Com Toffoli e Dodge, Bolsonaro dá posse a novo ministro e o chama de ‘garoto de ouro’

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Solenidade de posse do novo ministro no Palácio do Planalto Foto: Carolina Antunes/ Presidência BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro deu posse nesta segunda-feira ao novo ministro-chefe da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira , e ao antecessor dele no cargo, Floriano Peixoto , como novo presidente dos Correios. A cerimônia ocorreu no Salão Nobre do Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli , e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge , citados nos discursos de Bolsonaro e dos dois empossados.

Falando sobre Jorge Oliveira , que já comandava a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil desde o início do governo e vai acumular o departamento com ministério, Bolsonaro citou a morte do pai dele, Jorge Francisco, que foi seu chefe de gabinete.

— O Jorginho é excepcional. Realmente, esse garoto aqui é um garoto de ouro — declarou Bolsonaro, olhando para a mãe do secretário-geral da Presidência, classficado por ele como “prefeito biônico” do Planalto.

VEJA AS BAIXAS NO GOVERNO JAIR BOLSONARO
Jair Bolsonaro demitiu em 13 de junho Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo da Presidência. A decisão foi atribuída por um auxiliar do presidente a uma “falta de alinhamento político-ideológico” e embates com outros integrantes do governo. Ele foi alvo constante de Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e da ala ideológica do governo.
O ministro da Educação, Ricardo Vélez, e secretário-executivo, Luiz Antonio Tozi, durante cerimônia de transmissão de cargo

Ricardo Vélez Rodríguez O presidente Jair Bolsonaro demitiu em 8 de abril Ricardo Vélez Rodríguez do Ministério da Educação. O anúncio foi feito pelo Twitter. Decisões polêmicas, como a revisão dos livros didáticos sobre o golpe e a ditadura militar e uma orientação para que as escolas filmassem os alunos cantando o hino, fizeram com que críticas recaíssem sobre a gestão.
Ricardo Vélez Rodríguez
O presidente Jair Bolsonaro demitiu em 8 de abril Ricardo Vélez Rodríguez do Ministério da Educação. O anúncio foi feito pelo Twitter. Decisões polêmicas, como a revisão dos livros didáticos sobre o golpe e a ditadura militar e uma orientação para que as escolas filmassem os alunos cantando o hino, fizeram com que críticas recaíssem sobre a gestão.

Uma guerra entre a ala ideológica, militares e quadros técnicos no Ministério da Educação levou a uma sucessão de baixas. Antes de ser demitido, o então ministro Ricardo Vélez Rodríguez exonerou seu próprio secretário-executivo, Luiz Tozi.

O cargo de secretário-executivo do MEC foi assumido pelo militar Ricardo Machado Vieira, que saiu com a chegada do atual ministro, Abraham Weintraub. O novo titular da pasta exonerou cinco secretários setoriais trazidos pelo ex-ministro Vélez.
Demitido por Vélez, Rodrigues está animadíssimo para voltar ao governo Bolsonaro

No Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC, somente no governo Bolsonaro, houve três presidentes. O primeiro, Marcus Vinicius Rodrigues, foi demitido pelo então ministro Vélez Rodríguez após suspender a avaliação da alfabetização este ano.
O presidente do Inep, Elmer Vicenzi, durante audiência na Câmara

O cargo de presidente do Inep ficou vago cerca de um mês, até que Elmer Vicenzi, delegado da Polícia Federal, assumiu, já na gestão de Weintraub. Mas não durou 20 dias , sendo substituído pelo atual presidente, Alexandre Lopes. O Inep é responsável pelos exames educacionais do país, como o Enem.

Na Agência de Promoção das Exportações (Apex), do Ministério de Relações Exteriores, também já ocorreram duas trocas de presidente. O presidente Jair Bolsonaro confirmou em 10 de janeiro a demissão de Alecxandro Carreiro, cujo mandato durou apenas sete dias. Neste período, ele demitiu 17 funcionários e nomeou 11.

Assumiu o posto de presidente da Apex o embaixador Mário Vilalva, que acabou demitido em 9 de abril após uma série de desentendimentos com diretores que tinham o apoio do chanceler Ernesto Araújo. Assumiu o posto o contra-almirante da Marinha Sergio Ricardo Segovia Barbosa.

Ex-deputada pelo PRB da Bahia e membro da bancada evangélica, Eronildes Vasconcelos de Carvalho foi demitida em maio pela ministra Damares Alves da chefia da Secretaria de Proteção da Mulher, dois meses depois de assumir o cargo. A ministra alegou “improdutividade”, mas pessoas próximas à ex-deputada falam em retaliação.

O presidente da Fundação Nacional do Índio, Franklimberg de Freitas, perdeu o cargo por pressão da bancada ruralista. A ordem foi dada pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Dias antes, ao se reunir com Sergio Moro, ele disse que ficaria no cargo. A pasta, hoje sob tutela de Damares, será devolvida ao Ministério da Justiça.

Floriano Barbosa, que chegou à Secretaria de Comunicação após trabalhar com Eduardo Bolsonaro, foi substituído por baixo desempenho na função. Ele era responsável pelos contratos de publicidade do Executivo. Barbosa disse que pediu para deixar o cargo por conta de “ataques” recebidos. Assumiu o posto o empresário Fábio Wajngarten.
Marco Aurélio Vieira, secretário Especial do Esporte, na cerimônia de posse do ministro da Cidadania, Osmar Terra: Ministério do Esporte está extinto e nova Secretaria fará parte do Ministério da Cidadania
O general Marco Aurélio Vieira entrou em conflito com o ministro Osmar Terra (Cidadania) por discordar da nomeação de alguns políticos na sua área e acabou demitido da Secretaria de Esporte. Vieira teria atuado contra a vontade do Planalto e do próprio Terra ao estimular parlamentares a recriar a pasta do Esporte.

As mudanças na Embratur começaram em março quando a ex-deputada Teté Bezerra pediu exoneração do cargo de presidente. No mesmo dia, Jair Bolsonaro afirmou que determinou a demissão dela em razão de um jantar da empresa que teria custado R$ 290 mil.

Paulo Roberto Senise, que assumiu o posto de Teté Bezerra, ficou menos de dez dias na presidência da Embratur. Deu lugar em maio a Gilson Guimarães Neto, que atuou na campanha de Jair Bolsonaro. O atual chefe da empresa é sanfoneiro e integra a banda de forró Brucelose.

O ex-deputado Carlos Manato (PSL-ES) foi demitido da Secretaria Especial para a Câmara da Casa Civil. Amplamente criticada por deputados e senadores, a interlocução é uma das grandes fragilidades do governo federal. Assumiu o posto Abelardo Lupion (DEM-PR), amigo do ministro Onyx Lorenzoni, que teria centralizado o trabalho de articulação política.
Marcos Barbosa Pinto, diretor do BNDES que se demitiu neste sábado em foto de 2007 Foto: Leo

Marcos Barbosa Pinto entregou sua carta de renúncia após Jair Bolsonaro exigir que o presidente do BNDES, Joaquim Levy, o demitisse da diretoria de Mercado e Capitais. Ele havia sido chefe de gabinete de Demian Fiocca, presidente do BNDES durante o governo Lula.

Pressionado por Jair Bolsonaro a demitir o diretor Marcos Barbosa Pinto, a quem havia indicado como diretor, Levy renunciou ao cargo de chefe do BNDES. Na véspera, o presidente havia dito que a cabeça do economista estava “a prêmio há algum tempo” e se irritado com a nomeação de “gente suspeita”.
Cunha: ‘Falta conhecimento sobre o trabalho espetacular’ nos Correios Foto: José Cruz / Agência

Jair Bolsonaro demitiu Juarez Cunha como presidente dos Correios por agir como “sindicalista” ao se reunir com deputados do PT e PSOL e se posicionar contra a privatização da estatal. Cunha, que é general da reserva, assumiu o posto durante o governo de Michel Temer.

Após a cerimônia, Jorge Oliveira afirmou que tem uma “responsabilidade dobrada” por amigo pessoal de Bolsonaro:

— Eu tenho uma responsabilidade dobrada por trabalhar no governo e ser amigo do presidente. A minha lealdade impõe que eu sempre o aconselhe naquilo que eu realmente penso, nas minhas convicções, nas minhas análises jurídicas.

Ele disse que o seu principal desafio é desburocratizar o serviço público:

— O maior desafio é a desburocratização. A burocracia é natural no serviço público, ela se faz necessária em alguma medida, mas às vezes ela acaba por inviabilizar ou por tornar muito lentas as decisões de Estado, dar morosidade aos serviços que o governo tem que encontrar. O maior desafio para este momento é, com, muito transparência, com empregos dos meio tecnológicos, é desburocratizar o governo, para que o cidadão seja melhor atendido.

O novo ministro vinha ganhando relevância também na disputa pelo comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). Dois dos candidatos ao posto, os subprocuradores Mário Bonsaglia, mais votado na eleição da lista tríplice feita com integrantes do Ministério Público, e Augusto Aras, que tenta ser indicado por fora da lista, já foram ao Planalto para conversar com ele, cuja opinião é considerada determinante para a indicação de Bolsonaro.

Durante seu discurso, quase todo de agradecimento às autoridades presentes e aos familiares, Jorge Oliveira fez menção destacada a Dodge, que também corre por fora pela recondução ao comando do Ministério Público Federal (MPF).

— Doutora Raquel Dodge, muito obrigado pela gentileza da presença e, por todo o contato que nós temos, a sua elegância nos surpreende a cada dia — declarou o ministro.

A troca de Peixoto por Oliveira foi anunciada pelo presidente na última sexta-feira . General da reserva do Exército, o primeiro assumiu o comando da estatal após a demissão do também general Juarez Cunha. Bolsonaro agradeceu o ex-ministro por ter aceitado “a missão”.

O nome de Oliveira foi oficializado no cargo dois dias depois que o governo editou uma medida provisória (MP) que transferiu a SAJ da Casa Civil justamente para a Secretaria-Geral, fortalecendo a pasta.

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