Vigília denuncia violência no campo e marca uma semana de chacina em Pau D’Arco

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Ato ocorre em frente ao Palácio dos Despachos do Governo do Estado, em Belém. No dia 24, 10 agricultores foram mortos durante ação policial.

Nesta quinta-feira (31), uma vigília ocorre em frente ao Palácio dos Despachos do Governo do Estado e a sede do Tribunal de Justiça do Estado (TJE-PA), na avenida Almirante Barroso, em Belém. Segundo o Comitê Paraense de Combate à Violência no Campo, o ato marca a passagem dos sete dias do massacre de 10 agricultores no município de Pau D’arco, no sudeste do Pará.

“É uma forma de mostrar que estamos vigilantes e exigimos justiça”, observou Ulisses Manaças, liderança nacional do MST. Outras vigílias e atos devem ocorrer, ao mesmo tempo, em outras grandes cidades do estado, como Santarém, Marabá, Altamira e Parauapebas.

Nove homens e uma mulher morreram no dia 24 de maio na Fazenda Santa Lúcia, durante uma ação policial para cumprimento de 16 mandados de prisão dos suspeitos de envolvimento na morte de um vigilante. Sobreviventes relataram que os policiais chegaram atirando no local. Movimentos sociais denunciam o episódio como uma “atuação autoritária, desproporcional e despreparada da Polícia Militar do Pará (…) contra os trabalhadores rurais”.

Os integrantes do comitê informaram que pretendem intensificar o pedido de federalização das investigações para garantir a segurança e a isenção necessária para a elucidação dos assassinatos. Com a federalização, a competência de investigar e julgar os crimes passa a ser responsabilidade para a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e a Justiça Federal.

Outra postura que será adotada é enfrentar a guerra de comunicação e disputar a narrativa dos acontecimentos nas mídias sociais e alternativas para fazer frente a alguns parlamentares, comunicadores e grupos de policiais que estão incentivando a violência e criminalizando os trabalhadores assassinados.

Na segunda-feira (29), durante coletiva de imprensa em Belém, o secretário de Segurança Pública do Pará, Jeannot Jansen, e o delegado geral da Polícia Civil do Pará, Rilmar Firmino, defenderam a legitimidade da operação policial que resultou na morte de 10 pessoas no município de Pau D’Arco, no sudeste do Pará, durante entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (29) na sede da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup).

Os 29 policiais envolvidos na ação foram afastados para receber atendimento psicológico e social, procedimento comum quando agentes das forças de segurança estão envolvidos em episódios com mortes, segundo o secretário.

Um inquérito policial militar e outro conduzido pelo Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil (DIOE) foram abertos para investigar o caso.

Área de conflito

A fazenda Santa Lúcia é alvo de disputa de terras. O local foi invadido três vezes desde 2015. Em abril, o proprietário conseguiu a reintegração de posse, e contratou seguranças para vigiar o local. Segundo o advogado das vítimas, os trabalhadores rurais já haviam informado ao Incra, à Ouvidoria Agrária e ao Tribunal de Justiça do Pará sobre as tensões na região.

“Eram 200 famílias que ocupavam a área, e a gente vinha alertando as autoridades que estava na iminência de acontecer um novo massacre de Eldorado de Carajás”, disse o advogado José Vargas Júnior.

O Incra informou que não houve acordo financeiro com o dono da fazenda para desapropriar a área para reforma agrária, e que tomou todas as medidas possíveis para regularizar as famílias e evitar conflitos na região.

De acordo com a Comissão da Pastoral da Terra (CPT), só neste ano ocorreram 18 mortes relacionadas ao conflito agrário no Pará. Já em todo o ano de 2016, foram 6. O Ministério Público também abriu um inquérito para apurar a causa das mortes.

Fonte: G1 PA.
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