General Newton Cruz, ex-chefe do SNI na ditadura militar, morre no Rio aos 97 anos

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General Newton Cruz, em entrevista à GloboNews em 2010 — Foto: Reprodução GloboNews

Ele estava internado no Hospital Central do Exército, em Benfica. Newton Cruz foi chefe do SNI entre 1977 e 1983 e foi acusado de participar da tentativa de atentado a bomba no Riocentro em 1981, além de outros crimes. Ele nunca foi condenado ou preso.

O general Newton Cruz, ex-chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) durante a ditadura militar, de 1964 a 1985, morreu na sexta-feira (15). Cruz tinha 97 anos.

A informação foi confirmada ao g1 por familiares neste sábado (16). Newton Cruz morreu de causas naturais e estava internado no Hospital Central do Exército, em Benfica, na Zona Norte.

À tarde, o Comando Militar do Leste divulgou nota confirmando a morte. “Neste momento de consternação, os integrantes do CML solidarizam-se e rogam a Deus pelo conforto de familiares e amigos do General Newton Cruz”, disse a força.

O General de Divisão Newton Cruz foi chefe do SNI entre 1977 e 1983. Em 2010, deu uma entrevista à GloboNews.

Conduzida por Geneton Moraes Neto, a conversa revelou que, além do frustrado atentado a bomba no Rio Centro em 1981, militares idealizaram outro ataque.

“Tempos depois eu recebi a informação de que havia um grupo tentando fazer um ataque semelhante. Não era problema meu. Eu tinha apenas que informar. Pela primeira vez saí da minha função na SNI e fui pessoalmente acabar com isso. Pedi para a agência do Rio marcar um encontro com dois elementos do quartel na cidade. Me encontrei com um tenente da Polícia Militar e um sargento em um hotel no bairro do Leme. Disse a eles que falassem com outros companheiros que se houvesse mais algum ataque, eu iria denunciar. Não houve mais nenhum atentado”, descreveu Newton Cruz.

Acusado de crimes durante a ditadura

Newton Cruz nunca foi condenado ou preso pelas acusações dos crimes durante a ditadura.

Cruz foi denunciado pelo MPF em 2014 por participação no atentado. Meses depois, a Justiça Federal concedeu habeas corpus aos cinco militares e um delegado envolvidos.

Em 2014, foi apontado pela Comissão da Verdade como um dos 377 militares que cometeram crimes durante a ditadura.

Em 1982, o jornalista Alexandre von Baumgarten foi assassinado. O caso veio a público no ano seguinte, após a publicação de um dossiê em que ele acusava integrantes do SNI de planejar sua morte.

Antes de morrer, Baumgarten deixou um dossiê no qual afirmava que fora jurado de morte e acusava diretamente o general Newton Cruz, então chefe da Agência Central do SNI, de ser o autor da sentença.

O caso só começou a ser investigado com profundidade em 1985, quando o delegado Ivan Vasques, da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, assumiu o processo. Ele indiciou três militares pelo desaparecimento e morte das vítimas. Em 1992, todos foram absolvidos. (A informação é do G1)

General Newton Cruz manda ‘calar a boca’ e agride jornalista em 1983

General Newton Cruz manda 'calar a boca' e agride jornalista em 1983
General Newton Cruz manda ‘calar a boca’ e agride jornalista em 1983

Vida política

Em 1994, Newton Cruz foi candidato ao governo do Rio pelo PSD. Terminou em terceiro colocado no primeiro turno, atrás de Marcello Alencar (PSDB) e Anthony Garotinho (PDT).

Por:Jornal Folha do Progresso em17/04/2022/07:37:57

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