Motorista diz à polícia que queria dar “susto” no atropelamento que matou Rodrigo “Monstro”
Jefferson Barata: “Fui agredido violentamente, sem poder de revidar” (Foto:Cláudio Pinheiro)-Cenas fortes do episódio, registradas no posto de gasolina, porém, contrastam com versão do acusado
Após quase seis horas de depoimentos na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, em Belém, o motorista de aplicativo Jefferson Roger Maciel Barata, acusado de atropelar e matar o lutador Rodrigo Lima, conhecido como “Monstro” no último domingo (21), deu entrevista coletiva na tarde desta sexta (26) onde afirmou que não teria jogado o seu carro contra o lutador, e que a manobra teria sido feita para “dar um susto” – o que, segundo ele, teria acabado como “uma fatalidade”. A versão contrasta com as imagens gravadas por vídeo de cãmera de segurança do posto de gasolina onde ocorreu o episódio.
Jefferson Barata foi ouvido pelo delegado Eduardo Rollo e chegou à Polícia Civil com o seu advogado, Marco Antônio Pina, por volta das 10h30. Antes do início do depoimento do acusado, o advogado Marco Pina conversou com a imprensa, dando versão sobre as circunstâncias do crime – e explicando como Jefferson Barata havia se escondido na casa de familiares e porque teria decidido se apresentar hoje à polícia.
“Na verdade não joguei o carro em cima das pessoas. Fui agredido violentamente, sem poder de revidar. Ele era bem maior que eu e sabia lutar. Por questões de segundos eu perdi a cabeça e fui com o carro para dar um susto. Mas acabou numa fatalidade”, disse Jefferson ao sair do depoimento dado ao delegado na Divisão de Homicídios de Belém, esta tarde.
VERSÃO
Jefferson Barata detalhou sua versão do episódio da agressão que supostamente teria sofrido e sobre os momentos que antecederam a discussão e o crime. “Desde o começo da viagem ele estava normal, calado. Ele inclusive entrou no carro brincando comigo. Por um fato que ocorreu anteriormente, por terem falado que pagariam um adicional por uma pessoa que entraria no carro… Não pelo fato dela ter falado isso, mas pela forma como ela falou. Isso já me deixou fechado. Então, quando ele entrou no carro, já não foi simpático, nem antipático. Só não respondi à brincadeira dele, que disse: é mano, é difícil segurar quatro mulheres”.
Sobre a discussão que teria ocorrido dentro do automóvel, Jefferson alegou, em sua versão: “Eu só alterei o volume da minha voz quando pedi que ela fizesse… diminuísse o volume da voz dela… porque elas vinham falando muito, muito alto. Isso me incomodou”, diz o motorista de aplicativo, dizendo que logo depois teria sido agredido, a socos, várias vezes.
PRESO
O motorista de aplicativo Jefferson Barata teve a prisão preventiva decretada pela polícia. O acusado foi encaminhado para a Susipe. Ele vai ser levado para o Centro de recuperação do Coqueiro, no Conjunto Satélite. A casa penal geralmente abriga acusados que estão sofrendo ameaças de morte.
Ele vai responder por homicídio qualificado por motivo torpe, fútil, e tentativa de homicídio. o crime é considerado doloso, porque o acusado assumiu o risco da ação que levou à morte do lutador.
Fonte:Redação integrada de O Liberal
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