Peixe-boi resgatado em Óbidos será levado para centro de recuperação em Manaus

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Animal saiu do município nesta terça-feira (30) e deve chegar à capital amazonense na quinta-feira (1). Filhote foi resgatado no dia 24 de maio no Lago Pauxis.

Movidos pelo desejo de preservação, vários órgãos se mobilizaram para salvar e garantir a segurança do filhote de peixe-boi que foi resgatado em Óbidos, no oeste do Pará, no dia 24 de maio. Após sete dias do resgate no Lago Pauxis, o animal foi colocado em uma embarcação na tarde desta terça-feira (30) e seguirá para Manaus (AM), onde receberá tratamento no centro de recuperação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Durante os dias em que ficou sob cuidados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município, na sede do órgão, o mamífero recebeu cuidados médicos, passou por avaliação e era alimentado de três em três horas. O filhote é uma fêmea de aproximadamente 20 quilos, com quatro meses de idade e 55 centímetros. Ela ainda está com vários ferimentos pelo corpo.

Segundo a Semma, foi montada uma logística para fazer o deslocamento do animal. Um empresário que faz a linha Óbidos-Manaus disponibilizou uma embarcação para levar o peixe-boi à capital amazonense. Da sede da secretaria até o porto foram aproximadamente cinco minutos em um trajeto feito por carro. O percurso até o destino final tem a distância de 520 km pelos rios amazônicos, que devem ser feitos durante dois dias.

Antes fazerem a remoção, os agentes receberam um treinamento de um biólogo experiente em resgate de peixe-boi. Um deles está acompanhando o filhote na viagem para fazer a alimentação e troca da água. “Nos dias que ele ficou no município, o quadro clínico era estável e ele estava muito bem. Os ferimentos estavam cicatrizando. O peixe-boi estava forte para fazer a viagem”, garantiu o gestor técnico da Semma, Diego Ferreira.

Centro de recuperação em Santarém

Apesar de ter um centro de recuperação na região, mantido por uma faculdade privada, o filhote de peixe-boi não pôde ser recebido em Santarém. Ao G1, a Faculdade da Amazônia (Unama) informou que no ZooUnama está com limitações estruturais para acolhimento e reabilitação de novos animais. O local também está recebendo apenas espécies capturadas nos municípios conveniados ao zoológico, que não é o caso de Óbidos. O espaço ainda não foi ampliado, pois ainda não há recurso suficiente para as obras.

Equilíbrio no ecossistema aquático

De acordo com o biólogo especialista em fauna silvestre, Sidcley Matos, há duas espécies de peixe-boi: a amazônica e a marinha. Esses mamíferos estão na lista de animais aquáticos ameaçados de extinção e o principal predador é o ser humano.

Os peixes-bois têm uma função importante no ecossistema aquático. “Eles fazem o controle da vegetação dos rios e lagos, além das fezes servirem de alimento para os peixes. Se esses animais desaparecerem tudo fica desiquilibrado. É tudo uma cadeia ecológica”, ressaltou.

Apesar de projetos de preservação fazerem a reintrodução de animais na natureza, são registrados vários casos de resgate a filhotes. Segundo o biólogo, isso é reflexo da atividade humana. “Isso com certeza acontece porque a mãe foi morta por causa da caça. Um filhote nasce a cada quatro anos de uma fêmea, contando com o tempo que a mãe fica com ele. Você tirando uma fêmea, automaticamente está exterminado a espécie”, alerta.

Geralmente, os caçadores prendem os filhotes em redes de pesca ou em corda. Pelo instinto materno, a mãe se aproxima e é capturada. Com 10 dias depois, os pequenos são achados encalhados, fracos ou mortos porque não conseguem se alimentar sozinhos.

Fonte: G1 Santarém.
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