Alarmante: Imagens de satélite mostram que mancha de fogo encobre Novo Progresso e mais de 500 km de extensão da Amazônia

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(Foto: Reprodução ) – Alarmante: Imagens de satélite mostram que mancha de fogo encobre mais de 500 km de extensão da Amazônia
Esse fenômeno que afeta áreas de diversos biomas, já atinge os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso.

Uma vasta mancha de fogo, com mais de 500 km de extensão e 400 km de largura, tem se alastrado pela Amazônia, conforme imagens captadas pelo satélite europeu Copernicus. Esse fenômeno alarmante, que afeta áreas de diversos biomas, já atinge os estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de regiões na Bolívia, Paraguai e Peru. A expansão das queimadas tem sido acelerada pela seca, que atinge essas áreas há meses, intensificando uma crise ambiental de grandes proporções.

No dia 29 de agosto, o satélite capturou imagens reveladoras do avanço do fogo. Até o dia anterior, a mancha se concentrava em áreas do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso. Porém, com o passar dos dias, Acre e Mato Grosso do Sul foram também englobados pela destruição, formando um verdadeiro cinturão de fogo que ameaça o equilíbrio ecológico de várias regiões. O município de Novo Progresso, no Pará, por exemplo, registrou um aumento considerável de queimadas, intensificando ainda mais o cenário de devastação.

Situação crítica em diversos biomas

Dados do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que, apenas entre 1º de janeiro e 30 de agosto de 2024, a Amazônia já registrou mais de 61 mil focos de queimadas. O Pantanal, outro bioma fortemente impactado, contabilizou quase 9 mil focos no mesmo período. Ambos estão dentro da área afetada pela mancha de fogo, o que preocupa especialistas pela extensão e intensidade dos incêndios.

O estado do Mato Grosso lidera em número de focos de incêndio, com 24,8 mil registros de janeiro a agosto. Em resposta ao agravamento da situação, o governo estadual declarou, na última sexta-feira, estado de emergência por 180 dias. O objetivo é mobilizar recursos e ações para combater as queimadas, que já se tornaram recorrentes especialmente na região do Pantanal, um dos ecossistemas mais vulneráveis às queimadas prolongadas.

O Amazonas, com 14,4 mil focos de incêndio no mesmo período, enfrenta uma crise ambiental ainda mais profunda. Além das queimadas, o estado sofre com a seca severa que reduziu os níveis dos rios, impactando diretamente a população ribeirinha e a biodiversidade. Todos os 62 municípios amazonenses foram declarados em estado de emergência no dia 28 de agosto, uma medida tomada pelo governo estadual diante da combinação devastadora de seca e fogo.

No Pantanal, que abrange parte do Mato Grosso do Sul, o cenário não é menos preocupante. Com 9,9 mil focos de queimadas registrados nos últimos três meses, o bioma tem sido devastado pelo fogo, com enormes perdas para a fauna e flora locais. O estado foi um dos primeiros a declarar estado de emergência, em 24 de julho, e continua a enfrentar grandes desafios para conter a destruição.

Rondônia também bateu recordes de queimadas, com o maior número de focos registrados em em um mês de agosto dos últimos cinco anos: 6.223. Nesta semana, o governo estadual implementou uma proibição do uso de fogo em todo o território por 90 dias. Além disso, o governo federal reconheceu a situação de emergência em 18 municípios de Rondônia devido à estiagem.

O Acre registrou 2.654 focos de incêndio de janeiro a agosto. O estado declarou situação de emergência ambiental já em junho deste ano devido à diminuição das chuvas e ao aumento do risco de incêndios florestais.

Seca intensifica o problema

A falta de chuvas é um dos principais fatores que agravam a crise ambiental na região. O meteorologista Leonardo Vergasta, do Laboratório do Clima (Labclim) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), explicou que a mancha de fogo capturada pelo satélite indica uma alta concentração de dióxido de carbono na atmosfera, consequência direta das queimadas. O acúmulo desse gás intensifica o efeito estufa, contribuindo para o aquecimento global e afetando o equilíbrio climático da região.

Estados como Mato Grosso e Rondônia já enfrentam mais de 90 dias sem chuvas significativas. No sul do Amazonas e no Acre, a estiagem dura cerca de três semanas, o que dificulta ainda mais o combate aos incêndios. Sem chuvas, o solo permanece seco, tornando a vegetação altamente inflamável e facilitando a propagação do fogo. O cenário de devastação é agravado pelas previsões meteorológicas, que não indicam chuvas significativas para as próximas semanas.

Impactos ecológicos e socioeconômicos

As consequências das queimadas e da seca vão além do impacto imediato sobre a vegetação e os animais. Populações indígenas, ribeirinhas e rurais que dependem diretamente dos recursos naturais da floresta também estão entre os mais afetados. A fumaça proveniente das queimadas aumenta os casos de doenças respiratórias, especialmente em crianças e idosos, e as perdas econômicas relacionadas à agricultura e ao turismo são significativas.

Especialistas alertam que as queimadas e a seca podem causar danos irreversíveis à Amazônia e ao Pantanal, dois dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. A recuperação dessas áreas, mesmo com o fim das queimadas, será um desafio de longo prazo, exigindo esforços conjuntos de governos, organizações ambientais e a sociedade.

O governo federal e as autoridades estaduais já começaram a implementar ações emergenciais para tentar conter o avanço das queimadas, mas o combate ao fogo em áreas tão vastas e de difícil acesso continua a ser um grande desafio logístico e operacional.

A crise ambiental que afeta a Amazônia e o Pantanal em 2024 é um lembrete alarmante da urgência de medidas eficazes para preservar os ecossistemas naturais e combater as mudanças climáticas que têm exacerbado a ocorrência de eventos extremos como este.

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Fonte: AM/UOL e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/09/2024/05:30:38

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