Inpe aponta recorde de queimadas na Amazônia em 10 anos, e Bolsonaro volta a dizer que o bioma não pega fogo

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O presidente Bolsonaro e Pedro Guimarães, presidente da Caixa, visitam agência-barco do banco na Ilha de Marajó sem usar máscaras — Foto: Reprodução/TV Brasil

Número de focos de incêndio de janeiro a setembro é o maior desde 2010, segundo dados do governo. Em, setembro, presidente disse na ONU que a floresta é úmida e não permite propagação do fogo no interior.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (9), em Breves (PA), que “a Amazônia não pega fogo”. Neste ano, o bioma teve o maior número de incêndios até setembro em 10 anos, segundo os registros oficiais.

“São 10 milhões de árvores, um exemplo para Europa seguir. Estão nos acusando daquilo que nós não somos, porque a Amazônia não pega fogo, se o pessoal da Noruega quiser umas mudinhas, não sei se é possível desse tipo lá. Desafio a Europa também a plantar 10 milhões de árvores, tá legal?”, disse o presidente.

Bolsonaro já havia questionado a existência de fogo na Amazônia. Em agosto, durante pronunciamento na Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente afirmou que “nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior”.

A declaração, entretanto, é falsa. A floresta permanece úmida em algumas regiões, mas o avanço do desmatamento e a abertura de estradas levaram à perda de parte de suas características originais, e, assim, a Amazônia se tornou mais suscetível a grandes incêndios. Além disso, os focos não se concentram no entorno leste.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 0 número de focos de incêndio registrados na Amazônia de janeiro a setembro deste ano é o maior desde 2010. Naquele ano, foram 102.409 pontos de fogo na floresta de 1º de janeiro a 30 de setembro; em 2020, no mesmo período, foram 76.030.

Entidades, países e personalidades têm contestado a política ambiental do governo Bolsonaro. A Noruega, citada pelo presidente, suspendeu em 2019 o repasse de verbas para o Fundo Amazônia, que financia projetos de desenvolvimento sustentável no bioma. Nesta semana, o Parlamento Europeu indicou que, sem mudanças, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, não deve ser ratificado.

Visita sem máscara

Mais cedo, Bolsonaro visitou uma agência-barco da Caixa na Ilha do Marajó (PA), acompanhado do presidente do banco, Pedro Guimarães. Ambos estavam sem máscara (veja no vídeo abaixo), embora o uso do item de proteção seja obrigatório no estado, onde 230 mil pegaram Covid-19 e 6,6 mil morreram da doença.

O presidente chegou ao estado na noite da quinta (8) e, também sem máscara, provocou aglomeração de apoiadores. Mais tarde, Bolsonaro foi com a comitiva a um navio da Marinha ancorado na ilha, onde passou a noite.

Depois, participou do lançamento do programa social Abrace o Marajó, que visa a melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do arquipélago. Marajó concentra oito dos 10 municípios com os mais baixos indicadores do país – entre eles Melgaço, que tem o pior IDH do Brasil.

Durante o evento, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que o governo Bolsonaro “não é o mais eficiente da História, é o mais bonito da História”.

Por G1 Pará

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