RBATV exibe série sobre impactos ambientais no PA

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Os impactos de mais um grande projeto que será instalado às margens do rio Xingu, sudoeste paraense, têm gerado amplo debate. Consequências positivas e negativas depois que a empresa mineradora canadense Belo Sun decidiu explorar ouro na Volta Grande do Rio Xingu, na região de Altamira, têm dividido opiniões de moradores e movimentos de apoio aos povos tradicionais, como ribeirinhos e indígenas.

“Maior Projeto de Minério no Brasil”, tema da primeira série de reportagem especial que começou a ser divulgada ontem na RBATV, mostrou que a mineradora instalou base na Vila da Ressaca, município Senador José Porfírio, pertencente à microrregião de Altamira, com apenas 400 famílias, cerca de dois mil moradores.

Para chegar lá, a equipe de reportagem da Band de Altamira – a primeira emissora de TV a visitar a região dois dias depois da licença ambiental de instalação ser liberada pelo Governo do Estado do Pará – saiu do sistema de transposição da Hidrelétrica de Belo Monte e percorreu por 40 minutos de voadeira (embarcação tipo lancha) até a vila.

O repórter Lucas de Castro ouviu quem será afetado diretamente pelo empreendimento. A maioria dos moradores é a favor do trabalho da mineradora, pois acredita em melhorias. “A promessa é de que vai ter muito emprego e a empresa vai priorizar os comerciantes e aqueles que trabalham na área há muito tempo”, diz um morador. “Esperamos que tudo mude, que dê certo”, opina outra moradora.

OURO

A comunidade pacata tem noção que debaixo do solo há um interesse mundial. A exemplo de Serra Pelada, o Projeto “Volta Grande”, da Belo Sun Mineração, vai se tornar a maior jazida de ouro do Brasil, que já se tornou uma realidade irreversível depositando esperanças naqueles moradores. “Medo eu tinha antigamente, quando o garimpo estava funcionando. Agora é uma empresa”, avalia uma moradora. “Temos fé que teremos um futuro muito grande, principalmente para os jovens”, aposta um vizinho da obra.

Embora as expectativas sejam boas, a região possui experiências com a instalação de outro grande empreendimento, a Hidrelétrica de Belo Monte, a segunda maior geradora de energia do Brasil e a terceira do mundo. A megaestrutura no rio Xingu leva energia a 17 Estados, o que representa 60 milhões de brasileiros.

Para Helena Araújo, representante do Movimento Xingu Vivo, a Belo Sun trará prejuízos. “Uma tragédia. Assim como Belo Monte, que entrou nas nossas vidas causando caos. Também vai entrar no eixo da violação dos direitos humanos e causar impactos aos ribeirinhos e indígenas”, dispara.

ASSOCIAÇÃO INDÍGENA NÃO APROVA MAIS UMA OBRA

Socorro Arara, presidente da Associação Indígena Tiporimun, também não vê com bons olhos a obra. Segundo ela, o Governo não consultou os povos indígenas, assim como as famílias tradicionais que serão diretamente afetadas. “O Rio Xingu é nosso. Somos uma nação que nascemos aqui e passa de geração pra geração. O Governo não tem direito de fazer esse tipo de projeto em nosso território e destruindo o meio ambiente”, contesta. Garimpeiros que trabalham na área de forma artesanal há décadas se sente ameaçados com o empreendimento, pois temem ficar sem a fonte de renda. O investimento total no projeto de extração de ouro alcança R$ 1,22 bilhão. A produção média será de cerca de 150 mil onças de ouro/ano.

ASSISTA ÀS OUTRAS REPORTAGENS DA SÉRIE: ÀS 12H, NO BARRA PESADA, E ÀS 18H50, NO JORNAL RBA.

1ª – “Maior Projeto de Minério do Brasil: o sim ou não dos ribeirinhos” – 06/03
2ª – “O Destino de Moradores da Região” – 07/03
3ª – “Comunidades Esquecidas” – 08/03
4ª – “Resistência e Promessas” – 09/03

Fonte: DOL.
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