Polícia Civil faz operação contra postos de empresários suspeitos de ligação com o PCC
Foto: Reprodução | Os seis estabelecimentos alvos de busca pertencem a Pedro Gouveia e Luiz Monegatto e estão em levantamento do g1 que mostrou que eles são sócios em 68 postos em SP e 1 no PR.
Cinco postos de combustíveis da Baixada Santista, no litoral de São Paulo, e um em Araraquara, no interior paulista, são alvos da Operação Octanagem, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (21). O objetivo da ação é cumprir mandados de busca e apreensão em estabelecimentos relacionados ao empresário Mohamad Hussein Mourad. Ele é suspeito de comandar a lavagem de dinheiro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
O empresário foi investigado por meio da Operação Carbono Oculto, que revelou a infiltração do PCC na cadeia de produção e distribuição de combustíveis no Brasil.
Ao todo, seis mandados de busca e apreensão são cumpridos nesta terça-feira (21), sendo três em postos de combustíveis em Praia Grande, dois em Santos e um em Araraquara. Conforme apurado pelo g1, bombas e bicos foram lacrados na Baixada Santista.
Três postos usam a bandeira Rodoil, que, à época, era usada por 33 dos 251 postos pertencentes a alvos da operação contra o PCC. A Rodoil afirmou que desde março de 2025 já realizava monitoramento dos postos credenciados e que havia iniciado o processo de distrato com esses postos (veja o posicionamento da empresa abaixo).
Segundo a polícia, o objetivo da ação é atingir o lado “varejista” da organização criminosa, que continua em funcionamento mesmo depois da Carbono Oculto. A operação é acompanhada por fiscais da Agência Nacional do Petróleo, Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
A operação faz buscas em seis postos de combustíveis: cinco pertencem a Pedro Furtado Gouveia e um a Luiz Ernesto Franco Monegatto (confira abaixo os endereços).
Gouveia e Monegatto foram alvos da Operação Carbono Oculto, por suposta relação com Mohamad Hussein Mourad, principal suspeito de comandar a lavagem de dinheiro do PCC, e que está foragido.
Como o g1 mostrou em 4 de outubro, Gouveia é o maior dono de postos entre os alvos da Operação Carbono Oculto. Ele é sócio em ao menos 56 dos 251 estabelecimentos identificados pela reportagem a partir de registros oficiais da Receita Federal e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Procurada à época, a defesa de Gouveia não se manifestou.
Monegatto é sócio em outros 13 postos. O g1 não conseguiu falar com a defesa dele à época.
Postos de combustíveis alvos da Operação Octanagem
Nome | Endereço | Cidade |
Auto Posto Super Senna LTDA | Avenida Washington Luís, nº 434 – Gonzaga | Santos (SP) |
Auto Posto Novo Milênio | Rua Conselheiro Rodrigues Alves, nº 385 – Macuco | Santos (SP) |
Auto Posto Panamera LTDA | Avenida Presidente Kennedy, nº 10.136 – Maracanã | Praia Grande (SP) |
Auto Posto Platinum | Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, nº 8.989 – Vila Mirim | Praia Grande (SP) |
Auto Posto Quasar LTDA | Avenida Presidente Kennedy, n° 12.970 – Vila Caiçara | Praia Grande (SP) |
Auto Posto Ímola de Araraquara LTDA | Avenida Maria Camargo de Oliveira, nº 3.571 – Vila Velosa | Araraquara (SP) |
Elo com Mohamad
Segundo as investigações, os seis postos têm ligação com Himad, primo de Mohamad e descrito na Operação Carbono Oculto como um dos expoentes da organização criminosa.
Em junho de 2025, um investigador fez uma compra no Auto Posto Panamera, de Praia Grande (SP), que pertence a Pedro Gouveia, e notou que o comprovante de pagamento saiu em nome do Auto Posto Ímola, de Araraquara (SP).
O Ímola pertence a Monegatto e, segundo o antigo dono, foi vendido a ele e a Himad, que não aparece no quadro societário dos estabelecimentos.
Até março de 2025, Himad também foi sócio do Auto Posto Platinum, de Praia Grande (SP), e dos postos Super Senna, e Novo Milênio, de Santos (SP), todos pertencentes atualmente a Pedro Gouveia, assim como o Quasar, de Praia Grande (SP).
Segundo o levantamento do g1, Himad é sócio direto de dez postos – mas a polícia suspeita que ele seja ligado a mais de 100. O g1 não conseguiu localizar a defesa do investigado.
O que diz a RodOil?
Em nota, a RodOil disse que, desde março de 2025, antes mesmo da deflagração da operação Carbono Oculto, já havia identificado algumas inconsistências e iniciado o processo de distrato com alguns postos em questão, inclusive judicialmente. Esses contratos foram rompidos e os estabelecimentos estão em fase de retirada da marca.
Dos postos bandeirados com a marca RodOil e que foram citados na operação, todos já foram notificados para o distrato contratual e a remoção da marca. O AutoPosto Super Senna LTDA utilizava a marca da RodOil sem nenhum vínculo contratual e, desta forma, ilegalmente. A empresa atua desde o início deste ano para que a marca RodOil seja removida das unidades citadas.
A companhia ainda disse que apoia as investigações e reafirma que não compactua, em hipótese alguma, com práticas ilegais.
Carbono Oculto
Deflagrada em agosto, a Operação Carbono Oculto reuniu cerca de 1,4 mil agentes para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão com objetivo de desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação, considerada a maior da história do Brasil contra o crime organizado, teve como alvos mais de 350 pessoas e empresas suspeitas de ajudar o PCC a esconder o dinheiro obtido nos crimes – prática conhecida como lavagem de dinheiro. O grupo sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, segundo autoridades da Fazenda de SP.
Quinze alvos da operação, supostamente ligados a esse esquema de lavagem, são sócios de ao menos 251 postos de combustíveis em quatro estados do país, segundo levantamento feito pelo g1.
Destes, 33 postos ficam em seis cidades da Baixada Santista, sendo 12 postos em Santos, 9 em Praia Grande, 6 em Guarujá, 3 em São Vicente, 2 em Cubatão e 1 em Mongaguá. Onze postos operam sem bandeira, enquanto os demais estão vinculados a Ipiranga (12), Rodoil (9), BR Petrobras (1). Nenhuma dessas distribuidoras foi alvo direto da operação.
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Infográfico: Como funcionava o esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis — Foto: Arte/g1
Fonte: Fonte: g1 e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 21/10/2025/13:17:09
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