Dunga defende trabalho na CBF e critica mais jogos com a Primeira Liga

image_pdfimage_print

Por Alexandre Lozetti e Martín FernandezRio de Janeiro-“Técnicos e táticas: treinando clubes e seleções para o novo futebol mundial”. Esse era o tema das apresentações de Dunga, Antonio Conte, treinador e coordenador da seleção da Itália, e de Levir Culpi, do Fluminense, no primeiro dia da Semana de Evolução do Futebol Brasileiro, organizada pela CBF, nesta segunda-feira O técnico da seleção brasileira deixou de lado a parte tática. Falou de melhorias que a CBF implantou nos últimos meses, como um banco de dados de jogadores do país e a padronização dos gramados, e, desde o início, frisou:

– Não queremos ter razão, queremos ganhar.

Dunga defendeu convicções (pensar como equipe, criatividade individual e coletiva, e competitividade) e valores (profissionalismo, comprometimento e hierarquia com diálogo) que norteiam seu trabalho à frente da Seleção.

Dunga dá palestra no primeiro dia de evento sobre futebol na CBF (Foto: Alexandre Lozetti / GloboEsporte.com)
Dunga dá palestra no primeiro dia de evento sobre futebol na CBF (Foto: Alexandre Lozetti / GloboEsporte.com)

Entre as fraquezas citadas no futebol do país, ele ressaltou o exagero de mudanças de técnicos no Campeonato Brasileiro e usou um exemplo próprio para defender a continuidade dos colegas. Ele comparou a situação da Seleção nas eliminatórias para as Copas de 2010 e agora, em que está na sexta colocação, fora da zona de classificação para o Mundial de 2018.

– Tínhamos o mesmo número de pontos depois das mesmas seis rodadas. Mas aí é que vem a diferença entre saber e conhecer. Muitos sabem, poucos conhecem. Dos 35 jogadores que já levei para disputar essas eliminatórias, só três já tinham jogado: Daniel Alves uns dois ou três jogos, Miranda e Filipe Luís um jogo cada. A gente acha que é tudo a mesma coisa, mas é outra competição – afirmou o treinador.

Dunga também destacou diferenças de distâncias entre o Brasil e países europeus, além do número de estrangeiros e de partidas que se disputa em cada campeonato. Isso para defender que é preciso aceitar ideias do exterior, porém dentro de determinados contextos.

Críticas ao paternalismo na relação com os jogadores também fizeram parte de sua apresentação.

– Tenho que ser pai em casa com meus filhos, aqui tenho de ser profissional, cobrar atitude e respeito. Isso não exclui o contato humano. Tenho que respeitar, tratar bem, entender que o jogador tem problema, mas tratá-los como homens. Eles são homens, têm que tomar decisões, ter atitude e comportamento – definiu.

Por fim, Dunga criticou a inclusão da Primeira Liga, vencida pelo Fluminense na final contra o Atlético-PR, no calendário do futebol brasileiro.

– Nós reclamamos de tudo, eu me incluo nisso. Pedimos férias, pré-temporada, menos partidas. E aí, para minha surpresa, botamos outro campeonato em cima? Onde estão nossas convicções? Não sou contra a liga, mas se debatemos para ter menos partidas, não posso colocar em cima, senão estou dando um tiro no pé. Briguei até hoje para enxugar, agora vou aumentar?

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato Cel. TIM: 93-981151332 / (093) WhatsApp (93) 984046835 (Claro) Fixo: 9335281839 *e-mail para contato: folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: