‘É lamentável estar do lado de uma usina e não ter energia”, diz indígena em protesto contra Belo Monte no PA

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Liderança da etnia Curuaia cobra fornecimento de energia para comunidades indígenas impactadas pela usina de Belo Monte, no PA — Foto: Reprodução / TV Liberal

Afetados pela usina hidrelétrica de Belo Monte iniciaram protesto na rod. Transamazônica para cobrar promessas da Norte Energia, como compensação pelos impactos do empreendimento.

“É lamentável estar do lado de uma hidrelétrica e não ter energia”, afirma Lorena Curuaia, liderança indígena que participa de manifestação envolvendo indígenas, ribeirinhos, agricultores e pescadores, iniciada nesta segunda (9), em um trecho da rodovia BR-230, a Transamazônica, nas proximidades de Altamira, sudeste do Pará.

Os manifestantes cobram promessas da concessionária Norte Energia, responsável pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, como compensação pelos impactos do empreendimento.

Segundo Lorena, indígenas das etnias Curuaia e Xipaia, que vivem em comunidades rurais, também cobram o serviço de energia elétrica para essas localidades, que até então vivem sem o fornecimento.

“Na minha comunidade várias das famílias foram prometidas disso, temos documentos, mas não tem comunicação muito menos energia”, aponta.

A interdição iniciou pela madrugada, no km 27, trecho que dá acesso à usina. O grupo usou veículos e pneus para impedir o tráfego.

“A Norte Energia está devendo a nossa condicionante que ela prometeu. As nossas (embarcações) voadeiras, as nossas emergenciais e nunca cumpriu”, afirma a ribeirinha Maria de Fátima Sousa.

Com o período de seca mais intensa na região do rio Xingu, as comunidades reclamam da escassez de alimentos e da falta de água potável. Segundo os manifestantes, a navegação também ficou comprometida em diversos pontos do rio e igarapés.

A pescadora Sara Rodrigues afirma que o rio Xingu está infértil. “Não temos piracema (período em que os peixes sobem para a cabeceira dos rios para se reproduzirem). O pescador agora está ganhando um dinheirinho, vai ter que catar o fruto que o peixe come que está caindo no seco”.

Em outubro, o reservatório da hidrelétrica já tinha sido impactado pela forte seca. O nível do Xingu baixou assim como a água dos Igarapés que deságuam e agora estão praticamente secos. Poças com lama se formaram nas áreas que secaram e peixes morreram.

Pela noite, manifestantes puderam participar de uma reunião com representantes da Norte Energia, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e Ministério Público Federal (MPF). Até a publicação da matéria, ainda não houvia confirmação de acordo.

A Norte Energia afirmou, em nota, que todas as medidas de compensação e cuidados com o meio ambiente encontram-se em andamento.

A empresa disse, ainda, que algumas foram paralisadas por conta da pandemia, mas que já estão sendo retomadas.

Trânsito

Motoristas foram surpreendidos pelo bloqueio. Passageiros tiveram que carregar bagagens e atravessar pela interdição para continuar a viagem em outro veículo.

Caminhoneiros tiveram de enfrentar a demora e colocar barricada em outro ponto da rodovia. Eles atearam fogo no local.

Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram deslocadas para acompanhar o protesto.

Por G1 PA — Belém

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