Operações em áreas de garimpo impõem perdas milionárias a exploradores no Pará

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Foto:Divulgação | Desde julho, o Pará tem sido palco de operações intensivas da Polícia Federal e de órgãos ambientais federais contra o garimpo ilegal.

As ações, que atingiram regiões críticas como as Terras Indígenas Kayapó e Apyterewa, além de áreas de floresta em Parauapebas e Cachoeira do Piriá, já causaram prejuízos milionários ao crime organizado e consolidam uma estratégia de atuação articulada pelo governo federal.

Com mais de 6 mil ações no País, grande parte delas no Pará, programa federal visa quebrar a estrutura de exploração, como máquinas e equipamentos/Fotos: Divulgação.
Com mais de 6 mil ações no País, grande parte delas no Pará, programa federal visa quebrar a estrutura de exploração, como máquinas e equipamentos/Fotos: Divulgação.

As medidas fazem parte da Casa de Governo, estrutura criada em fevereiro de 2024 pela Casa Civil da Presidência da República, que reúne dezenas de órgãos em operações integradas. Exemplo desse modelo foi a atuação na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, que até julho havia registrado mais de 6.400 ações de combate, fiscalização e apoio humanitário.

Garimpos desmontados

A mais recente ofensiva ocorreu em Cachoeira do Piriá, no nordeste do Pará, durante a operação Echo 177, realizada nos dias 1º e 2 de setembro. Foram inutilizadas nove pás carregadeiras e cerca de 45 motores em cinco pontos de extração ilegal de ouro. Dois mandados de busca e apreensão ligados a dez processos minerários irregulares também foram cumpridos.

As equipes destruíram ainda estruturas de apoio usadas no transporte do ouro extraído sem autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM). As investigações indicam o uso de substâncias tóxicas, como o cianeto, no beneficiamento do minério – prática que traz riscos à saúde e ameaça rios e aquíferos da região.

Uma das maiores

A operação de Desintrusão da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará, se consolidou como uma das maiores já realizadas pelo Estado brasileiro. Com participação de mais de 20 órgãos federais, o número de pontos ilegais destruídos saltou de 650 para cerca de 1.400.

Entre os resultados, foram inutilizados 967 barracos, 117 acampamentos, 406 motores e 25 escavadeiras, além da apreensão de 22,8 mil litros de combustível. Estima-se que os criminosos tenham perdido quase R$ 100 milhões. Também foram aplicadas multas superiores a R$ 164 mil e apreendidos ouro, armas e drogas em rodovias federais.

Risco ambiental

Em julho, outro foco de garimpo ilegal foi descoberto no Igarapé Gelado, em Parauapebas, às margens da Floresta Nacional de Carajás. De difícil acesso, a área abrigava escavadeiras, motores e acampamentos de apoio aos trabalhadores.

No local, foram destruídas seis escavadeiras hidráulicas, dez motores-bombas e quatro mil litros de combustível. Estudos por georreferenciamento indicam que a atividade atingia uma extensão de oito quilômetros, com risco de contaminação de rios como o Azul e o Itacaiúnas, que deságuam no Tocantins.

Cupim de aço

No início de agosto, a operação Cupim de Aço mirou o financiamento de garimpos ilegais de cassiterita na Terra Indígena Apyterewa. A PF cumpriu cinco mandados de busca e apreensão no Pará e no Tocantins, além de efetuar uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma.

As equipes recolheram mídias, jóias, veículos e armas, reforçando a linha de investigação sobre os responsáveis pela manutenção de atividades clandestinas. A operação já havia identificado garimpos em atividade meses antes, em maio.

Na vitrine

Embora os resultados sejam expressivos, especialistas alertam que a pressão sobre áreas ricas em minérios tende a persistir. A continuidade das operações, associada ao monitoramento permanente e à presença da Força Nacional e da Funai, será decisiva para evitar o retorno dos invasores.

Com a proximidade da COP30, em Belém, as ações no Pará também assumem caráter estratégico, projetando o Estado como vitrine internacional da política ambiental brasileira – ao mesmo tempo em que expõem o tamanho dos desafios na Amazônia.

 

Fonte: Coluna Olavo Dutra/ Jornal Folha do Progresso e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 06/09/2025/07:00:00

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