Mulher tem intestino perfurado no parto em maternidade de Marabá

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O caso foi registrado em outubro do ano passado, mas só agora veio à tona. Além da mãe, o bebê também teve o braço fraturado durante o procedimento.

O que era para ser um momento de alegria para a jovem Tereza Nunes de Castro, de 23 anos, acabou se tornando um calvário para toda a família. No dia 24 de outubro do ano passado, Tereza deu entrada no Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI), gerido pela Secretaria Municipal de Saúde, para dar à luz o seu segundo filho, Abraão. Apesar do parto complicado, na volta para casa, tudo estava aparentemente dentro do esperado, não fossem dois detalhes: o bebê não parou de chorar por vários dias e a barriga da mãe apresentou um inchaço preocupante. “Ela sentia muitas dores abdominais e eu pensava que era por conta da cesariana, mas ela estava muito inchada. Ela chegou a vomitar sangue. O caso era grave e a gente não tinha ideia. A barriga dela já estava muito infeccionada por dentro”, relata Regiane de Castro, mãe de Tereza.

Diante da situação a jovem mãe voltou a ser internada no HMI onde, segundo a família, a paciente foi submetida a nove outros procedimentos e os familiares resolveram registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca). “O intestino dela estava perfurado. A pélvica dela rasgada. Tudo isso complicou. Aí tivemos que procurar recursos melhores para ela e ela foi para o [hospital] municipal, mas ela chegou muito mal, passou direto para UTI”, conta Regiane. Já o filho recém-nascido de Tereza também precisou de atendimento no Hospital Municipal de Marabá (HMM), onde foi descoberto que a criança estava com o braço fraturado e, finalmente, foi engessado.A busca da família por soluções para Tereza foi incessante e também foi levada ao conhecimento do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). No termo de informações registrado ainda no dia 5 de dezembro de 2023, Regiane descreve a médica responsável pelo parto da filha, mas não dá identificação porque apesar de ter perguntado o nome da médica “ela se recusou a falar”. Ela detalha ainda que, nesta data, Tereza estava em estado crítico de saúde, inclusive com vazamento de fezes pelo local da cirurgia, e que um médico do HMM teria mencionado à mãe da moça que a paciente foi vítima de um erro médico. “Depois de cerca de 15 dias no hospital municipal, Tereza foi para o regional no dia 19 de dezembro do ano passado ainda, mas já tinha algumas áreas em necrose”, afirma a mãe, contando que a jovem já passou por outras 11 cirurgias nesta última transferência.

Tereza permanece internada na UTI do Hospital Regional do Sudeste do Pará, em Marabá. O estado da moça é considerado gravíssimo. Ela está sendo mantida em coma induzido e as próximas horas serão decisivas. Tereza não tem mais intestino e, segundo a família, está com o abdômen aberto e com vísceras expostas. Questionada sobre porque só tornou público o caso agora, Regiane explica que foi nesta semana que recebeu a pior das notícias. “A última notícia é que não tem mais o que fazer. Ela está entubada, sedada e só um milagre tiraria ela de lá. Foi desenganada”, lamenta. “Meus netos vão crescer sem a mãe”.RespostasHistórias como a de Tereza levantam suspeitas sobre o tratamento oferecido por profissionais da área da saúde durante a gestação ou o parto. Só nos últimos dois meses, o Conselho Municipal de Saúde de Marabá já recebeu 11 denúncias de atendimento considerado desumano contra mães e filhos, em um momento que deveria ser de acolhimento e respeito. “Nosso relatório foi encaminhado ao Ministério Público, à
Polícia Civil e ao IML (Polícia Científica). Inclusive a própria mãe da paciente acompanhou todo o procedimento também. Mas, infelizmente, não é a primeira denúncia que chega do Materno Infantil, né?”, declara Diorgio Santos, presidente do Conselho Municipal de Saúde.Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da prefeitura de Marabá informou por meio de nota que o HMI abriu, imediatamente, uma sindicância interna, afastou o profissional responsável pelo procedimento que resultou na perfuração do intestino de Tereza e comunicou o ocorrido ao Ministério Público, que acompanha o caso. “Vale ressaltar que, no HMI, são realizados mais de 600 partos bem-sucedidos por mês. Destes, mais de 50% encaminhados por municípios vizinhos, que não prestam o mínimo suporte de Atenção Básica de Saúde às gestantes, como o acompanhamento pré-natal”, complementa a nota.

Fonte: O Liberal   e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 25/01/2024/12:19:42

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