Embaixador da ONU visita o Pará e faz alerta sobre incidência de hanseníase no Estado

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(Foto:reprodução/Ary Souza)-O Pará é o quinto estado do Brasil com maior incidência da doença

O presidente da Sasakawa Memorial Health Foundation (SMHF), do Conselho da The Nippon Foundation e embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) para eliminação da hanseníase, Yohei Sasakawa, esteve em Belém nesta terça-feira (02). A visita faz parte do roteiro do embaixador no Brasil, que tem como objetivo discutir os avanços do país no enfrentamento à hanseníase.

Logo cedo, às 8h30, Sasakawa esteve na Unidade de Referência Especializada (URE) Marcelo Cândia, em Marituba, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), para conhecer o trabalho da instituição em prol de pacientes com hanseníase em média complexidade. Em seguida, ele foi recebido pelo secretário de Estado de Saúde Pública, Alberto Beltrame, na Sespa, durante solenidade com representantes da Secretaria e de municípios, além da imprensa.
para2Sasakawa esteve nesta manhã em um encontro com secretários de saúde na Sespa (Foto:Reprodução/Ary Souza)

Em pronunciamento, Sasakawa destacou a importância de um diagnóstico precoce e, sobretudo, de informações difundidas sobre a hanseníase o que, segundo ele, ajudaria a diminuir os índices da doença a nível nacional.

“A incidência de hanseníase no estado do Pará ainda é extremamente alta. Ela é uma doença silenciosa, sem dor, o que acaba atrasando o diagnóstico. Então, é extremamente importante que essa doença tenha um diagnóstico e tratamento precoce, o que começa dentro da família, com os próprios membros verificando, uns nos outros, se há manchas para que possam investigar e evitar que haja sequela da doença, o que ocorre quando ela é diagnosticada tardiamente” explicou Sasakawa, acrescentando que “se tiver alguma mancha, que procurem rapidamente um hospital”. “Se isso for realmente implantado, se tornar hábito, o número de hanseníase para o Estado vai reduzir drasticamente” completa.

Sasakawa também alertou para o estigma que ainda envolve a doença, reforçando que, diferente do que pensam, “não é uma doença transmissível rapidamente”, ao observar que a discriminação ocorre “por falta de conhecimento”.
MARABÁ

Além da visita a Belém, Sasakawa também estará amanhã (03) em Marabá. As duas cidades foram escolhidas por estarem inseridas nos 20 municípios brasileiros que participam do projeto “Abordagens inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre da hanseníase”, que tem como objetivo diminuir a carga de hanseníase nas cidades selecionadas, com a ampliação do trabalho da detecção de casos novos; promoção da educação permanente para os profissionais da Atenção Primária à Saúde; fortalecimento dos centros de referência; redução da proporção de casos novos com Grau 2 de incapacidade física – GIF2 (como garras em mãos e/ou pés e atrofia muscular), por meio do diagnóstico precoce e ações de prevenção de incapacidades; e enfrentamento do estigma e discriminação contra as pessoas acometidas pela doença.
DESAFIOS NO PARÁ

Vale lembrar que o Pará, em 2018, ocupou o quinto lugar entre os estados mais endêmicos para hanseníase no Brasil, com 2.531 novos casos diagnosticados, ou seja, 29,73 para cada 100 mil habitantes, o que o põe na classificação de endemicidade “muito alta”, ficando atrás somente do Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Maranhão.

Secretário de Saúde do Estado, Beltrame reconhece o desafio que o Estado enfrenta no que diz respeito ao combate à hanseníase. De acordo com ele, esforços estão sendo voltados para a realização de diagnósticos cada vez mais precoces, assim como tratamentos, “sobretudo para reabilitar aquelas pessoas que tiveram a doença a se reinserir na sociedade, evitando discriminação social, preconceito e estigmatização da doença”.

“O nosso compromisso é reduzir o número de casos, aumentar a nossa capacidade de fazer diagnóstico e nos engajar nesse grande movimento internacional para erradicação da hanseníase em todo o mundo” conclui.
DADOS DO PARÁ

Dos 144 municípios do Estado, 42 (29%) estão na condição de “hiperendêmia”, e 46 (32%) estão na condição de endemia “muito alta” em relação a hansesínase. Só em 2019, 973 novos casos já foram registrados.

O diagnóstico e o tratamento no Estado estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde, sendo o esquema terapêutico integralmente ambulatorial, sem necessidade de internação. Para os casos de média complexidade, os pacientes são encaminhados à Unidade de Referência Especializada Marcello Cândia, situada em Marituba, Região Metropolitana de Belém (RMB), e mantida pela Sespa.

De todos os casos, o Estado tem uma taxa de cura de 76,9% e taxa de abandono de tratamento de 7,3%.
O QUE É A HANSENÍASE

Hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo bacilo de Hansen. Mais de 95% das pessoas não são suscetíveis ao seu contágio devido a imunidade ou a resistência naturais.

A doença afeta principalmente os nervos periféricos e a pele e seus sintomas iniciais são manchas vermelhas cutâneas, com perda de sensibilidade.

Formas eficazes de sua cura incluem o tratamento com poliquioterapia (PQT), ou seja, é uma doença que tem cura. Prova disso é que, desde a introdução do tratamento PQT, em 1982, mais de 16 milhões de pessoas se restabeleceram em todo o mundo.  O período de tratamento pode levar de seis a 12 meses e, se diagnosticado precocemente, a pessoa pode não ter sequelas.

Por:Redação Integrada

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