Milhares de peixes aparecem mortos em lago nos limites das comunidades Urucurituba e Igarapé do Costa, em Santarém | PA
Foto: Reprodução | Com a chegada das primeiras chuvas, ocorre uma mudança brusca na temperatura, além do carregamento de material orgânico das margens para dentro dos lagos.
Na manhã desta terça-feira (12), moradores das comunidades de Urucurituba e Igarapé do Costa, em Santarém, oeste do Pará, encontraram milhares de peixes mortos em um lago da região. A cena gerou tristeza entre os comunitários, sobretudo entre os pescadores que vivem da pesca artesanal, que identificaram espécies conhecidas, como mapará, pescada, arraia e tucunaré, entre as espécies mortas.
O evento ocorreu após uma intensa chuva, mas não é algo novo para os moradores. Segundo eles, no ano passado, ocorreu esse fenômeno também.
“Todo ano, no começo da chuva, acontece isso. Quando cai uma chuva forte, a temperatura da água muda, falta oxigênio e muito material orgânico vai para dentro do lago”, afirmou o biólogo Sidclei Matos.
Nos últimos meses, os rios, lagos e igarapés estão excepcionalmente secos devido ao período prolongado de estiagem, o que eleva a temperatura da água a níveis críticos. Com a chegada da primeira chuva, ocorre uma mudança brusca na temperatura, além do carregamento de material orgânico das margens para dentro do lago.
Essa combinação cria condições adversas para a sobrevivência de várias espécies aquáticas. Com a água quente e pouco oxigênio, a chuva forte resfria a superfície rapidamente e leva uma grande quantidade de matéria orgânica para o fundo do lago. Esse material consome oxigênio ao se decompor, causando asfixia em larga escala entre os peixes.
O fenômeno representa uma perda significativa para a biodiversidade local e afeta diretamente a vida dos pescadores e ribeirinhos, que dependem da pesca artesanal para subsistência e comercialização. A morte de espécies como mapará e tucunaré, altamente valorizadas, é uma perda ecológica e econômica.
Especialistas sugerem que um monitoramento mais frequente da qualidade da água e uma estratégia de conservação das margens possam amenizar o problema. Programas de recuperação ambiental que visem aumentar a vegetação nas bordas dos lagos e igarapés também poderiam reduzir o impacto da matéria orgânica que, com a chuva, é carregada para dentro das águas, ajudando a mitigar o problema a longo prazo.
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Fonte: O Estado Net Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 12/11/2024/14:36:08
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