Medidor individual de consumo de água vira lei federal.

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Texto sancionado esta semana suscita debate sobre divisão da água em prédios antigos
A partir de 2021, será obrigatório que os novos condomínios em todo país tenham medição individualizada de água. De acordo com a Lei 13.312, sancionada pelo presidente em exercício Michel Temer, na última terça-feira, as construtoras terão cinco anos para adaptar-se. A medida não atinge condomínios construídos antes da resolução.
O objetivo é que os condôminos paguem um valor mais justo na taxa de água, pois o hidrômetro permite discriminar o consumo de cada apartamento, dividindo apenas os gastos referentes às áreas comuns.
No Rio, há uma lei municipal que contempla a individualização para novos prédios desde 2011. O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), João Paulo Rio Tinto de Matos, diz que a lei sancionada por Temer apenas consolida um processo que já é realidade em várias capitais e cidades de grande porte. São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Distrito Federal também têm legislações neste sentido.
— Até mesmo por ser uma lei no Rio, as construtoras já entendiam que era uma medida que beneficiava o consumidor — diz Matos.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) compartilha da opinião:
— Os novos empreendimentos imobilários já estão levando em consideração a medição individual de água. Essa mudança é benéfica para combater os desperdícios de água, um recurso tão importante e priorioritário — afirma.
Se para os novos condomínios vai ser obrigatório, a mudança para os antigos empreendimentos é uma ação para economiar água e reduzir custos. O que pesa é o valor da mudança, pois é necessária uma obra nas colunas hidráulicas. A síndica profissional Geisa Kaufman, que administra 11 prédios, considera que a vantagem é enorme, mas os condomínios estão cortando custos atualmente. Com isso, a obra fica fora dos planos.
— Ainda que o custo-benefício seja proveitoso, a adequação ainda é cara — considera.
O diretor superintendente da APSA, Leonardo Schneider, tem uma opinião diferente: para ele, vale a pena fazer orçamento.— O benefício gerado com a economia de 30 a 60% na conta de água acaba compensando o valor da obra — opina.
Responsável por 50 mil pontos de medição hidráulica em São Paulo, o gerente da CAS Tecnologia, Marco Aurélio Teixeira, viu crescer o número de pedidos após o início da crise econômica. Atualmente, a cada dez orçamentos, sete são aprovados pelos prédio. Antes disso, apenas um era aceito.
— A individualização valoriza o imóvel. Além de estimular o uso consciente da água, revitaliza a tubulação interna — defende ele.
O medidor individual é apenas mais uma ação que os condomínios podem e devem realizar para racionalizar o consumo, acredita Dostoiévscki Vieira, diretor do Instituto Pró-Síndico.
— A troca do aquecimento de água a gás para chuveiros elétricos, por exemplo, pode representar uma economia de quase 50%, já que o primeiro consome mais água por minuto. Além disso, também é importante dar preferência a descargas acopladas ao vaso sanitário, que gastam muito menos água do que os exemplares de válvulas nas paredes — aconselha.
Para Francisco Branco, diretor executivo da Lowndes & Sons, a individualização pode ajudar a resolver conflitos em condomínios, pois muitos moradores se sentem injustiçados:
— Uma alternativa criada por um condomínio que administramos no Flamengo foi a divisão por número de moradores de cada unidade, após decisão em assembleia — disse ele.

Por: O Globo
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