Rússia suspende carne brasileira e impõe restrições a outros cinco frigoríficos

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Barreira temporária à aquisição de proteína animal do Brasil é vista como normal pelo governo brasileiro (foto: Renato Weil/EM/D.A Press )

Brasília – O Serviço Federal de Vigilância Sanitária e Veterinária da Rússia suspendeu temporariamente, a partir do dia 15 – sem citar por quanto tempo –, as importações de carne bovina, gordura e miúdos do frigorífico MataBoi e impôs novas restrições, com controles sanitários mais rígidos, a JBS, Frigo Estrela, Frigol e Frigon – Irmãos Gonçalves e Aurora – este último em relação à carne suína. O motivo alegado foi a existência de substâncias fora do padrão sanitário russo.

No site oficial da vigilância da Rússia também foi divulgado que em todos os produtos embarcados antes do dia 15 serrão feitas inspeções adicionais. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que, como ainda não foi notificado, “não tem como se posicionar a respeito do assunto”. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse, no entanto, que a decisão da Rússia, um dos maiores compradores da carne brasileira, é um procedimento comum. “Esses procedimentos são atitudes quase corriqueiras no mercado”, afirmou. “Às vezes, há um lote que está fora do padrão, não está em conformidade. Eles fazem uma suspensão temporária para o produto voltar ao mercado”, afirmou.

Maggi ressaltou que, por estar fora de Brasília, ainda não tinha detalhes da decisão. Ele descartou qualquer semelhança com os problemas ocorridos no setor em março, quando a União Europeia chegou a suspender as importações de carne brasileira em meio à Carne Fraca, operação da Polícia Federal que investigou adulterações pelos maiores frigoríficos do país.

O ministro observou que, nos últimos meses, o governo conseguiu reverter a situação. As exportações foram normalizadas. Ele minimizou o problema verificado com os produtos do MataBoi. “Isso é um problema que deve ter surgido no embarque. Não vejo nada de extraordinário. Nós também adotamos essas medidas. São procedimentos normais. É preciso ver qual é o problema e resolver.” De acordo com o despacho publicado no site da agência russa, essas novas restrições aos cinco frigoríficos estão em vigor desde 30 de outubro. Procurados, Frigo Estrela, Frigol, Aurora e Frigon – Irmãos Gonçalves não foram encontrados para comentar a decisão das autoridades russas. JBS decidiu não comentar.

Antonio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), também afirmou que se trata de procedimento normal, dentro do acordo sanitário entre países, e faz parte do risco de cada empresa. “O Brasil exporta em média 15 mil toneladas para a Rússia, país que tem um sistema de alerta e faz regularmente ações preventivas. Agora, o frigorífico suspenso fará os ajustes necessários. O Ministério da Agricultura será comunicado desses procedimentos e relatará à Rússia sobre as providências adotadas. Em seguida, os dois países vão analisar os acertos e o assunto será resolvido. O Brasil está totalmente integrado. Não corremos risco algum nas exportações de carne”, ressaltou.

Camardelli destacou, ainda, que a Rússia, em 2016, importou cerca 7,5% do total da carne brasileira, o que representou movimentação de recursos da ordem de US$ 1 bilhão. No ranking dos importadores do produto, a Rússia representa o quarto maior mercado, atrás da China, Hong Kong e Arábia Saudita. Após o escândalo da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que começou em março após denúncias do fiscal agropecuário federal Daniel Gouvêa Teixeira, vários países tomaram medidas restritivas em relação ao produto brasileiro. A União Europeia denunciou mais de 100 focos de contaminação e os Estados Unidos suspenderam a importação.  (Com agências)
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