Delegado é demitido e condenado a mais de 10 anos de prisão no Amapá

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Delegado ex-titular da DTE, Sidney Leite — Foto: Polícia Civil/Reprodução

Ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, Sidney Leite, foi indiciado por envolvimento com uma facção criminosa que atua no estado. Sentença foi dada nesta segunda-feira (30) pela 3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar.

O juiz Luís Guilherme Conversani, da 3ª Vara Criminal e de Auditoria Militar do Amapá, demitiu através de sentença nesta segunda-feira (30) o delegado Sidney Leite. O acusado foi condenado a 10 anos e 2 meses de reclusão em regime fechado, além do pagamento de multa.

Ele havia sido preso pela Polícia Federal na operação Queda da Bastilha, em 2022. O ex-titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) foi indiciado por envolvimento com uma facção criminosa que atua no estado.

Segundo o Ministério Público do Amapá (MP-AP), a investigação começou no início de 2022, após a apreensão de um celular dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) e de outros em operações posteriores.

A partir da análise do conteúdo desses celulares apreendidos e de dados de transações bancárias, foram identificadas trocas de mensagens entre Ryan Menezes, traficante chefe de facção que estava preso no Iapen, e o então chefe da DTE.

O MP pediu a condenação do delegado pelos crimes de pertinência a organização criminosa e exploração de prestígio.

Em uma conversa obtida em reanálise da extração de dados também foi obtido um diálogo onde Ryan solicitou ao acusado a intervenção junto a um membro do Poder Judiciário para que conseguisse a soltura de um conhecido, fazendo menção de que poderia dar R$ 30 mil ao delegado por essa intermediação.

Em outra conversa por aplicativo de mensagens, anexadas à denúncia, mostram que o delegado ficou de providenciar um apartamento para Ryan morar assim que saísse da penitenciária, além de um carro blindado. Os diálogos também deixam claro que o traficante pretendia fugir para Mato Grosso do Sul.

Investigações

Operação da PF contra ilícitos no Iapen do Amapá em 14 de setembro de 2022 — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica
Operação da PF contra ilícitos no Iapen do Amapá em 14 de setembro de 2022 — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

Sidney Leite foi preso preventivamente em setembro de 2022 e ficou no Centro de Custódia do bairro Zerão, em Macapá. Ele era candidato a deputado estadual e obteve 91 votos no pleito do dia 2 de outubro.

A 2ª fase da operação ‘Queda da Bastilha’ apreendeu dois celulares em celas onde estavam o delegado a um policial penal já presos pela PF no mesmo caso. Os aparelhos estavam escondidos em um livro e dentro de um aparelho de rádio.

No mesmo dia, policiais apreenderam um carro blindado que pode ter feito parte da negociação entre o delegado e o detento.

A Operação Queda da Bastilha investiga uma organização criminosa responsável por diversos crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro dentro e fora do Iapen.

Delegado e policial penal presos escondiam celulares em livro e em rádio - 2ª fase da operação 'Queda da Bastilha' — Foto: MP/Divulgação
Delegado e policial penal presos escondiam celulares em livro e em rádio – 2ª fase da operação ‘Queda da Bastilha’ — Foto: MP/Divulgação

 
Fonte: Rafael Aleixo, g1 AP — Macapá e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 02/10/2024/15:12:22

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