Investigado por importunar mulheres é morto com 22 tiros em ‘tribunal do crime’ em SP

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Antony Campagnolli foi encontrado morto na Zona Norte da capital. Três homens foram presos pelo assassinato. Eles executaram a vítima porque o rapaz importunava sexualmente mulheres da região. Delegada reforça que fazer justiça com as próprias mãos também é crime.
Presos três suspeitos de executar com 22 tiros jovem que assediava mulheres

A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (21) três homens suspeitos de matar um rapaz num ‘tribunal do crime’ na Zona Norte de São Paulo. (As informações são do do G1 SP)

Antony Campagnolli Matos, de 22 anos, desapareceu em 12 de dezembro, e no dia seguinte foi encontrado morto na Vila Penteado, com 22 tiros, a maior parte deles na cabeça. Um quarto homem é procurado pelo assassinato.

Vídeos gravados por câmeras de segurança e feitos pelos próprios criminosos mostram a vítima sendo abordada por um grupo de pessoas no Jardim Peri, e depois chorando (veja acima).

Antony já era investigado pela polícia por importunar sexualmente mulheres na região. Havia inclusive um mandado de prisão da Justiça contra ele. Mas, de acordo com os policiais, traficantes do local decidiram assassinar Antony por esse motivo.

    “Os procedimentos de polícia judiciária para detenção dele já estavam prontos, só que, infelizmente, o crime organizado arrebatou o Antony antes”, disse a delegada Fabiana Sarmento de Sena Angerami, titular do 20º Distrito Policial (DP), Água Fria. Ela reforça que fazer justiça com as próprias mãos também é crime.

Tribunal do crime

Os criminosos do bairro sequestraram Antony e o julgaram. No jargão dos bandidos, ‘tribunal do crime’ é o nome dado a uma reunião para decidir se um morador da comunidade ou membro da quadrilha deve ser punido por algo que tenha feito contra alguém.

No caso de Antony, a polícia informou que ele usava sua própria moto para cometer os abusos contra mulheres. Vídeos gravados por câmeras de segurança comprovam isso.

Numa filmagem feita em novembro, uma mulher é surpreendida pelo assediador, que se aproxima dela com a calça desabotoada.

A mulher não percebe, pensa que é um assalto e tenta entregar o celular, mas o motociclista recusa o aparelho. A garota grita por ajuda, e ele foge em seguida.

As filmagens que mostram a moto e o rosto de Antony circularam em redes sociais, chamando a atenção dos traficantes do bairro, que decidiram matar o jovem.

Sequestro e morte

Em outro vídeo, este do dia 12 de dezembro, os criminosos gravaram o momento que abordaram Antony com a moto:

Criminoso – Olha a motinho dele aí. O que vocês acham?
Antony – O que que houve? Como assim?

Numa outra filmagem feita pelos bandidos, o rapaz aparece chorando:

Antony – Me perdoa, eu sou doente
Criminoso – Perdoa o c*. Quem perdoa é Deus. Você vai morrer mano.

Para a delegada que investiga o assassinato de Antony, independentemente do crime de importunação sexual que ele cometeu, quem tinha direito legal de julgar o rapaz era a Justiça de São Paulo e não o crime organizado.

“Nós não podemos permitir a regra de Talião: olho por olho, dente por dente. Nós estamos no estado democrático de direito que não admite justiça com as próprias mãos. Por isso que a polícia está aqui”, falou Fabiana. “Ninguém tem o direito de matar ninguém. Seja qual o crime que a pessoa pratique, só o estado, só a lei pode ser cumprida.”

Antony morava com a noiva na casa do sogro em São Paulo.

Jornal Folha do Progresso

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