Entidades denunciam que agentes do Ibama e da Funai correm riscos após Ministério da Justiça se retirar de TI Apyterewa, no Pará

image_pdfimage_print

Ministério da Justiça se retira de Operação de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa — Foto: Divulgação

Terra Indígena Apyterewa é a mais desmatada do Brasil. A retirada da Força Nacional e das Forças de Segurança foi relatada pelas entidades representativas dos servidores. O g1 entrou em contato com o Ministério da Justiça e aguarda posicionamento.

Agentes da Força Nacional e das Forças de Segurança se retiraram do processo de expulsão de invasores da Terra Indígena Apyterewa, localizada dentro do município de São Félix do Xingu, sudeste do Pará. Sem o suporte, servidores da Funai, do Ibama e de outros órgãos seguem realizando a extrusão, em cumprimento da decisão judicial, e se encontram em risco. A situação foi relatada pelas entidades representativas dos servidores da Funai, Indigenistas Associados – INA, e a entidade representativa dos servidores do IBAMA – Ascema Nacional. O g1 entrou em contato com o Ministério da Justiça e aguarda posicionamento.

No PA, retirada de invasores é marcada por tensão nas duas terras indígenas mais desmatadas do Brasil

A TI Apyterewa está no topo da lista de desmatamento entre as áreas reservadas a indígenas no Brasil, e teve o maior desmatamento do país por 4 anos consecutivos e perdeu área maior do que Fortaleza. Imagens de satélite mostram a devastação entre 2020 e 2022 e foram expostas em estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A área de preservação indígena foi homologada por decreto em 2007, reservando 773 mil hectares ao povo Parakanã.

De acordo com as entidades da categoria, a retirada da Força Nacional e das Forças de Segurança, alegada como estratégia para evitar excessos e o agravamento de conflitos, tem tido efeito contrário e, na prática, tem impedido o avanço operacional, ao passo que restringe a realização das ações positivas de governo, justamente aquelas que podem auxiliar no apaziguamento dos ânimos e auxílio às populações de baixa renda.

Em nota, a Ascema Nacional e Indigenistas Associados – INA alegam que a continuidade da ação de extrusão é necessária, visto o robusto arcabouço de informações apresentadas pelos servidores dos distintos órgãos envolvidos na ação, incluindo a constatação da massiva saída voluntária e retirada de rebanhos, optando por aderir às narrativas propagadas por lideranças políticas representativas dos invasores.

“A possível suspensão das ações pode fomentar a resistência de invasores contrários ao cumprimento da ordem judicial, alimentando estratégias de obstrução de justiça, acirrando ânimos, colocando em risco os próprios invasores, e aumentando a insegurança dos indígenas Parakanã e das equipes de servidores que estão em campo, desguarnecidas neste momento”.

As entidades Ascema Nacional e Indigenistas Associados – INA manifestam que deve ser prontamente reestabelecido o suporte das forças de segurança para que haja o imediato cumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal e a garantia da segurança de nossos servidores e associados.
Invasores

Estima-se que no território vivem 2,5 mil indígenas das etnias Tembé, Timbira e Kaapor, distribuídos em 42 aldeias. Já a população de não indígenas é estimada em 1,6 mil pessoas, com base em dados de 2010, de acordo com o MPF.

A operação recebe nome técnico de desintrusão ou extrusão, a fim de garantir aos povos indígenas o pleno direito sobre o território, devolvendo a eles a integralidade das terras que lhes pertencem.O MPF aponta que a “presença de não indígenas fere garantias constitucionais, ameaça a integridade dos povos originários e provoca danos ao meio ambiente”.

Em maio deste ano, quando a Justiça estipulou prazo para a saída dos invasores da TI, o governo federal informou que a “presença de estranhos no território indígena ameaça a integridade dos indígenas e causa outros danos como a destruição das florestas”. As apurações de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) apontam que algumas dessas famílias estão envolvidas em atividades ilegais, como criação de gado e garimpo, além de destruição da vegetação nativa.Terras sob ameaça

A TI Apyterewa teve o maior desmatamento do país por 4 anos consecutivos e perdeu área maior do que Fortaleza. Imagens de satélite mostram a devastação entre 2020 e 2022 e foram expostas em estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

A área de preservação indígena foi homologada por decreto em 2007, reservando 773 mil hectares ao povo Parakanã. O território fica dentro do município de São Félix do Xingu, no sudeste do Pará.

 

Fonte: Gil Sóter, g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 08/11/2023/16:24:23

Notícias gratuitas no celular

O formato de distribuição de notícias do Jornal Folha do Progresso pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Jornal Folha do Progresso, clique no link abaixo e entre na comunidade:

*     Clique aqui e acesse a comunidade do JORNAL FOLHA DO PROGRESSO

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida. Sugestão de pauta enviar no e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com.

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835– (93) 98117 7649.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br   e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com

%d blogueiros gostam disto: