presidência.

O vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá, um dos principais defensores do rompimento, afirmou que a partir de quarta-feira (1º), o PMDB como partido não ocupa mais nenhum cargo no governo, sem exceções, mas disse que cada um é dono do seu nariz.

Os seis ministros fizeram reuniões na terça (29). Os ministros da Aviação Civil, Mauro Lopes, dos Portos, Helder Barbalho e de Minas e Energia, Eduardo Braga, estariam mais inclinados a entregar logo os cargos. Outro grupo estaria mais resistente. Estariam nessa lista os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Agricultura, Kátia Abreu, próxima à Dilma.

Mas esses são comentários feitos reservadamente. Nada oficial. A resposta oficial é: “Os ministros ainda não tomaram decisão”. O único ministro que se posicionou depois da decisão do PMDB foi Celso Pansera,ministro da Ciência e Tecnologia.

“Pretendo ficar no meu partido, gosto do partido, me elegi por ele e não tenho nenhuma intenção de sair. Vou me manter no cargo de ministro e no partido”, declara Celso Pansera, ministro da Ciência e Tecnologia.

O Palácio do Planalto entregou ao Supremo Tribunal Federal parecer sobre as ações que questionam a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil. O governo afirmou que não houve intenção de beneficiar Lula com foro privilegiado e que a nomeação é de interesse público. Alegou que o Judiciário não pode interferir em ato privativo da presidente. Esse julgamento ainda não tem data para acontecer.

Por F1  Giovana Teles Brasília, DF

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