Israel anuncia retirada de tropas da Faixa de Gaza
Anúncio foi feito pouco antes da entrada em vigor da trégua de 72 horas
As forças militares israelenses anunciaram nesta terça-feira a retirada de todas as suas tropas da Faixa de Gaza, a poucos minutos da entrada em vigor da trégua de 72 horas mediada pelo Egito entre Israel e o Hamas.
— As Forças de Defesa de Israel serão realocadas em posições defensivas fora da Faixa de Gaza e vamos manter essas posições defensivas — afirmou o porta-voz tenente-coronel Peter Lerner.
O anúncio foi feito pouco depois das forças terrestres israelenses terem concluído sua principal missão na guerra de Gaza de destruir túneis escavados por guerrilheiros palestinos, informaram as duas principais emissoras de rádio de Israel, citando fontes militares.
Ao menos 32 das passagens subterrâneas de infiltração, e dezenas de eixos de acessos, que também serviam para transportar mercadorias, foram localizados e explodidos antes de entar em vigor às 2h da manhã (horário de Brasília) a trégua mediada pelo Egito entre o Hamas e Israel, segundo a Rádio Israel e a Rádio do Exército.
CESSAR-FOGO PERMANENTE SERÁ DISCUTIDO NO CAIRO
“Após a aceitação do cessar-fogo temporário, convocamos lideranças israelenses e palestinas para que venham ao Cairo para discutir um cessar-fogo permanente, e esperamos que a região se estabilize em breve”, afirmou em comunicado, o ministro egípcio das Relações Exteriores, Sameh Shoukry.
O porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Mark Regev, confirmou que o governo de Israel aceitou a proposta. De acordo com o diário israelense “Haaretz”, uma delegação israelense partirá para a capital egípcia para participar das negociações.
Dois ataques foram registrados em Jerusalém nesta segunda-feira, deixando um israelense morto e seis feridos, no que parece ser uma reação à ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Os episódios de violência, descritos pela polícia como atos terroristas, ocorrem após o Hamas acusar Israel de violar uma trégua unilateral de sete horas e levaram ao reforço do policiamento na cidade. Imediatamente após o início do cessar-fogo temporário, um bombardeio sobre um campo de refugiados na Cidade de Gaza matou uma menina de 8 anos e deixou 29 pessoas feridas. Horas depois, Israel retomou a ofensiva contra Gaza, antes do fim do período estabelecido para a trégua humanitária. Enquanto foguetes eram disparados contra Israel, o Egito pressionava os palestinos para decretarem um cessar-fogo de três dias.
Em um bairro de judeus ultraortodoxos em Jerusalém, um homem dirigindo uma escavadeira atropelou um pedestre e virou um ônibus antes de ser baleado e morto por policiais. O pedestre morreu e mais cinco pessoas ficaram feridas — o motorista do ônibus, três passageiros e um policial.
O motorista do trator foi identificado como Mohammed Naif Ja’abis, um árabe por volta dos 20 anos, morador de Jerusalém Oriental. Ja’abis deixou a área de construção, andou cerca de 50 metros e atingiu o israelense e o ônibus.
Militantes palestinos realizaram investidas semelhantes no passado usando veículos de construção civil. Mas embora a polícia afirme que ele já tivesse se envolvido em um problema de segurança anteriormente, a família negou que ele fosse um terrorista e considerou o episódio um acidente.
Algumas horas depois, perto da Universidade Hebraica de Jerusalém, um atirador abriu fogo ferindo um soldado gravemente no estômago. As forças de segurança realizam uma caçada na tentativa de deter o agressor, que fugiu em uma moto.
— Suspeitamos que este foi um ataque terrorista — disse Yossi Parienti, chefe de polícia de Jerusalém, ao Canal Dois.
O caso levou a um reforço do policiamento em Jerusalém, com agentes de outras cidades sendo enviados para o local. A segurança será aumentada em bairros árabes e judeus onde possam ocorrer atritos. As autoridades alertaram para os moradores tomarem cuidado.
A área do porto de Tel Aviv também teve a segurança reforçada, após um homem ameaçar por telefone explodir uma bomba. O interlocutor, que não se identificou, afirmou que estava prestes a realizar um atentado, mas teria decidido recuar e voltar para sua casa, em Hebron.
As tensões elevaram-se em Jerusalém no último mês após o início da ofensiva em Gaza e o assassinato de um adolescente palestino na cidade por israelenses para vingar a morte de três jovens israelenses sequestrados e mortos na Cisjordânia.
Não houve reivindicações imediatas de responsabilidade pelos ataques nesta segunda-feira, mas um porta-voz do Hamas exaltou a investida:
— Nós louvamos as operações heroicas e bravas em Jerusalém, que vêm como uma reação natural aos crimes e massacres pela ocupação contra o nosso povo em Gaza.
Fonte: ORMNews.
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