Livro vai lembrar os 40 anos dos naufrágios dos navios Sobral Santos e Novo Amapá

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(Foto:Reprodução) – Tragédias ocorridas no Pará, em janeiro e setembro de 1981, ceifaram a vida de mais de 600 pessoas. Publicação relata os principais naufrágios da Amazônia, como o Ana Karolline III, ocorrido este ano no Amapá, que matou mais de 40 pessoas.

Com previsão para lançamento e distribuição em Livrarias na segunda quinzena de novembro, o livro “ Sobral Santos e Novo Amapá – 40 anos de impunidade” vai relembrar os naufrágios que mataram centenas de pessoas nos rios da Amazônia. A publicação, de autoria do jornalista Evandro Corrêa, faz um relato profundo e minucioso dos maiores naufrágios ocorridos na região, entre os quais, o mais recente, do barco motor Ana Karoline III, que naufragou no Amapá matando mais de 40 pessoas.

Com relatos e depoimentos de autoridades, sobreviventes e testemunhas, o livro reconta as histórias dos naufrágios do Sobral Santos, II, que foi a pique na madrugada do dia 19 de setembro de 1981, no porto da cidade de Óbidos, no oeste do Pará, matando mais de 300 pessoas, e também a tragédia do navio Novo Amapá, que naufragou no dia 6 de janeiro do mesmo ano, no rio Cajari, em Almeirim, acidente que deixou um saldo de mais de 400 mortos.

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Nos dois casos, ninguém foi responsabilizado ou punido pelos dois naufrágios, conhecidos como as maiores tragédias do Brasil, só perdendo, em números de vítimas, para o naufrágio do navio Príncipe das Asturias, ocorrido em São Paulo em 1916, matando mais de 400 pessoas e o acidente com o avião da TAM, em 2007, em São Paulo,  deixando um total de 199 vítimas fatais.

O livro, que conta os momentos de agonia e desespero dos passageiros, reforça que tanto no naufrágio do Sobral Santos II como no do Novo Amapá, a superlotação e o excesso de carga deram o tom da tragédia. “Os dois navios foram a pique a noite e a maioria dos passageiros dormia em redes e camarotes, fatores que impossibilitaram o salvamento de centenas de pessoas.

O difícil acesso e a demora na chegada de equipes de resgate dificultou a retirada da maioria dos corpos do fundo das águas. Em Santana, no Amapá, e em Óbidos, corpos foram amontoados e sepultados, sem identificação, as dezenas, em enormes valas”. Diz a publicação.

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A tragédia do Sobral Santos II, ceifou a vida de famílias inteiras e deixou dezenas de órfãos. Estrangeiros, e pessoas oriundas de vários estados do Brasil perderam a vida no naufrágio. Muitos corpos jamais foram encontrados. O caso, apesar do número recorde de vítimas fatais, sequer chegou aos tribunais.

O barco não tinha lista de passageiros, o que impossibilita, até hoje, determinar o número exato de mortos. Existem muitos relatos de que mergulhadores foram pagos para furar corpos no fundo do rio para não boiarem, e consequentemente, aumentar a lista de vítimas fatais.

Em Óbidos, onde foram sepultadas a maioria das vítimas, apenas as grandes valas, sem nomes de identificação, lembram aquela fatídica data. O porto da cidade, por muitos anos, ficou com a pecha de “cais Fantasma”. Com uma investigação precária e inconclusiva, a história é hoje apenas um arquivo, sem responsabilização e punição dos culpados. O navio, hoje com nome Cisne Branco, continua transportando cargas e passageiros nos rios da Amazônia.

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No caso do naufrágio do Novo Amapá, familiares das vítimas ingressaram na justiça com pedido de indenização e responsabilização dos proprietários,da União e do Estado. No entanto, o processo foi arquivado em 1997. Até hoje, sobreviventes e familiares de vítimas se encontram anualmente, no dia de finados, no cemitério de Santana, para velar seus mortos e manter viva a história da tragédia.

Além de narrar os dois maiores naufrágios ocorridos no Pará, o livro também faz um resumo cronológico das grandes tragédias amazônicas, com as histórias de mais de quarenta naufrágios ocorridos na região, nas últimas 4 décadas, com destaque também para um acidente com um rebocador, as proximidades de Óbidos, que matou 11 pessoas, cujos corpos só foram retirados do fundo das águas, dois meses após o acidente.  A obra, que deverá ter mais de 300 páginas, faz uma abordagem realista sobre a precariedade da navegação na Amazônia e também relata outras nuances das tragédias, como o ataque de peixes territorialistas e vorazes, como a Pirarara, o “Tubarão da Amazônia”, cujos cardumes teriam devorado vítimas dos naufrágios.
O livro “ Sobral Santos e Novo Amapá – 40 anos de impunidade” está em fase de finalização. O autor criou o Blog https://sobralsantosenovoamapanaufragio.blogspot.com/ e também uma página no Facebook @sobralsantosenovoamapanaufragio com a finalidade de manter contato com vítimas, familiares e testemunhas das tragédias, que queiram dar seu depoimento para a obra. Os contatos podem ser feitos pelos números 91 9 8126 2993 ou 9 8284 – 3175. (ZAP).

Por:Sobral Santos e Novo Amapá

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