Trabalhadores rurais denunciam violência agrária em Anapu, no Pará

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(Foto:Reprodução G1)- Presidente da Cooperativa de Agricultores de Volta Grande do Xingu diz que é constantemente ameaçado no município. Ele defende 54 famílias que trabalhando em um lote na região do Babacajá.

Movimentos sociais denuncia violência agrária em Anapu, no Pará

Representantes de movimentos sociais, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, Associação dos Docentes da UFPA e a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos realizaram um encontro, em Belém, para debater a violência agrária que acontecem em Anapu, sudoeste do Pará. Em dezembro, duas pessoas foram assassinado devido a conflito agrário.

A região é marcada por constantes conflitos entre trabalhadores rurais e fazendeiros. O caso mais emblemático do conflito resultou no assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005.

Quem precisa de terreno para garantir a sua subsistência vive em constante tensão, como relatou o presidente da Cooperativa de Agricultores de Volta Grande do Xingu, Erasmo Teófilo, afirmando que é ameaça desde 2015, quando criou a cooperativa para lutar pela a permanência de 54 famílias no lote 96 na região do Babacajá.

“Eu comecei a ser ameaçado, eu comecei a ser debochado. Comecei a viver em um clima de tensão constante. As coisas que aconteceram neste mês tem virado um caos. Anapu, em si, virou o caos”, disse o presidente da cooperativa.

Segundo o presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Marco Apolo Leão, de 2005 até 2019, 17 crimes com relação de conflito agrário ocorreram na região, mas nem um terço teria sido esclarecido.

“Nós queremos o esclarecimento das mortes do Márcio e do Anacleto. O Márcio era uma liderança rural, estava ameaçado e é uma das testemunhas de um caso importante, no caso do padre Amaro. Inocentou o padre Amaro. O Anacleto é uma pessoa que sabia do caso do Márcio, da morte do Márcio. Então são situações que não são coincidências. A gente acredita que pode ter uma relação entre elas e por isso a polícia deve investir em uma ‘força-tarefa’ para a região”, contou Marco .

    “As ameaças que ocorrem em Anapu não são inofensivas. No Pará não são. As pessoas que têm os seus nomes na lista de marcados para morrer, morrem”, completou.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), houve redução no número de crimes violentos em Anapu. Segundo levantamento, são 39% de redução. Em 2018 foram 48 crimes registrado e em 2019 são 29. O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para acompanhar essas investigações e solicitou providências para as autoridades de segurança pública do estado.

Para a OAB no Pará, o Estado precisa agir de forma mais eficaz não só na redução dos crimes, mas na solução dos casos para encontrar os verdadeiros criminosos.

“Anapu é uma região extremamente marcada, assim como todo o estado do Pará, pela violência no campo. Nós tivemos o assassinato da irmão Dorathy Stang. No último mês (novembro) foram quatro mortes. Então, esse caso do Erasmo ele se soma a um quadro de muita violência no campo” disse Juliana Fonteles, presidente da Comissão de Direitos Humanos OAB-PA.

Por G1 PA — Belém
19/12/2019 17h48
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