Humilhação, tortura e ato sexual: jovens denunciam PMs
Foto:Reprodução | O Ministério Público do Piauí (MPPI) acompanha o caso. Estudante denuncia ter sido torturado por policiais militares em Simplício Mendes, no Piauí
Um caso aberrante de violência policial veio à tona no Piauí, onde dois jovens, Francis Júnior, de 18 anos, e Ryckelme Harry Leite, de 21 anos, ambos de Nova Santa Rita e São João do Piauí, respectivamente, denunciaram terem sido torturados e forçados a praticar atos sexuais entre si por policiais militares da 2ª Companhia do 14º Batalhão de Simplício Mendes.
O episódio, que também envolveu o irmão de Francis, Francis Sousa, de 23 anos, ocorreu após um acidente de trânsito na PI-249, entre Simplício Mendes e Paes Landim, no dia 2 passado. As informações foram publicadas pelo G1 Piauí.
Segundo Francis Júnior, os três jovens sofreram um acidente de moto e foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Enquanto estavam no hospital, policiais militares desconfiaram que o grupo planejava furtar animais ou usar drogas, mesmo sem evidências. Francis, que apresentava ferimentos leves, foi levado de volta à rodovia pelos agentes.
“No hospital, eles pegaram meu celular, mas não encontraram nada. Lá mesmo, me deram dois murros. Na viatura, começaram a me espancar e me deram coronhadas”, relatou ao G1.
A violência, no entanto, escalou para níveis ainda mais graves. Na unidade policial, os jovens foram submetidos a uma sessão de tortura.
Francis descreveu que os policiais amarraram um pano em sua boca, jogaram água em seu rosto para simular afogamento e o ameaçaram de morte caso gritasse. “Eles disseram que eu tinha escapado do acidente, mas não escaparia da surra. Depois, trouxeram meu irmão e meu primo e repetiram o sufocamento com água”, contou.
O relato mais chocante envolve a humilhação sexual. Sob ameaças de morte, os policiais obrigaram os jovens a admitir um suposto plano de roubo.
Em seguida, forçaram Francis a agredir seu primo e, em um ato de extrema crueldade, ordenaram que Ryckelme tirasse a roupa e que Francis se deitasse sobre ele, simulando um ato sexual. “Mandaram ele tirar a roupa e me obrigaram a deitar em cima e fazer sexo com ele”, disse Francis, visivelmente abalado.
Ryckelme, que trabalha como ajudante geral, confirmou o horror: “Me botaram no chão, chutaram meu peito, abaixaram minha roupa e aproximaram um cabo de rodo das minhas partes íntimas, mas não penetraram. Depois, mandaram o menino subir em cima de mim e se esfregar. Também enfiaram uma arma na minha boca”.
O jovem afirmou que o trauma será carregado por toda a vida. Após a sessão de tortura, os três, que não possuem antecedentes criminais, foram liberados.
Medo e busca por justiça
Por medo de represálias, os jovens não registraram boletim de ocorrência na delegacia local. O advogado Eduardo Marques os levou diretamente ao Ministério Público do Piauí (MPPI) no dia 5 de junho. O promotor Vinicius Nunes, da 9ª Promotoria de Teresina, assumiu o caso e destacou a dificuldade de obter laudos médicos em situações envolvendo violência policial.
“Sabemos que médicos têm medo de emitir laudos nesses casos. Por isso, solicitei um novo exame de corpo de delito no IML de Picos”, afirmou. O laudo deve ser concluído em até quatro dias.
Nunes acredita que a repercussão do caso pode encorajar outras vítimas a denunciar abusos policiais. Um outro jovem já procurou o MP relatando violência semelhante na mesma região.
Resposta da Polícia Militar
Em nota, a Polícia Militar do Piauí informou que instaurou um procedimento administrativo para investigar a conduta dos agentes. O comunicado da 2ª Companhia do 14º BPM destaca que as acusações serão apuradas “de forma inequívoca e transparente” e reforça o compromisso com a sociedade.
Confira a íntegra da nota:
“O Comandante da 2ª/CIA/14º BPM informa que instaurou procedimento investigatório para apurar de forma inequívoca e transparente as acusações veiculadas pela imprensa e redes sociais, em que jovens da cidade Nova Santa Rita alegam que supostamente foram vítimas de condutas ilegais e/ou irregulares por parte de policiais militares na cidade de Simplício Mendes. O Comando da 2ª CIA/14º BPM reforça o compromisso, a imparcialidade e o zelo de bem servir a sociedade.”
As vítimas, ainda abaladas, buscam justiça e esperam que as investigações tragam punição aos responsáveis. A sociedade piauiense aguarda respostas, enquanto o Ministério Público e a Polícia Militar prometem apurações rigorosas.
Fonte: G1 Piauí e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 12/06/2025/13:45:00
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