Aurélio Goiano detalha desafios e avanços nos primeiros meses de gestão em Parauapebas
(Foto: Reprodução) – Ao assumir a prefeitura, Aurélio Goiano (Avante), encontrou Parauapebas como uma “terra arrasada” e uma “cidade destruída”.
Parauapebas, no sudeste do Pará, uma das cidades de maior crescimento na região Norte do Brasil, enfrenta uma complexa realidade em sua gestão. Em entrevista exclusiva ao Portal de Debate, o prefeito Aurélio Goiano (Avante), detalhou os desafios herdados, os avanços conquistados nos primeiros seis meses de mandato e os projetos futuros para o município impulsionado pela mineração.
Ao assumir a prefeitura, Aurélio Goiano (Avante), encontrou Parauapebas como uma “terra arrasada” e uma “cidade destruída”. A administração anterior, segundo o gestor, deixou contratos essenciais paralisados – incluindo mídia, transporte escolar e reformas – e priorizou “meia dúzia de empresários” em detrimento da população
Queda na arrecadação e dívidas elevadas agravam situação financeira
Um dos principais entraves à atual gestão é a drástica redução nos repasses da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). Em abril de 2024, Parauapebas havia recebido R$ 112 milhões; no mesmo mês de 2025, o valor caiu para R$ 31 milhões — a menor arrecadação da CFEM em uma década. A redução no orçamento geral foi de R$ 400 milhões, caindo de R$ 2,8 bilhões para R$ 2,4 bilhões. A perda acumulada nos primeiros quatro meses do ano chega a R$ 230 milhões.
Além do cenário externo desfavorável, com a queda na cotação internacional do minério e redução na produção da Vale S.A., a prefeitura também herdou uma dívida previdenciária de R$ 1,25 bilhão junto ao INSS, assumida em parcelas mensais de R$ 18 milhões. A folha de pagamento da prefeitura, que chega a R$ 116 milhões para cerca de 11 mil servidores, também preocupa. Para efeito comparativo, o município vizinho de Marabá, com mais servidores, mantém uma folha de R$ 69 milhões. Segundo o prefeito, isso se deve a altos salários e gratificações herdados da gestão anterior. A resposta da nova administração tem sido o corte de gastos e revisão de contratos, como o de aluguéis considerados abusivos.
Avanços em serviços essenciais e recuperação de infraestrutura
Apesar das dificuldades, a atual gestão tem promovido melhorias em áreas sensíveis. No abastecimento de água, nove bairros passaram a ter acesso regular, eliminando a dependência de carros-pipa que atendiam 63% da cidade. A atuação do Serviço de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAP) passou de deficitária para superavitária, segundo a prefeitura.
Na saúde, a rede municipal aumentou a oferta de medicamentos e reabriu unidades básicas de saúde e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Também foram iniciadas cirurgias de alta complexidade, como neurocirurgias e a primeira cirurgia de coluna da história do município.
No setor de infraestrutura urbana, mais de 20 quilômetros de vias passaram por operação tapa-buraco, e a coleta de lixo foi reestruturada com a substituição da empresa responsável, melhorando o serviço e introduzindo a coleta seletiva. Já na educação, houve melhorias na merenda escolar e no transporte dos alunos.
Projetos estratégicos para o futuro do município
A administração municipal projeta ações com foco na geração de empregos, diversificação econômica e melhoria dos serviços públicos. Um polo industrial está sendo fortalecido com incentivos fiscais e doações de terrenos. A chegada da multinacional chinesa XCMG e da empresa Liber marca essa fase de transição. Atualmente, 56 empresas aguardam instalação no polo.
Entre os principais projetos estão a regionalização do Hospital Municipal, em articulação com o governo do estado, o que representaria uma economia de quase R$ 15 milhões mensais para o município. Também está em fase de planejamento a implantação do transporte público gratuito, o que tornaria Parauapebas a primeira cidade do Pará a adotar a medida.
Na área de habitação e saneamento, a prefeitura pretende construir cerca de 3.500 casas e firmou parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para obras de saneamento no Bairro da Paz, eliminando o esgoto a céu aberto.
Há também expectativa de novos investimentos por meio de uma parceria com a mineradora Vale no projeto do complexo minerador VS10 e a instalação da Circlua, que promete ser a maior fábrica de produtos cimentícios do planeta em Carajás.
Relacionamento institucional e demandas por apoio externo
O prefeito afirma manter diálogo respeitoso com o governador Helder Barbalho (MDB), mesmo com diferenças políticas. O estado já teria sinalizado apoio à regionalização do hospital e à destinação de 50 quilômetros de pavimentação para o município.
No plano federal, Goiano reivindica mais atenção à cidade que, segundo ele, tem peso decisivo no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Enquanto diretor do Corredor Norte das cidades mineradoras, o prefeito busca maior visibilidade e apoio em Brasília.
Quanto à Vale, embora reconheça os royalties recebidos, Goiano exige maior compromisso da empresa com a cidade. A previsão de investimentos da mineradora, na ordem de R$ 70 bilhões, reforça a necessidade de participação ativa da empresa no desenvolvimento local.
A gestão também assinou uma cooperação técnica com o município de Marabá, administrado por Toni Cunha (PL), para atender as 32 comunidades do Contestado, que, embora geograficamente pertencentes a Marabá, mantêm vínculos eleitorais e sociais com Parauapebas.
Reconstrução com otimismo e foco na mudança estrutural
Ao avaliar os seis primeiros meses de gestão, Aurélio Goiano demonstra otimismo, afirmando que a reconstrução de Parauapebas está em curso. A meta, segundo ele, é erradicar práticas prejudiciais, como a chamada “máfia do carro-pipa”, e implantar uma nova cultura de gestão pública, mais transparente, eficiente e comprometida com os interesses da população.
Fonte: Portal Debate e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 11/07/2025/14:46:00
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