MP apresenta segunda denúncia contra João de Deus, após ouvir vítimas de oito estados

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João Teixeira de Faria, o médium conhecido como João de Deus, pouco após ser preso (Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo/16-12-2018)

Crimes teriam sido praticados de 1990 a 2018, envolvendo mulheres adultas, crianças e adolescentes

BRASÍLIA — O Ministério Público de Goiás protocolou nesta terça-feira uma segunda denúncia contra o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, numa acusação que envolve os crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Ele já é réu em outro caso, acusado dos mesmos crimes.

Os investigadores basearam a nova denúncia no depoimento de 13 vítimas, sendo que algumas delas eram crianças ou adolescentes quando os crimes teriam sido praticados. Segundo a promotora Gabriella de Queiroz, oito desses 13 crimes já prescreveram. Mesmo assim, os relatos das vítimas foram incluídos na denúncia, onde elas aparecem como testemunhas de corroboração.

Os relatos das vítimas dão conta de abusos que teriam sido praticados do ano 1990 até julho de 2018. Por um desses abusos, o médium é acusado de violação sexual mediante fraude. Com base no relato de outras quatro vítimas, a denúncia apresentada pelo MP foi de estupro de vulnerável.

Todos os crimes teriam sido cometidos durante atendimentos espirituais realizados em Abadiâia (GO).

A denúncia envolve crimes contra quatro mulheres de Goiás e uma de São Paulo e conta ainda com relatos de mais oito mulheres do Distrito Federal, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Rio Grande do Sul.

João de Deus segue preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia e nega os crimes.

O promotor Luciano Meirele ressaltou, na tarde desta terça-feira, que novas oitivas já estão marcadas e que as investigações não se encerram com a apresentação desta segunda denúncia.

— O trabalho do Ministério Público não se encerra aqui. Temos uma série de relatos e oitivas para colher — disse o promotor.

Por nota, o advogado Alberto Toron classificou como “medonha” a atuação dos membros do MP no caso João de Deus. “Não nos dão vista de nada, marcam interrogatório um dia antes no próprio MP, a defesa é obrigada a ler tudo em 20 minutos antes do interrogatório. Ele é ouvido e a denúncia (que já estava pronta) é protocolizada na manhã seguinte. É a antítese do que deve ser um processo no Estado democrático de Direito”.
TJ nega habeas corpus

Também nesta terça-feira, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) negou, por unanimidade, um habeas corpus de João de Deus. No dia 18 de dezembro, o desembargador Jairo Ferreira Júnior havia negado o pedido em caráter liminar, ou seja, provisório. Agora, o colegiado confirmou a decisão.

Havia um pedido de liberdade pendente no Supremo Tribunal Federal (STF), mas a defesa desistiu dele na última sexta-feira. De acordo com advogado Antonio Carlos Almeida Castro, conhecido como Kakay, a estratégia era justamente esperar a conclusão do julgamento no TJ.

— O ministro do STF Dias Toffoli não decidiu a liminar e resolveu pedir mais informações. Como, enquanto isso, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) começou a julgar o caso, ficou mais interessante do ponto de vista estratégico esperar o fim do julgamento, que deve terminar na próxima semana.

Agora, os advogados de João de Deus devem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Fonte: O Globo//Patrik Camporez
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