Anapu: comunidade do Lote 96 denuncia ataque de falsos policiais

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(Foto:Fábio Costa / O Liberal) – Moradores relatam que o grupo estaria se passando por policiais para fazer uma reintegração de posse ilegal truculenta

Um grupo armado, que estaria se passando por policiais, iniciou um ataque à comunidade do Lote 96, em Anapu (PA), na tarde desta quarta-feira (11), por volta do meio-dia. Áudios de moradores relatam que casas estão sendo incendiadas, camponeses agredidos e aparelhos celulares, que filmavam a ação, estão sendo danificados. (As informações são de Camila Guimarães)

Em um dos áudios de moradores do local, uma mulher relata que o grupo armado alegou que estaria fazendo uma reintegração de posse, mas não apresentaram documentação:

“Atearam fogo aqui na casa, eles disseram que era reintegração de posse, que tínhamos 20 minutos para sair dali. Eu pedi o mandado de busca e ele me amostrou foi a arma dele. Ele ateou fogo, revirou a casa inteira. Queimou tudo. Não tem nada lá dentro mais”.

Relatos dão a entender que uma família estaria sendo feita refém. Em um dos áudios, um morador comenta: “É complicado filmar, porque se for lá o cara mete a arma em cima. A gente não sabe nem o que tá acontecendo com a família do Roque. Já quebrou um telefone, é complicado”.

O camponês Erasmo Alves Teófilo, defensor dos direitos humanos e representante das famílias na área, informou que, neste momento, o grupo de homens continua no local. A polícia já foi acionada, mas ainda não chegou no Lote 96: “Eu estou aqui, os pistoleiros estão aqui. Até agora nada de polícia. Eu fui lá próximo e eles estão lá”.
Histórico de conflitos

O Lote 96, localizado na Gleba Bacajpa, em Anapu, município paraense, é o mesmo território onde, em fevereiro de 2005, a missionária Dorothy Stang foi assassinada por defender o direito à terra dos camponeses. A Justiça de Altamira (Vara Agrária) determinou a reintegração de posse de uma área onde, há 11 anos, moram 54 famílias. Os camponeses dizem que a área, que é terra pública, foi reivindicada por um fazendeiro, como sendo parte de sua propriedade.

A equipe de OLiberal.com segue acompanhando o caso e aguardando informações por parte da Polícia Militar (PM), Polícia Civil (PC) e Secretaria de Segurança Pública (Segup).

Jornal Folha do Progresso em 11/05/2022/15:54:38

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