Enem: 464 custodiados são aprovados no Pará; número é 108% maior que no ano anterior

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O interno Warlen Tadeu Brandão Bragança obteve 920 pontos na redação (Foto:Uchoa Silva/Seap)

As unidades prisionais que mais se destacaram no número de aprovações foram o CRCAN, do Complexo Penitenciário de Santa Izabel, a Cadeia Pública de Marabá (CPM) e o Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I) em Marituba, com respectivamente, 51, 40 e 27 internos aprovados

No Pará, 464 custodiados foram aprovados no Exame Nacional do Ensino Médio para detentos do sistema prisional e jovens do socioeducativo, o chamado Enem PPL 2022.

O número corresponde a um aumento de 108% em relação ao ano anterior, quando 223 candidatos conquistaram a aprovação.

As unidades prisionais que mais se destacaram no número de aprovações foram o Centro de Recuperação Coronel Anastácio das Neves (CRCAN), do Complexo Penitenciário de Santa Izabel, a Cadeia Pública de Marabá (CPM) e o Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I) em Marituba, com respectivamente, 51, 40 e 27 internos aprovados.

As notas alcançadas pelos candidatos nas redações foram um dos pontos altos do sucesso nos resultados, como foi o caso do interno Warlen Tadeu Brandão Bragança, interno do PEM I, que obteve 920 pontos, o que aponta a efetividade da ressocialização por meio da educação e capacitação profissional que a Secretaria de Estado de Educação Penitenciária (Seap) vem desenvolvendo nas unidades prisionais do Pará nos últimos anos.

O interno viveu uma trajetória de dificuldades até chegar ao resultado e obter a aprovação no Enem 2022, cujo tema abordou as “Medidas para o enfrentamento da recorrência da insegurança alimentar no Brasil”.

Ele conta que ainda em 2014, sofreu rejeição de um familiar no momento em que foi preso, o que serviu de estímulo para que ele abraçasse os estudos e vislumbrasse um novo caminho. “Eu propus a me educar e fazer aqui o que não fiz na rua.

Seria uma forma de chamar a atenção dessa pessoa de dentro da minha família, de que uma pessoa pode errar, mas se ele quiser, não permanece no erro e a educação é a base para isso”, afirma.

Warlen reconhece que não quis seguir os estudos após concluir o 1º ano do Ensino Médio, mas que foi através do Exame Nacional para Certificação de Competência de Jovens e Adultos (Encceja), no PEM I, que Warlen concluiu o ensino médio e não parou mais. Hoje está cursando Análise e Desenvolvimento de Sistemas, e pretende cursar Farmácia futuramente.

Patrícia Sales, coordenadora de educação prisional da Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Seap, destaca que para atingir o resultado obtido na última edição do ENEM PPL, foi necessário um trabalho extenso a partir de 2019, principalmente nas turmas preparatórias do Enem e Encceja.

Um detalhe que chama atenção foi o apoio dos custodiados com formação, o que ajudou muito nesse processo. “Os servidores que apoiam como voluntários também contribuem muito, e fundamentalmente os professores da Seduc que nos ajudam. Tudo isso faz com que a gente consiga desenvolver uma rotina desse preparatório”, afirma Sales.
Desafios

Os resultados expressivos obtidos trouxeram também melhorias e apoio do Departamento Nacional Penitenciário (Depen). Ao fim de 2022, o Depen ofereceu uma oficina de revisão do Enem on-line e contribuiu ainda mais para o bom desempenho das PPLs paraenses. A equipe do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) da Seap se mobilizou para garantir a internet para as unidades.

“Quando eles têm contato com a educação, eu posso garantir que a visão de mundo deles muda, eles conseguem se enxergar dentro de uma sociedade, e não excluídos, quando entraram em uma unidade prisional. É nítida a percepção de quem opta pela educação, seja em uma faculdade ou mesmo no EJA. Isso pra gente é o maior pagamento, eles se inserirem novamente na sociedade”, garante a coordenadora. Fabyo Cruz

Por:Jornal Folha do Progresso/Com informações de Fabyo Cruz em 08/03/2023/09:04:00

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