40 homens armados invadem fazenda, torturam funcionários e roubam tratores

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Funcionário teria sido torturado. Foto: arquivo pessoal

Cerca de 40 homens fortemente armados invadiram a fazenda Santa Carmem, a 190 quilômetros de Porto Velho (RO), no dia 21 de abril. Segundo a família Leite, dona da propriedade, dez funcionários que estavam no local foram rendidos e torturados das 16h às 22h.

A suspeita é que os criminosos façam parte da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), um movimento que tem predileção pela guerrilha armada.

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Foto: arquivo pessoal

Além de fazerem mal aos peões da fazenda, a família Leite acusa os criminosos de terem destruído cercas, construções, áreas de reserva, carros e motos dos funcionários, além de terem roubado dois tratores e pertences dos trabalhadores. O prejuízo é estimado em R$ 2 milhões.

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Carro foi incendiado pelos criminosos. Foto: arquivo pessoal

A fazenda Santa Carmem tem cerca de 20 mil hectares e é dedicada principalmente à pecuária, com 7.000 cabeças de gado. Por enquanto, a agricultura ocupa apenas mil hectares. Veja o antes e depois.

“É um sentimento enorme de tristeza, de indignação. Justiça é o que nós queremos. Não podemos permitir que se crie um Estado paralelo ao Estado brasileiro. O direito à propriedade é sagrado, e diversos crimes têm sido cometidos. Está se formando uma milícia na nossa região”, afirma o empresário e pecuarista Ricardo Leite.

Confira no fim desta reportagem mais fotos dos estragos na fazenda Santa Carmem.
Não é um caso isolado

Pelo menos quatro fazendas da região já foram invadidas e depredadas pelos criminosos. Tudo começou com a invasão na área das fazendas NorBrasil e Gleba Arco Íris, vizinhas à Santa Carmem, em julho do ano passado.

Segundo depoimento dos funcionários no boletim de ocorrência, em ataque anterior, oito homens encapuzados chegaram no local em motocicletas, efetuando disparos de arma de fogo e mandando que todos deitassem no chão. Foram roubados os celulares das vítimas e outros pertences. Um dos funcionários chegou a ser agredido pelos indivíduos com coronhadas na cabeça.

“Eles destruíram uma casa de apoio, deram mais de 200 tiros e atacaram os funcionários. Uma semana que saiu a reintegração, eles voltaram. Tem mais de 600 pessoas na nossa área de reserva legal, e eles estão derrubando tudo. Já comunicamos ao Ibama, Exército e todos os órgãos”, conta um dos proprietários dessas fazendas,  Sebastião dos Santos.
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Foto: Sebastião dos Santos

A Liga dos Camponeses Pobres está atuando justamente na área onde dois policiais militares foram mortos no ano passado. Santos afirma que a suspeita é que membros do movimento tenham sido responsáveis pelos assassinatos.

Produtores rurais da região estão preocupados com a autointitulada Liga Camponesa dos Pobres (LCP), conta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faec), Assuero Doca Veronez. “É um movimento que começa a esticar seus tentáculos pela Amazônia, com características de uma violência muito grande, e não só contra o patrimônio, mas contra trabalhadores e proprietários”, diz.

Segundo ele, a entidade, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deve apresentar uma denúncia junto ao Ministério da Justiça e ao Conselho Nacional de Segurança Pública contra a LCP. “A nossa luta é pela repressão imediata desse grupo, que pretende destruir propriedades e agredir quem produz para desestimular a continuidade das atividades e protestar contra ‘o sistema’ que não aceitam”, afirma

O movimento ainda é pequeno, de acordo com Veronez, mas pode crescer aos moldes do Movimento Sem Terra (MST) se o governo federal não atuar fortemente para coibi-lo. “Temos que desarticulá-lo enquanto está no início, porque, se não fizer nada ou se fizer pouco, vão continuar crescendo e praticando ações criminosas”, diz.

A Faec também já procurou a Secretaria Especial de Assuntos Fundiários, comandada por Nabhan Garcia, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Presidência da República.

Em vídeo divulgado nas redes sociais pelo governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, Nabhan Garcia afirma que a situação é preocupante. “Agem totalmente fora da lei. Vimos situações envolvendo possível narcotráfico, armamento pesado. É preciso que a população saiba que o governo federal está atento”, diz, ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, delegado de Polícia Federal Anderson Torres.

Apesar de ter acontecido na fronteira com o Acre, o crime está sob jurisdição de Rondônia. E a Polícia Civil do estado está investigando, pelos meios legais, quem pode estar por trás da liga.

“O MST invade propriedades e fica lá, enquanto não se expede uma ordem de reintegração. Nesse caso, a LCP invade, destrói e sai. Então não teve como prendê-los e localizá-los. A polícia está tentando localizá-los, principalmente os líderes, para serem responsabilizados”, conta Veronez.

*Colaborou Pedro Silvestre, de Mato Grosso

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